Esportes - Paraíba: Segunda-feira, 04 de maio de 2020 / D1
Clubes da Série A cortam salários para reduzir prejuízos na pandemia
Representantes da elite do futebol brasileiro adotam medidas para manter a saúde financeira enquanto temporada segue parada devido à covid-19
Suspensão do futebol provoca redução de salários e demissões nos clubes
Clubes que integram a elite do futebol brasileiro na temporada 2020 anunciaram acordos para reduzir salários de atletas, comissões técnicas e funcionários como forma de amenizar os prejuízos causados pela parada do esporte durante a pandemia do novo coronavírus. Alguns times voltaram aos treinos, mas ainda não há definição sobre a retomada das competições no país, apesar de haver pressão para tal.
O Palmeiras anunciou um ajuste salarial com a redução de 25% dos vencimentos registrados em carteira nos meses de maio e junho - os direitos de imagem de abril e maio serão parcelados até junho de 2021. O acordo abrange os jogadores do time principal masculino, o técnico Vanderlei Luxemburgo, o gerente Cícero Souza e o diretor Anderson Barros.
Os pagamentos dos atletas amadores e do futebol feminino do Palmeiras foram mantidos. Porém, os demais funcionários do clube alviverde farão parte de outro acordo, ainda em fase de elaboração.
"Vivemos um momento de uma crise de grandes proporções no mundo. Vários segmentos estão sendo afetados e com o futebol não é diferente. Existem situações em que disposição e comprometimento são imprescindíveis para se chegar a um bom termo. Temos que pensar no todo para conseguirmos avançar em direção a um benefício maior. A maturidade do nosso elenco foi fundamental para que chegássemos a uma solução boa para todos", disse o presidente Maurício Galiotte.
O Corinthians já anunciou a redução de até 70% nos pagamentos dos funcionários do clube e a diminuição de 25% dos salários registrados em carteira dos jogadores, entre as medidas adotadas para se ajustar economicamente ao momento. O clube alvinegro também cortou a ajuda de custo a atletas que não são profissionais. A medida atinge, entre outros, o time sub-20 de futsal.
Na semana passada, a diretoria corintiana teve que acertar o atraso no pagamento de contas de energia com a Enel, fornecedora de energia para o estado de São Paulo, após passar todo o final de semana às escuras, para ter novamente iluminado o Parque São Jorge, sede social do clube.
No Flamengo, os cortes não atingiram o elenco do técnico Jorge Jesus. A diretoria preferiu não reduzir os vencimentos de atletas e da comissão técnica, valores estimados em cinco vezes maior - somados carteira de trabalho e direitos de imagem - do que folha salarial de funcionários da Gávea e do departamento de futebol.
No entanto, o preço pago pela cúpula do clube rubro-negro carioca foi, ao término das férias coletivas, no dia 30 de abril, anunciar o processo de desligamento de cerca de 60 colaboradores.
Cerca de dez funcionários das divisões de base, no Ninho do Urubu, foram demitidos. Entre eles: motoristas, roupeiros, fisiologistas e analistas de mercado. O clube garante que as demissões não alcançarão 10% do quadro de funcionários, formado por aproximadamente mil pessoas.
A diretoria e o elenco do Fluminense também acertaram a proposta de redução de 15% a 25% nos salários, conforme o valor recebido pelos atletas. O acordo passaria pela homologação do Saferj (Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro).
O Grêmio foi o primeiro clube a ter a proposta de readequação salarial aceita pelos jogadores e comissão técnica, feita no fim de março. Assim, o elenco receberá menos sem a realização dos jogos, situação que a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol havia avisado que não seria tolerada.
Outros clubes que integram a elite do Brasileirão também estudam cortes - alguns mais profundos e outros com porcentagens menores - nos salários dos seus elencos e demais funcionários para contornar o rombo nos cofres provocado pela interrupção das atividades. Para piorar, a incerteza causa ainda mais dúvidas em relação o futuro.
No Internacional, o presidente Marcelo Medeiros, de 59 anos, que fez teste por suspeita de ter sido contaminado pelo novo coronavírus e teve o resultado positivo, enfatizou que "jogador que não quiser jogar pode pedir demissão". O time colorado está atolado em dívidas.
O Atlético Mineiro já havia cortado os holerites de quem ganha acima de R$ 5 mil, incluindo jogadores e a comissão técnica. A diminuição de 25% nos salários foi bem aceita pelo grupo, segundo o diretor de futebol Alexandre Mattos.
