sábado, 7 de janeiro de 2023

Português sem Enrolação - Novo Acordo Ortográfico

 O novo acordo ortográfico também estabeleceu mudanças pequenas em nosso alfabeto e simplificou a regra para o uso das letras maiúsculas fora da primeira palavra da frase. Apesar de serem pontos mais pequenos e não mudarem tanto as regras que já conhecíamos, ainda sim tem importância para a unificação da língua portuguesa.


Mudanças

As letras “k”, “w” e “y” fazem parte do nosso alfabeto agora, mas ainda tem uso restrito a derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros, abreviaturas de unidades de medida e palavras estrangeiras não aportuguesadas. Foi adotado a convenção internacional, onde o “k” vem depois do “j”, o “y” depois do “x” e o “w” depois do “y” e antes do “z”.

As letras maiúsculas ficaram restritas a:

Nomes próprios (João, Maria, Roberto).

Nomes de lugares (Sâo Paulo, Campinas, Liberdade).

Nomes de Instituições (Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo).

Nomes de seres mitológicos (Zeus, Hades).

Nomes de festas, religiosas ou profanas (Natal, Carnaval).

Pontos cardeais que indicam regiões (Sudeste, Ocidente).

Siglas (ABL, IMC).

Títulos periódicos (Folha de S. Paulo, Meia Hora).

Iniciais de abreviaturas (Dr.. Sr., V. Exª).

É de uso facultativo letras maiúsculas em:

Domínios do saber, disciplinas e cursos (Matemática/matemática, Filosofia/filosofia).

Títulos (Doutor/doutor, Conde/conde).

Categorias de logradouros públicos, templos e edificações (Rua/rua 25 de março, Igreja/igreja do Bonfim, Edifício/edifício Bandeiras).

O novo acordo ortográfico estabeleceu algumas regras para o hífen com o objetivo de tornar mais simples e racional o uso deste sinal gráfico, antes muito confuso e meio arbitrário. Houve algumas mudanças nas palavras compostas, porém a maior parte das alterações foram feitas nas regras de uso do hífen com prefixos. Confira a seguir o que mudou.


Mudanças

Palavras prefixadas cujo segundo elemento comece com “h” levam hífen. Exemplos: super-herói e pré-história.

Palavras formadas pelo acréscimo dos prefixos “des” ou “in” e que têm o segundo termo iniciado por “h” descartam o hífen. O “h” também é descartado e o segundo elemento começa com a primeira vogal. Exemplos: desumano e inábil.

Usa-se hífen quando o segundo elemento começa com a mesma vogal que termina o prefixo. Exemplos: micro-ondas e anti-inflamatório.

A exceção à regra acima é o prefixo “co”, que se aglutina mesmo quando o segundo termo também começa com “o”. Exemplos: cooperação e coordenação.

Não é usado hífen em palavras cujo segundo elemento comece com “r” ou “s”. Nestes casos deve-se dobrar a consoante. Exemplos: contrarregra e antissocial.

A exceção à regra acima são palavras prefixadas com “hiper”, “super” e “inter” e com segundo elemento iniciado com a consoante “r”. Exemplos: hiper-realista, inter-relação e super-romântico.

Palavras prefixadas cujo prefixo termine em vogal e o segundo elemento inicie com uma vogal diferente têm o uso do hífen abolido. São exemplos: semiaberto e contraindicação.

As demais regras para uso do hífen mantêm-se sem alterações. Algumas palavras compostas passam a ser aglutinadas por perderem a noção de composição, como é o caso de mandachuva e paraquedas, por exemplo. E também as locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas, com exceção das consagradas pelo uso. Exemplos: dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, cor-de-rosa, água-de-colônia, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

O novo acordo ortográfico trouxe mudanças para a gramática que estávamos habituados, talvez as mudanças na acentuação sejam as que encontrarão dificuldades para serem completamente inseridas na nossa ortografia. Com as mudanças, muitas palavras que estávamos acostumados a acentuar não precisam mais de acento. Felizmente as mudanças não trouxeram nenhuma regra de adição de acento, apenas regras para o não uso.


Mudanças

O trema foi abolido. As palavras que usavam trema não levam o acento mais: cinquenta, pinguim

Palavras estrangeiras que levam o acento Trema mantem-se como na língua original. É o caso de Müller e Bündchen.

Não é usado mais acento circunflexo em palavras que terminem com “oo”: voo, enjoo

Não é usado mais acento circunflexo nas formas verbais da terceira pessoa do plural com o final “eem”: creem, deem, leem, veem

Ditongos abertos “ei” e “oi” em palavras paroxítonas deixam de levar acento: ideia, heroico, joia, assembleia, estreia, boia.

A vogais “I” e “U” tônicos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas não tem mais acento: feiura, baiuca, bocaiuva

Acento agudo “U” tônico em formas verbais que têm o acento tônico na raiz são abolidos caso tenha “G” ou “Q” antes e “E” ou “I” depois: averigue, apazigue, oblique, argui, redargui.

Não recebem mais o acento diferencial as palavras:

para (verbo ou preposição)

pera (substantivo ou preposição arcaica)

polo (substantivo ou preposição arcaica)

pelo (verbo, substantivo ou preposição contraída)

coa (verbo ou preposição contraída)

É facultativo em: forma / fôrma (quando significa recipiente)

Aceita-se acento agudo ou circunflexo:

em algumas palavras oxítonas terminadas em E - bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, guiché ou guichê, caraté ou caratê, matiné ou matinê, nené ou nenê, purê ou puré

em palavras paroxítonas e proparoxítonas cujas vogais tônicas O ou E estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais M ou N: tónus e tônus, pénis e pênis, Vénus e Vênus, bónus e bônus, ónus e ônus, pónei e pônei, académico e acadêmico, gênero e género, fenómeno e fenômeno, Amazónia e Amazônia, António e Antônio, fémea e fêmea, ténue e tênue, génio e gênio.

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