Substantivos são palavras que dão nomes aos seres. Porém, o significado de seres não é o biológico. Nesse contexto, pode significar pessoas, lugares, grupos, indivíduos, animais, vegetais, elementos mitológicos ou da natureza. O conceito de seres é muito mais abrangente do que aquele ao qual estamos habituados. Em termos gerais, os substantivos são nomes, não só de seres, mas também de emoções, sensações e diversos outros elementos que podem ser nomeados.
A palavra substantivo vem de “substância”, isso porque são os tipos de palavras que nomeiam as coisas que existem no mundo, sendo elas materiais ou não. Normalmente os substantivos são os sujeitos das frases, a quem os adjetivos se relacionam, e são muitas vezes acompanhados pelos artigos, pronomes e numerais.
Classificação dos substantivos
Podemos classificar os substantivos por quatro duplas de aspectos de classificação. Por dupla, cada substantivo só pode estar de acordo com um elemento. São as duplas de classificação:
Simples e compostos
São classificados como substantivos simples aqueles que possuem apenas um radical em sua composição. Já os substantivos compostos têm pelo menos dois radicais na sua formação. São formados por composição (justaposição e aglutinação) e também por hibridismo.
Exemplos de substantivos simples: farinha, trauma, cachorro.
Exemplos de substantivos compostos: guarda-chuva, girassol, couve-flor, louva-a-deus.
Primitivos e derivados
Os chamados substantivos primitivos são aqueles que dão origem a outras palavras da língua. Já os substantivos derivados, como o próprio nome indica, provêm de outra palavra da língua. São formados por um dos seis tipos de derivação - prefixal, sufixal, prefixal e sufixal, parassintética, regressiva e imprópria.
Exemplos de substantivos primitivos: pedra, filme, voo.
Exemplos de substantivos derivados: pedreiro, filmadora, voador.
Concretos e abstratos
Substantivos concretos são aqueles que se referem a seres que têm sua existência independente, sendo eles reais ou imaginários. Elementos de fantasias, mitos e divindades também são considerados concretos, pois são de existência independente, mesmo eles podendo não ser reais. Os substantivos abstratos são aqueles que dependem de outro ser para existir, e se referem aos sentimentos, qualidades, estados e ações.
Exemplos de substantivos concretos: cão, Afrodite, fantasma, ar, oceano, pedra.
Exemplos de substantivos abstratos: amor, angústia, caráter, imaturidade, derrota.
Comuns e próprios
São substantivos comuns aqueles que se referem aos serem comuns, que não possui uma particularização. Os substantivos próprios se referem a um ser ou indivíduo que está em evidência, e normalmente sempre são escritos com inicial maiúscula.
Exemplos de substantivos comuns: caminho, humano, mulher, zebra.
Exemplos de substantivos próprios: Júpiter, Guilherme, Rex, Andreia.
Substantivos coletivos
Alguns substantivos têm como significado um coletivo ou conjunto de outros substantivos. O coletivos são usados para facilitar a identificação de grupos e conjuntos de um tipo de ser, e por conta disso muitas vezes são empregados para evitar a repetição de palavras. Em vez de flexionar o substantivo para o plural, podemos usar o substantivo coletivo. Existem diversos coletivos, confira a seguir uma tabela com alguns dos principais.
Coletivo Conjunto de
acervo obras de arte
alcateia lobos
arquipélago ilhas
atlas mapas
bando/ cambada/ caterva/ choldra/ corja/ quadrilha/ súcia bandidos, malfeitores
batalhão/ pelotão/ tropa soldados
biblioteca livros catalogados
buquê/ ramalhete flores
caravana viajantes
cardume peixes
colmeia abelhas
constelação estrelas
elenco atores
enxame abelhas, vespas
fauna animais
flora espécies vegetais
junta bois
júri jurados
manada animais de grande porte (elefantes, por exemplo)
matilha cães
molho chaves
ninhada filhotes de aves
nuvem insetos
pinacoteca quadros
plateia espectadores
prole filhos
rebanho gado em geral
réstia alhos e cebolas
revoada pássaros
tertúlia amigos reunidos
tripulação marinheiros, aeroviários
vara porcos
vocabulário palavras
Flexão de gênero do substantivo
No português, os substantivos pertencem ou ao gênero masculino, ou ao feminino, e estes são identificados pelos artigos que os antecedem. Caso o artigo que acompanha o substantivo seja “o”, ele pertence ao gênero masculino; caso seja “a”, o gênero é o feminino. O sexo não está relacionado ao gênero gramatical da palavra. Para sabermos o gênero de uma palavra no âmbito linguístico, só usamos a concordância com o artigo “a” ou “o”. Exemplo disso é a palavra “pessoa”, que é do gênero feminino, porém pode se referir ao sexo masculino ou feminino. Sexo é questão biológica, e gênero é classificação gramatical.