O rival Cruzeiro, rebaixado para a Série B na edição passada do Campeonato Brasileiro, também aderiu ao programa de redução salarial. A diretoria do clube celeste, mergulhada em uma crise financeira que precedia a pandemia, divulgou um plano que prevê o corte de 25% dos vencimentos do time de futebol.
D2
Morte de Senna ainda carrega mistérios mesmo 26 anos depois
Dos motivos pela quebra na coluna de direção até onde estão capacete e carro do tricampeão mundial de F-1. Tudo o que você precisa saber aqui
D3
Mundial de Atletismo Paralímpico é adiado para 2022
Decisão foi tomada após Jogos Paralímpicos de Tóquio serem postergados
O Mundial de Atletismo Paralímpico, que estava programado para acontecer em Kobe, no Japão, em setembro de 2021, foi remarcado para o período de 26 de agosto a 4 de setembro de 2022, anunciou, nesta quinta (30), a World Para Athletics (Federação Internacional de Atletismo Paralímpico).
A decisão foi tomada após o adiamento da próxima edição dos Jogos Paralímpicos, remarcados para acontecerem em Tóquio em 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Desde o anúncio do reagendamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, trabalhamos com o Comitê Organizador Local de Kobe para encontrar novas datas para a competição. Não foi uma tarefa simples, pois estamos lidando com circunstâncias sem precedentes”, afirmou o diretor da World Para Athletics, Haozhe Gao.
O presidente do comitê organizador local do evento, Akemi Masuda, também admitiu que a mudança de data da próxima edição dos Jogos Paralímpicos foi determinante para esta decisão: “Depois de ouvir que os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 serão remarcados para 2021, o Comitê Organizador do Mundial de Atletismo Paralímpico Kobe 2021 manteve conversações com o Comitê Paralímpico Internacional e a World Para Athletics, e foi alcançado um acordo para adiar a competição”.
“A decisão foi tomada para evitar um confronto de datas com os Jogos Paralímpicos, de modo a permitir que os atletas atuem nas melhores condições”, encerrou Masuda.
D4
Campeonato Mundial de Badminton é adiado para outubro
Decisão ocorre após governo dinamarquês proibir grandes eventos
A Federação Internacional de Badminton (BWF, sigla em inglês) anunciou o adiamento para outubro dos campeonatos mundiais masculino e feminino, antes programados para o período de 15 a 23 de agosto. A decisão foi tomada após o governo dinamarquês proibir o recebimento de eventos com mais 500 pessoas até o dia 1° de setembro, devido a pandemia do novo coronavírus. Agora, as competições serão no período de 3 a 11 de outubro, na cidade de Aarhus (Dinamarca).
“Nossa principal prioridade é a saúde, segurança e bem-estar de atletas, funcionários, voluntários, juízes e toda a comunidade de badminton. Ouvimos os conselhos da Organização Mundial da Saúde (OMS), vários especialistas em saúde, autoridades locais e o governo dinamarquês, e ficou claro que seria difícil sediar um grande evento como a TOTAL BWF Thomas e Uber Cup antes de setembro”, esclareceu Thomas Lund, secretário geral da Federação Internacional, em comunicado oficial publicado no site da entidade.
O Mundial masculino – a primeira edição foi em 1949 – leva o nome de Thomas Cup em homenagem ao fundador-presidente da BWF, o ex-jogador George Alan Thomas . Já a estreia da competição feminina se deu em 1957, e foi batizada de Uber Cup, em tributo à jogadora britânica Betty Uber. Ambos os eventos são os principais destaques de competições gerenciadas pela BWF.
D5
IGF e COI ampliam prazo de classificação do golfe para Tóquio
Presidente da CBGolfe acredita que chances dos brasileiros aumentaram
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Golfe (IGF) ampliaram o período de classificação de atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Com o adiamento das Olimpíadas por um ano devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o ranking olímpico fica aberto até o dia 21 de junho de 2021 para os homens e até o dia 28 de junho de 2021 para as mulheres.
A notícia é boa para os brasileiros. O presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBGolfe), Euclides Gusi, revela as chances de o Brasil ter jogadores no Japão: “É ruim para o movimento olímpico, mas foi bom para a CBGolfe. Estávamos com o Adilson Silva muito próximo da bolha e o Alexandre Rocha entrando em uma fase espetacular. Estamos também com o Rodrigo Lee no Korn Ferry Tour, e estes são os atletas que temos possibilidade de classificar.
No feminino, temos a Luiza Altmann, que entra agora no início do ano no Tour europeu e tem chances de marcar muitos pontos e conseguir uma classificação. Hoje, nós não teríamos chance nenhuma no feminino, até pela proximidade do encerramento do prazo, mas agora ganhamos um fôlego novo. No masculino já estávamos otimistas e agora estamos mais ainda, e no feminino temos a esperança de ter uma atleta”.
