sábado, 15 de janeiro de 2022

Português sem Enrolação - sujeito

 Sujeito é um termo essencial da oração, está presente na maioria delas, explícito ou não. Sua existência, porém, não é sempre obrigatória. É com o sujeito que o verbo ou locução verbal da oração que há uma relação, seja de atividade, de passividade ou de atividade e passividade ao mesmo tempo. A concordância do verbo depende da pessoa e número do sujeito, por exemplo: se ele estiver na segunda pessoa do singular, o verbo se flexiona (em pessoa e número) concordando com o sujeito. Vejamos os exemplos abaixo:


Daniel comeu muito.

É possível notar que o sujeito é “Daniel” pois é com ele que o verbo se relaciona. Como o sujeito não é nem quem fala, nem com quem se fala, fica claro que ele pertence à terceira pessoa. Daniel é apenas um, logo está no singular. O verbo “comer” também está flexionado na terceira pessoa do singular, criando assim uma concordância.


Nós comemos muito.

Tomamos a mesma frase do exemplo anterior, mas o sujeito agora é “nós”, que é um pronome pessoal da primeira pessoa no plural. O verbo continua nas mesmas flexões de tempo e modo, mas sofreu variação de número para acompanhar o sujeito, e agora está na primeira pessoa do plural.


Tu comeu muito.

Temos um exemplo de erro de concordância verbal. Podemos perceber o “tu” como sujeito, e já sabemos que este sujeito é um pronome pessoal de segunda pessoa no singular. “Comeu” é a flexão do verbo “comer” na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo. O verbo e o sujeito não concordam, o correto seria trocar o “tu” por “você”, que apesar de se referir àquele com quem se fala, é flexionado como terceira pessoa. Outra correção é mudar o verbo de “comeu” para “comeste”.

 

Os pronomes que funcionam como sujeito são os pronomes pessoais do caso reto, de tratamento, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.



 

Tipos de sujeito

Nem todos sujeitos aparecem da mesma forma na estrutura da oração. Às vezes eles não são explícitos, outras vezes não se pode defini-los, e em outros casos simplesmente não existem. Os sujeitos podem ser classificados em:


Determinado simples

É o mais fácil de se perceber. O sujeito é classificado como simples quando o verbo se refere a algo ou alguém que está explícito no texto, e esse referencial possui apenas um núcleo, formado por um substantivo, pronome, numeral ou palavra substantivada. Vale lembrar que o número do pronome, numeral ou substantivo não interfere na classificação do sujeito, mas sim na sua concordância. É o núcleo único que o define como simples. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como sujeito: trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva.


Exemplo: A polícia fez um bom serviço.


Determinado composto

É muito semelhante com o simples, também possui núcleos explícitos na oração formados por substantivos, pronomes, numerais ou palavras substantivadas. A diferença é que o sujeito composto possui dois ou mais núcleos. Não importa se os núcleos estão no plural ou singular, a quantidade de núcleos é o que define o sujeito composto.


Exemplo: João e Maria fizeram um caminho de migalhas


Determinado oculto

Muitas vezes o sujeito não está explícito na oração, porém ele existe e é definido. O sujeito não está expresso, mas é possível identificá-lo por conta da concordância verbal. O verbo ainda se relaciona com o sujeito, e por isso, mesmo ele estando fora da oração, a concordância entre sujeito e verbo precisa existir. Muitas vezes o contexto ajuda a descobrir o sujeito oculto. Também pode ser chamado de elíptico, implícito, desinencial ou subentendido.


Exemplos: Rastejei de dor – (Eu) Rastejei de dor.


Sujeito indeterminado

Às vezes não é possível descobrir quem é o sujeito da oração, apesar dele estar lá. O sujeito indeterminado é aquele que não se refere a ninguém nem nada especificamente, possui uma abrangência geral e não foi citado ou referenciado em nenhum momento.


Exemplos: Telefonaram para você; Precisa-se de médicos; Vive-se com conforto; Era-se feliz antigamente.


Sujeito inexistente

Orações sem sujeito existem, mas são bem específicas. Há casos em que não se pode relacionar nenhum sujeito ao verbo, é o caso dos verbos que indicam um fenômeno meteorológico, verbos com sentidos de existência, acontecimento e verbos que indicam tempo, hora, data e distância.


Exemplos: Chove bastante; Há bastante gente no mundo; Houve muitos imprevistos; Faz frio no inverno; Faz cinco anos que não vou ao teatro; São três horas.


OBS: Muitas vezes, advérbios podem assumir a função sintática de sujeito, como pode ser visto nos casos abaixo:


Amanhã será um bom dia – sujeito: “amanhã”, o dia de amanhã.

Lá já anoiteceu – sujeito: “lá”, naquele lugar.

Agora é a melhor hora – sujeito: “agora”, este momento.

Verbos que indicam fenômenos da natureza, quando usados em sentido figurado, tornam-se pessoais.

Exemplo: Choveram indiretas na reunião.

O pronome se que se liga a VTI, VI ou VL é chamado de pronome de indeterminação do sujeito (PIS). Se esse estiver ligado a VTD ou VTDI, será chamado de pronome apassivador (PA), admitindo voz passiva analítica.

Por exemplo: Alugam-se apartamentos. / Apartamentos são alugados.

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