Os substantivos podem ser classificados quanto a flexão de gêneros pelos seguintes aspectos:
Substantivos biformes
São substantivos que se destinam a seres humanos e animais que apresentam uma forma para o gênero masculino e outra para o feminino, normalmente mantendo o radical da palavra, porém não necessariamente. As flexões para o feminino se dão das seguintes maneiras.
A maioria dos substantivos terminados em “o” átono tem o “o” substituído por “a”. Exemplos: o menino/a menina, o gato/a gata.
A maioria dos substantivos terminados em consoante tem o “a” adicionado após a consoante. Exemplos: o diretor/a diretora, o deus/a deusa, o juiz/a juíza.
A maioria dos substantivos terminados em “ão” tem o final substituído por “ã” ou “oa”. Exemplos: o anfitrião/a anfitriã, o patrão/a patroa.
Palavras no aumentativo que terminam em “ão” têm o final trocado por “ona” Exemplos: o figurão/a figurona, o grandão/a grandona.
Alguns substantivos que se referem a títulos de nobreza, ocupações ou dignidades têm “esa”, “essa” ou “isa” substituindo a terminação. Exemplos: barão/baronesa, sacerdote/sacerdotisa, visconde/viscondessa, príncipe/princesa.
Alguns substantivos terminados em “e” têm a última letra substituída por “a”. Exemplo: mestre/mestra.
Alguns substantivos têm a flexão irregular. Exemplos: herói/heroína, rei/rainha, avô/avó.
Alguns substantivos usam radicais diferentes para a mudança de gênero. Exemplos: homem/mulher, mãe/pai, padrinho/madrinha, genro/nora, touro/vaca, carneiro/ovelha. Estes são chamados de heterônimos.
Substantivos uniformes
Os substantivos comuns de dois gêneros, também chamados de uniformes, não mudam de forma ao mudar o gênero. Ou seja, sem mudar de forma, permitem a variação de gênero pelo artigo ou outro determinante.
Exemplos: o/a estudante, meu/minha cliente, bom/boa jornalista, dois/duas artistas.
Substantivos sobrecomuns e epicenos
São substantivos que não possuem flexões, pertencem restritamente a um gênero, porém podem estar se referindo tanto a seres do sexo masculino quanto do feminino. Os sobrecomuns normalmente são os que se referem ao ser humano, e os conhecidos como epicenos se referem a alguns animais ou plantas sexuados.
Exemplos: a testemunha, a vítima, o cônjuge, a cobra, a aranha, o coqueiro.
Substantivos de gênero vacilante
São substantivos que costumam causar dúvidas quanto ao gênero. Alguns são confundidos com substantivos uniformes, porém os substantivo de gênero vacilante não têm o significado diferenciado pelo mudança de gênero do artigo que o acompanha. Em alguns casos consolida-se o uso de um gênero apenas, em outros pode-se usar qualquer um dos dois.
Exemplos: a dinamite, a alface, a libido, o herpes, o dó, o champanhe, o/a personagem, o/a diabetes, o/a usucapião.
Mudança de significado por mudança de gênero
Alguns substantivos têm o significado mudado quando o gênero é trocado. Isso ocorre não só por uma questão linguística, mas também histórica e cultural.
Exemplos: A cabeça – parte do corpo/ O cabeça – líder; O capital - dinheiro/ A capital - cidade; A rádio - emissora/ O rádio - aparelho.
Outros exemplos: a crisma - sacramento / o crisma - óleo; a cura - ato de curar / o cura - padre; a moral - ética / o moral - estado de espírito; a grama - relva / o grama - medida de massa; a polícia - corporação / o polícia - policial.