O ranking olímpico é baseado no Ranking Mundial de Golfe Oficial (OWGR) e no Ranking Mundial de Golfe Feminino (WWGR). O período classificatório para os Jogos de Tóquio começou no dia 1º de julho de 2018 e terminaria em junho de 2020. Entretanto, desde o dia 20 de março os Conselhos Diretivos do OWGR e do WWGR determinaram a suspensão dos rankings devido à pandemia da Covid-19. Com a nova data das Olimpíadas, a Federação Internacional de Golfe decidiu pela revisão dos critérios de classificação e a prorrogação do prazo.
Com a alteração, os torneios disputados a partir do retorno das competições serão mais importantes e terão mais peso para quem sonha com uma vaga em Tóquio. O presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Euclides Gusi, explica as principais mudanças: “O COI e a IGF vão considerar as 13 últimas semanas para poder fazer essa classificação. Os atletas já têm pontos, mas as 13 últimas semanas são extremamente importantes. Classificam-se dois atletas por país, com exceção dos 15 primeiros do ranking. Se tivermos quatro norte-americanos entre os 15 melhores do ranking, eles classificam os 4. Dali pra baixo são os dois melhores por país, nós poderemos ter país com um só jogador por exemplo”.
Serão 60 vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio, tanto no masculino quanto no feminino. Os 15 melhores colocados ao fim do período de classificação garantem vaga na competição, com um limite de quatro jogadores por país. O restante das vagas será preenchido de acordo com os rankings mundiais, com o máximo de dois atletas por país, desde que este país ainda não possua dois ou mais jogadores entre os 15 primeiros colocados.
D6
Liga define protocolo de saúde e times decidem volta do NBB
Entidade prevê isolamento de times e testes antes de treinos e jogos
O chefe-executivo da Liga Nacional de Basquete (LNB), Sérgio Domenici, disse que a entidade apresentará às equipes participantes do Novo Basquete Brasil (NBB), nesta quinta-feira (30), o protocolo médico para que a competição prossiga com portões fechados, e os custos para que isso ocorra. O torneio está paralisado desde 15 de março por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Será preciso que os clubes aprovem o investimento necessário para seguir o protocolo (como a aquisição de testes, que serão importados), ou decidam pelo encerramento do campeonato, resguardando as classificações atuais para escolha de representantes em eventos internacionais.
“A liga criou um comitê científico com profissionais como médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos. O protocolo prevê uma primeira semana de treinos individuais, na qual o atleta não tem contato com ninguém, exceto o preparador. Depois, teremos três semanas de treinos coletivos. Novos testes [de coronavírus] serão feitos. A ideia é colocar todos em um hotel, afastado do centro e das quadras, armar duas quadras [uma de treino e uma de jogo, com acesso apenas a equipes e produção]. Todos, mais uma vez, serão testados, o atleta, o motorista […]. É um processo complexo, tem de higienizar bola, bancos, uma toalha para cada um, número limitado de pessoas para tomar café da manhã”, afirmou Domenici durante uma videoconferência realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) tratando da questão da gestão esportiva nessa quarta (29).
O dirigente recordou que a primeira medida, tomada em março, de prosseguir com o torneio apenas com portões fechados, mostrou-se pouco eficiente. “O atleta vai ao aeroporto, volta para o hotel […]. São muitos os pontos de contaminação”, avaliou. A expectativa inicial, conforme o presidente interino da liga, era de que a pandemia estivesse sob controle em dois meses (o que não ocorreu). “Os cálculos lá de trás estão sendo revistos semanalmente. Há uma data limite [4 de julho] para terminar o campeonato, mas, para isso, teria que voltar a treinar no começo de junho, com todos os testes e cuidados, se a situação não continuar piorando como está”, analisou.
Após a paralisação da temporada, os clubes aprovaram que, caso retomada, a competição retornaria direto nos playoffs (mesmo faltando 33 jogos para o término da primeira fase). Pelo regulamento, os quatro primeiros (Flamengo, Sesi Franca, São Paulo e Minas Tênis Clube) avançam direto às quartas de final, enquanto as equipes do quinto ao 12º lugares disputam um primeiro mata-mata. Apesar de classificado, o Sendi Bauru anunciou a desistência da temporada por razões financeiras. Já o Pinheiros, também garantido, dispensou os jogadores do time profissional, cujos vínculos se encerram em maio.
Para Domenici, porém, a próxima temporada suscita ainda mais preocupação. “Consideramos que ela, talvez, seja mais difícil do que foi o primeiro NBB [em 2008]. Como estará o mercado? Tudo terá que ser repensado. Vivemos em um país continental. Você tira um árbitro de Porto Alegre, leva para Fortaleza, depois para Campina Grande [PB] […]. É um custo altíssimo. Como estarão as companhias aéreas após a pandemia? Os clubes transportam 18 atletas por viagem. Uma equipe de Brasília, de Fortaleza, Pato Branco [PR], fazem a maior parte da competição por via aérea. Como faremos a competição? Ela será regionalizada? Terá arbitragem local? Precisaremos de mais equipes locais para as transmissões? Teremos que abrir mais para web? São perguntas que ainda não sabemos responder”, concluiu.
D7
Presidente do Vasco prevê jogos com portões fechados
Alexandre Campello diz que treinos devem recomeçar em maio
O Vasco ainda não sabe quando vai poder voltar aos gramados. Entretanto, em entrevista coletiva virtual transmitida nessa quarta (29) pelo canal do clube no Youtube, o presidente Alexandre Campello analisou as consequências do novo coronavírus (Covid-19) sobre o futebol.
“Para ser bem sincero, este ano acho que não teremos condições de ter público nos estádios”, afirmou o dirigente, que também é médico. Ele ainda lembrou que a pandemia veio pra mudar toda a sociedade, inclusive o futebol, que depende da autorização do Governo estadual para voltar a acontecer no Rio de Janeiro.
Participou ainda da coletiva o vice-presidente financeiro, Carlos Leite, que disse que a construção do novo Centro de Treinamento, em Jacarepaguá, está em andamento. “As obras não foram paralisadas e a previsão é de que o time profissional já possa usá-lo em julho”. De Porto Alegre (RS), Leão recordou que o CT do Almirante, em Vargem Pequena, era alugado e já foi devolvido, proporcionando uma economia de R$ 500 mil por mês.
Segundo Campello, o gigante da colina aproveitou a pausa para preparar a estrutura de São Januário para receber a comissão técnica e os atletas no retorno aos treinos. “Vamos voltar aos poucos. O nosso protocolo de segurança começa da saída do jogador de casa até o gramado. Inicialmente, os treinamentos devem começar em pequenos grupos em horários diferentes de treinamento, com monitoramento e testes não só para os jogadores, mas para os familiares e aqueles que tenham contato com eles”, afirmou o presidente do Vasco, que elogiou o protocolo Jogo Seguro, elaborado pela Federação de Futebol do Rio (Ferj) a partir da reunião dos departamentos médicos dos clubes e de um infectologista.
O presidente vascaíno prometeu ainda publicar o balanço financeiro do clube na próxima quinta (30). “Ainda não dá pra medir o impacto do prejuízo econômico da pandemia no clube, mas certamente não será menor do que R$ 40 milhões”, concluiu Campello, reiterando que a volta do futebol só acontecerá após a liberação do poder público.
D8
Em reunião, CBF confirma retorno dos treinos depois do dia 30
Confederação disse que definição dos Estaduais fica por conta das federações locais. Governo já afirmou que retorno ‘deve acontecer em breve’
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou na madrugada desta quarta-feira (29) que aprovou o retorno das atividades dos clubes para depois de 30 de abril, quando terminam as férias dos jogadores. Em nota, a confederação disse ainda que a volta dos Estaduais está nas mãos das federações locais. A tendência é que as disputas comecem em 16 e 17 de maio.
A decisão saiu depois de uma reunião por vídeochamada entre a CBF, as 27 federações e a Comissão Nacional de Clubes. A confederação, as federações e o órgão com atuação independente entenderam que cabe a cada clube avaliar o cenário para retomar os treinamentos com o plantel.
“O compromisso das entidades é construir um calendário e protocolos para a retomada gradual das competições, a começar pelos campeonatos estaduais, ainda sem data definida. Ficou assegurada a autonomia das Federações Estaduais na condução dessas medidas junto às autoridades de saúde, respeitando as características e o momento vivido por cada estado em relação à pandemia”, diz a nota.
Na última segunda (27), a equipe econômica do governo federal afirmou que os campeonatos de futebol serão retomados “em breve”, desde que os jogos não tenham impacto sobre a saúde.
“Será em breve, porque o povo brasileiro está em casa e quer assistir a seu jogo de futebol. Os campeonatos têm que continuar e, assim que as condições forem propícias, eles irão continuar”, disse o secretário especial de produtividade e competitividade, Carlos da Costa.