Flexão de número do substantivo
Os substantivos também podem ser flexionados conforme o número. Podem estar no singular, quando se refere a um único ser, ou no plural, quando se refere a um grupo de dois ou mais seres. As regras de formação do plural são diferentes para substantivos simples e compostos.
Plural de substantivos simples
Os substantivos simples podem ser pluralizados das seguintes maneiras:
Acréscimo de “s” em palavras terminadas em vogal, ditongo oral ou o ditongo nasal “ãe”. Exemplos: mãe/mães, fã/fãs, rua/ruas, pai/pais, série/séries, notícia/notícias.
Substituição da terminação “ão” por “ões”. Exemplos: botão/botões, avião/aviões, coração/corações. Alguns aceitam mais de um plural, por exemplo: corrimão - corrimãos / corrimões; cirurgião - cirurgiões / cirurgiães; aldeão - aldeãos / aldeões / aldeães.
Acréscimo de “s” em paroxítonas e em alguns monossílabas e oxítonas terminadas em “ão”. Exemplos: vão/vãos, sótão/sótãos, irmão/irmãos.
Substituição da terminação “ão” por “ães”. Exemplos: cão/cães, capitão/capitães, pão/pães.
Substituição da consoante “m” final por “ns”. Exemplos: afim/afins, cupom/cupons, tom/tons.
Acréscimo de “es” em palavras terminadas em “r” ou “z”. Exemplos: mar/mares, paz/pazes.
Acréscimo de “es” em palavras oxítonas ou monossílabas terminadas em “s”. Exemplo: gás/gases, país/países.
Mantém-se a forma original para paroxítonos ou proparoxítonos terminados em “s”. Exemplos: lápis, ônibus, atlas.
Substituição da última letra por “is” em palavras terminadas em “al”, “el”, “ol” ou “ul”. Exemplos: canal/canais, papel/papéis, anzol/anzóis.
Substituição da última letra em palavras terminadas por “il” por “s”, caso sejam oxítonas, ou por “eis”, caso sejam paroxítonas. Exemplos: barril/barris, réptil/répteis.
Acréscimo de “s” ou “es” em palavras terminadas em “n”. Exemplos: hífen/hífens/hífenes, gérmen/gérmens/gérmenes.
Mantém-se na forma original as palavras terminadas em “x”. Exemplo: tórax.
Plural de substantivos compostos
Os substantivos compostos podem ser pluralizados das seguintes maneiras:
Substantivos compostos sem hífen comportam-se como susbtantivos simples. Exemplo: pontapé/pontapés.
Em compostos formados com uso de hífen e onde o primeiro elemento é um verbo, advérbio, preposição ou prefixo e o segundo é um adjetivo ou substantivo, pluraliza-se apenas o segundo elemento. Exemplos: beija-flor/beija-flores, alto-falante/alto-falantes, contra-ataque/contra-ataques, vice-presidente/vice-presidentes.
Caso ambos os elementos sejam variáveis, como adjetivos, numerais e substantivos, ambos se pluralizam. Exemplo: terça-feira/terças-feiras, cota-parte/cotas-partes, lugar-comum/lugares-comuns, redator-chefe/redatores-chefes.
Em elementos unidos por preposição, apenas o primeiro vai para o plural. Exemplos: mula-sem-cabeça/mulas-sem-cabeça, pé-de-moleque/pés-de-moleque.
Em casos de elementos repetidos ou derivados de onomatopeias, apenas o último fica no plural. Exemplos: pingue-pongues, tico-ticos.
Alguns substantivos compostos não se modificam quando passam para o plural. Exemplo: bota-fora, louva-a-deus, salva-vidas.
Se o segundo elemento especificar o primeiro, apenas ele ou ambos vão para o plural. Exemplo: salário-família/salários-família ou salários-famílias.
A diferença é que em cirurgião-dentista, o segundo substantivo não faz papel de adjetivo, pois cirurgião-dentista não é um tipo de cirurgião. Logo, o plural é cirurgiões-dentistas ou cirurgiães-dentistas. Já em palavra-chave, o segundo substantivo faz papel de adjetivo, pois palavra-chave é um tipo de palavra. Logo, o plural é palavras-chave, mas também pode ser palavras-chaves.
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