Clubes da Série A cortam salários para reduzir prejuízos na pandemia
Representantes da elite do futebol brasileiro adotam medidas para manter a saúde financeira enquanto temporada segue parada devido à covid-19
Suspensão do futebol provoca redução de salários e demissões nos clubes
Clubes que integram a elite do futebol brasileiro na temporada 2020 anunciaram acordos para reduzir salários de atletas, comissões técnicas e funcionários como forma de amenizar os prejuízos causados pela parada do esporte durante a pandemia do novo coronavírus. Alguns times voltaram aos treinos, mas ainda não há definição sobre a retomada das competições no país, apesar de haver pressão para tal.
O Palmeiras anunciou um ajuste salarial com a redução de 25% dos vencimentos registrados em carteira nos meses de maio e junho - os direitos de imagem de abril e maio serão parcelados até junho de 2021. O acordo abrange os jogadores do time principal masculino, o técnico Vanderlei Luxemburgo, o gerente Cícero Souza e o diretor Anderson Barros.
Os pagamentos dos atletas amadores e do futebol feminino do Palmeiras foram mantidos. Porém, os demais funcionários do clube alviverde farão parte de outro acordo, ainda em fase de elaboração.
"Vivemos um momento de uma crise de grandes proporções no mundo. Vários segmentos estão sendo afetados e com o futebol não é diferente. Existem situações em que disposição e comprometimento são imprescindíveis para se chegar a um bom termo. Temos que pensar no todo para conseguirmos avançar em direção a um benefício maior. A maturidade do nosso elenco foi fundamental para que chegássemos a uma solução boa para todos", disse o presidente Maurício Galiotte.
O Corinthians já anunciou a redução de até 70% nos pagamentos dos funcionários do clube e a diminuição de 25% dos salários registrados em carteira dos jogadores, entre as medidas adotadas para se ajustar economicamente ao momento. O clube alvinegro também cortou a ajuda de custo a atletas que não são profissionais. A medida atinge, entre outros, o time sub-20 de futsal.
Na semana passada, a diretoria corintiana teve que acertar o atraso no pagamento de contas de energia com a Enel, fornecedora de energia para o estado de São Paulo, após passar todo o final de semana às escuras, para ter novamente iluminado o Parque São Jorge, sede social do clube.
No Flamengo, os cortes não atingiram o elenco do técnico Jorge Jesus. A diretoria preferiu não reduzir os vencimentos de atletas e da comissão técnica, valores estimados em cinco vezes maior - somados carteira de trabalho e direitos de imagem - do que folha salarial de funcionários da Gávea e do departamento de futebol.
No entanto, o preço pago pela cúpula do clube rubro-negro carioca foi, ao término das férias coletivas, no dia 30 de abril, anunciar o processo de desligamento de cerca de 60 colaboradores.
Cerca de dez funcionários das divisões de base, no Ninho do Urubu, foram demitidos. Entre eles: motoristas, roupeiros, fisiologistas e analistas de mercado. O clube garante que as demissões não alcançarão 10% do quadro de funcionários, formado por aproximadamente mil pessoas.
A diretoria e o elenco do Fluminense também acertaram a proposta de redução de 15% a 25% nos salários, conforme o valor recebido pelos atletas. O acordo passaria pela homologação do Saferj (Sindicato dos Atletas de Futebol do Rio de Janeiro).
O Grêmio foi o primeiro clube a ter a proposta de readequação salarial aceita pelos jogadores e comissão técnica, feita no fim de março. Assim, o elenco receberá menos sem a realização dos jogos, situação que a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol havia avisado que não seria tolerada.
Outros clubes que integram a elite do Brasileirão também estudam cortes - alguns mais profundos e outros com porcentagens menores - nos salários dos seus elencos e demais funcionários para contornar o rombo nos cofres provocado pela interrupção das atividades. Para piorar, a incerteza causa ainda mais dúvidas em relação o futuro.
No Internacional, o presidente Marcelo Medeiros, de 59 anos, que fez teste por suspeita de ter sido contaminado pelo novo coronavírus e teve o resultado positivo, enfatizou que "jogador que não quiser jogar pode pedir demissão". O time colorado está atolado em dívidas.
O Atlético Mineiro já havia cortado os holerites de quem ganha acima de R$ 5 mil, incluindo jogadores e a comissão técnica. A diminuição de 25% nos salários foi bem aceita pelo grupo, segundo o diretor de futebol Alexandre Mattos.
O rival Cruzeiro, rebaixado para a Série B na edição passada do Campeonato Brasileiro, também aderiu ao programa de redução salarial. A diretoria do clube celeste, mergulhada em uma crise financeira que precedia a pandemia, divulgou um plano que prevê o corte de 25% dos vencimentos do time de futebol.
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Morte de Senna ainda carrega mistérios mesmo 26 anos depois
Dos motivos pela quebra na coluna de direção até onde estão capacete e carro do tricampeão mundial de F-1. Tudo o que você precisa saber aqui
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Mundial de Atletismo Paralímpico é adiado para 2022
Decisão foi tomada após Jogos Paralímpicos de Tóquio serem postergados
O Mundial de Atletismo Paralímpico, que estava programado para acontecer em Kobe, no Japão, em setembro de 2021, foi remarcado para o período de 26 de agosto a 4 de setembro de 2022, anunciou, nesta quinta (30), a World Para Athletics (Federação Internacional de Atletismo Paralímpico).
A decisão foi tomada após o adiamento da próxima edição dos Jogos Paralímpicos, remarcados para acontecerem em Tóquio em 2021 por causa da pandemia do novo coronavírus.
“Desde o anúncio do reagendamento dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, trabalhamos com o Comitê Organizador Local de Kobe para encontrar novas datas para a competição. Não foi uma tarefa simples, pois estamos lidando com circunstâncias sem precedentes”, afirmou o diretor da World Para Athletics, Haozhe Gao.
O presidente do comitê organizador local do evento, Akemi Masuda, também admitiu que a mudança de data da próxima edição dos Jogos Paralímpicos foi determinante para esta decisão: “Depois de ouvir que os Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 serão remarcados para 2021, o Comitê Organizador do Mundial de Atletismo Paralímpico Kobe 2021 manteve conversações com o Comitê Paralímpico Internacional e a World Para Athletics, e foi alcançado um acordo para adiar a competição”.
“A decisão foi tomada para evitar um confronto de datas com os Jogos Paralímpicos, de modo a permitir que os atletas atuem nas melhores condições”, encerrou Masuda.
D4
Campeonato Mundial de Badminton é adiado para outubro
Decisão ocorre após governo dinamarquês proibir grandes eventos
A Federação Internacional de Badminton (BWF, sigla em inglês) anunciou o adiamento para outubro dos campeonatos mundiais masculino e feminino, antes programados para o período de 15 a 23 de agosto. A decisão foi tomada após o governo dinamarquês proibir o recebimento de eventos com mais 500 pessoas até o dia 1° de setembro, devido a pandemia do novo coronavírus. Agora, as competições serão no período de 3 a 11 de outubro, na cidade de Aarhus (Dinamarca).
“Nossa principal prioridade é a saúde, segurança e bem-estar de atletas, funcionários, voluntários, juízes e toda a comunidade de badminton. Ouvimos os conselhos da Organização Mundial da Saúde (OMS), vários especialistas em saúde, autoridades locais e o governo dinamarquês, e ficou claro que seria difícil sediar um grande evento como a TOTAL BWF Thomas e Uber Cup antes de setembro”, esclareceu Thomas Lund, secretário geral da Federação Internacional, em comunicado oficial publicado no site da entidade.
O Mundial masculino – a primeira edição foi em 1949 – leva o nome de Thomas Cup em homenagem ao fundador-presidente da BWF, o ex-jogador George Alan Thomas . Já a estreia da competição feminina se deu em 1957, e foi batizada de Uber Cup, em tributo à jogadora britânica Betty Uber. Ambos os eventos são os principais destaques de competições gerenciadas pela BWF.
D5
IGF e COI ampliam prazo de classificação do golfe para Tóquio
Presidente da CBGolfe acredita que chances dos brasileiros aumentaram
O Comitê Olímpico Internacional (COI) e a Federação Internacional de Golfe (IGF) ampliaram o período de classificação de atletas para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Com o adiamento das Olimpíadas por um ano devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19), o ranking olímpico fica aberto até o dia 21 de junho de 2021 para os homens e até o dia 28 de junho de 2021 para as mulheres.
A notícia é boa para os brasileiros. O presidente da Confederação Brasileira de Golfe (CBGolfe), Euclides Gusi, revela as chances de o Brasil ter jogadores no Japão: “É ruim para o movimento olímpico, mas foi bom para a CBGolfe. Estávamos com o Adilson Silva muito próximo da bolha e o Alexandre Rocha entrando em uma fase espetacular. Estamos também com o Rodrigo Lee no Korn Ferry Tour, e estes são os atletas que temos possibilidade de classificar.
No feminino, temos a Luiza Altmann, que entra agora no início do ano no Tour europeu e tem chances de marcar muitos pontos e conseguir uma classificação. Hoje, nós não teríamos chance nenhuma no feminino, até pela proximidade do encerramento do prazo, mas agora ganhamos um fôlego novo. No masculino já estávamos otimistas e agora estamos mais ainda, e no feminino temos a esperança de ter uma atleta”.
O ranking olímpico é baseado no Ranking Mundial de Golfe Oficial (OWGR) e no Ranking Mundial de Golfe Feminino (WWGR). O período classificatório para os Jogos de Tóquio começou no dia 1º de julho de 2018 e terminaria em junho de 2020. Entretanto, desde o dia 20 de março os Conselhos Diretivos do OWGR e do WWGR determinaram a suspensão dos rankings devido à pandemia da Covid-19. Com a nova data das Olimpíadas, a Federação Internacional de Golfe decidiu pela revisão dos critérios de classificação e a prorrogação do prazo.
Com a alteração, os torneios disputados a partir do retorno das competições serão mais importantes e terão mais peso para quem sonha com uma vaga em Tóquio. O presidente da Confederação Brasileira de Golfe, Euclides Gusi, explica as principais mudanças: “O COI e a IGF vão considerar as 13 últimas semanas para poder fazer essa classificação. Os atletas já têm pontos, mas as 13 últimas semanas são extremamente importantes. Classificam-se dois atletas por país, com exceção dos 15 primeiros do ranking. Se tivermos quatro norte-americanos entre os 15 melhores do ranking, eles classificam os 4. Dali pra baixo são os dois melhores por país, nós poderemos ter país com um só jogador por exemplo”.
Serão 60 vagas para os Jogos Olímpicos de Tóquio, tanto no masculino quanto no feminino. Os 15 melhores colocados ao fim do período de classificação garantem vaga na competição, com um limite de quatro jogadores por país. O restante das vagas será preenchido de acordo com os rankings mundiais, com o máximo de dois atletas por país, desde que este país ainda não possua dois ou mais jogadores entre os 15 primeiros colocados.
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Liga define protocolo de saúde e times decidem volta do NBB
Entidade prevê isolamento de times e testes antes de treinos e jogos
O chefe-executivo da Liga Nacional de Basquete (LNB), Sérgio Domenici, disse que a entidade apresentará às equipes participantes do Novo Basquete Brasil (NBB), nesta quinta-feira (30), o protocolo médico para que a competição prossiga com portões fechados, e os custos para que isso ocorra. O torneio está paralisado desde 15 de março por causa da pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
Será preciso que os clubes aprovem o investimento necessário para seguir o protocolo (como a aquisição de testes, que serão importados), ou decidam pelo encerramento do campeonato, resguardando as classificações atuais para escolha de representantes em eventos internacionais.
“A liga criou um comitê científico com profissionais como médicos, fisioterapeutas e preparadores físicos. O protocolo prevê uma primeira semana de treinos individuais, na qual o atleta não tem contato com ninguém, exceto o preparador. Depois, teremos três semanas de treinos coletivos. Novos testes [de coronavírus] serão feitos. A ideia é colocar todos em um hotel, afastado do centro e das quadras, armar duas quadras [uma de treino e uma de jogo, com acesso apenas a equipes e produção]. Todos, mais uma vez, serão testados, o atleta, o motorista […]. É um processo complexo, tem de higienizar bola, bancos, uma toalha para cada um, número limitado de pessoas para tomar café da manhã”, afirmou Domenici durante uma videoconferência realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) tratando da questão da gestão esportiva nessa quarta (29).
O dirigente recordou que a primeira medida, tomada em março, de prosseguir com o torneio apenas com portões fechados, mostrou-se pouco eficiente. “O atleta vai ao aeroporto, volta para o hotel […]. São muitos os pontos de contaminação”, avaliou. A expectativa inicial, conforme o presidente interino da liga, era de que a pandemia estivesse sob controle em dois meses (o que não ocorreu). “Os cálculos lá de trás estão sendo revistos semanalmente. Há uma data limite [4 de julho] para terminar o campeonato, mas, para isso, teria que voltar a treinar no começo de junho, com todos os testes e cuidados, se a situação não continuar piorando como está”, analisou.
Após a paralisação da temporada, os clubes aprovaram que, caso retomada, a competição retornaria direto nos playoffs (mesmo faltando 33 jogos para o término da primeira fase). Pelo regulamento, os quatro primeiros (Flamengo, Sesi Franca, São Paulo e Minas Tênis Clube) avançam direto às quartas de final, enquanto as equipes do quinto ao 12º lugares disputam um primeiro mata-mata. Apesar de classificado, o Sendi Bauru anunciou a desistência da temporada por razões financeiras. Já o Pinheiros, também garantido, dispensou os jogadores do time profissional, cujos vínculos se encerram em maio.
Para Domenici, porém, a próxima temporada suscita ainda mais preocupação. “Consideramos que ela, talvez, seja mais difícil do que foi o primeiro NBB [em 2008]. Como estará o mercado? Tudo terá que ser repensado. Vivemos em um país continental. Você tira um árbitro de Porto Alegre, leva para Fortaleza, depois para Campina Grande [PB] […]. É um custo altíssimo. Como estarão as companhias aéreas após a pandemia? Os clubes transportam 18 atletas por viagem. Uma equipe de Brasília, de Fortaleza, Pato Branco [PR], fazem a maior parte da competição por via aérea. Como faremos a competição? Ela será regionalizada? Terá arbitragem local? Precisaremos de mais equipes locais para as transmissões? Teremos que abrir mais para web? São perguntas que ainda não sabemos responder”, concluiu.
D7
Presidente do Vasco prevê jogos com portões fechados
Alexandre Campello diz que treinos devem recomeçar em maio
O Vasco ainda não sabe quando vai poder voltar aos gramados. Entretanto, em entrevista coletiva virtual transmitida nessa quarta (29) pelo canal do clube no Youtube, o presidente Alexandre Campello analisou as consequências do novo coronavírus (Covid-19) sobre o futebol.
“Para ser bem sincero, este ano acho que não teremos condições de ter público nos estádios”, afirmou o dirigente, que também é médico. Ele ainda lembrou que a pandemia veio pra mudar toda a sociedade, inclusive o futebol, que depende da autorização do Governo estadual para voltar a acontecer no Rio de Janeiro.
Participou ainda da coletiva o vice-presidente financeiro, Carlos Leite, que disse que a construção do novo Centro de Treinamento, em Jacarepaguá, está em andamento. “As obras não foram paralisadas e a previsão é de que o time profissional já possa usá-lo em julho”. De Porto Alegre (RS), Leão recordou que o CT do Almirante, em Vargem Pequena, era alugado e já foi devolvido, proporcionando uma economia de R$ 500 mil por mês.
Segundo Campello, o gigante da colina aproveitou a pausa para preparar a estrutura de São Januário para receber a comissão técnica e os atletas no retorno aos treinos. “Vamos voltar aos poucos. O nosso protocolo de segurança começa da saída do jogador de casa até o gramado. Inicialmente, os treinamentos devem começar em pequenos grupos em horários diferentes de treinamento, com monitoramento e testes não só para os jogadores, mas para os familiares e aqueles que tenham contato com eles”, afirmou o presidente do Vasco, que elogiou o protocolo Jogo Seguro, elaborado pela Federação de Futebol do Rio (Ferj) a partir da reunião dos departamentos médicos dos clubes e de um infectologista.
O presidente vascaíno prometeu ainda publicar o balanço financeiro do clube na próxima quinta (30). “Ainda não dá pra medir o impacto do prejuízo econômico da pandemia no clube, mas certamente não será menor do que R$ 40 milhões”, concluiu Campello, reiterando que a volta do futebol só acontecerá após a liberação do poder público.
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Em reunião, CBF confirma retorno dos treinos depois do dia 30
Confederação disse que definição dos Estaduais fica por conta das federações locais. Governo já afirmou que retorno ‘deve acontecer em breve’
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) divulgou na madrugada desta quarta-feira (29) que aprovou o retorno das atividades dos clubes para depois de 30 de abril, quando terminam as férias dos jogadores. Em nota, a confederação disse ainda que a volta dos Estaduais está nas mãos das federações locais. A tendência é que as disputas comecem em 16 e 17 de maio.
A decisão saiu depois de uma reunião por vídeochamada entre a CBF, as 27 federações e a Comissão Nacional de Clubes. A confederação, as federações e o órgão com atuação independente entenderam que cabe a cada clube avaliar o cenário para retomar os treinamentos com o plantel.
“O compromisso das entidades é construir um calendário e protocolos para a retomada gradual das competições, a começar pelos campeonatos estaduais, ainda sem data definida. Ficou assegurada a autonomia das Federações Estaduais na condução dessas medidas junto às autoridades de saúde, respeitando as características e o momento vivido por cada estado em relação à pandemia”, diz a nota.
Na última segunda (27), a equipe econômica do governo federal afirmou que os campeonatos de futebol serão retomados “em breve”, desde que os jogos não tenham impacto sobre a saúde.
“Será em breve, porque o povo brasileiro está em casa e quer assistir a seu jogo de futebol. Os campeonatos têm que continuar e, assim que as condições forem propícias, eles irão continuar”, disse o secretário especial de produtividade e competitividade, Carlos da Costa.
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