sábado, 7 de janeiro de 2023

Português sem Enrolação - encontros vocálicos, consonantais e dígrafos

 O que são encontros vocálicos

Os encontros vocálicos são situações na língua portuguesa em que duas ou mais vogais ou semivogais se agrupam sem nenhuma consoante como intermediária. Não se pode ter mais nem menos de uma vogal por sílaba, por isso esses encontros se dão entre vogais de sílabas diferentes, ou, se for na mesma sílaba, entre vogal e semivogal. Os encontros vocálicos podem confundir na hora de separar as sílabas de uma palavra, então o conhecimento sobre elas é importante. Há três classificações de encontros vocálicos: hiato, ditongo e tritongo.


Hiato

Os hiatos são os encontros entre vogais que estão em sílabas diferentes. As duas vogais separam-se quando a palavra é dividida em sílabas. Também pode ser considerado hiato o encontro de uma vogal com semivogal e vice-versa, contanto que ambos estejam em sílabas separadas.

Exemplos: vo/ar, pe/ão e po/e/ta.


Ditongo

Os ditongos são os encontros que se dão entre uma vogal e uma semivogal ou entre uma semivogal e uma vogal, na mesma sílaba. A vogal /a/ nunca será uma semivogal, e sempre que as vogais /i/ e /u/ aparecem em um ditongo, elas serão as semivogais, a menos que seja indicado o contrário por acentuação. Os ditongos podem ser categorizados por:


Crescentes – Quando a semivogal vem antes da vogal na sílaba.

EXEMPLOS: guar/da/na/po e fé/rias.

Decrescentes – Quando a semivogal vem depois da vogal na sílaba.

EXEMPLOS: vai e moi/ta.

Orais – Pronunciados apenas com o ar passando pela boca. Todos os exemplos anteriores são ditongos orais.

Nasais – Pronunciados através da via nasal.

EXEMPLOS: mão, mãe e pão.

Nas terminações -em e -am ocorrem ditongos nasais decrescentes. Apesar de E e M serem, respectivamente, vogal e consoante, assim como A e M, quando estão em sequência essas letras são pronunciadas como um ditongo. Exemplos: também, mantém, aguentaram, voaram.


Tritongo

É o agrupamento de uma semivogal, uma vogal e outra semivogal na mesma sílaba, precisamente nessa ordem. Assim como os ditongos, os tritongos podem ser classificados em orais e nasais, mas como têm uma ordem determinada, não possuem as variações crescente e decrescente.

Exemplos: U/ru/guai (oral) e quão (nasal).


Encontros instáveis

Alguns encontros vocálicos podem ser pronunciados como ditongo ou hiato. Esses encontros são átonos e finais. Exemplos: pá/tio, pá/tria e ár/dua.

O que são Encontros Consonantais?

Os encontros consonantais são agrupamentos de duas ou mais consoantes que não possuem nenhuma vogal entre elas. Apesar de frequentemente serem confundidos com dígrafos, nenhum encontro consonantal pode ser considerado como tal, pois o que define um dígrafo é o fato de duas letras formarem apenas um fonema, o que não acontece nos encontros consonantais. Em português, esse tipo de agrupamento de letras pode acontecer de duas formas:


Encontros consonantais perfeitos: formados por consoante + L ou R na mesma sílaba. A pronúncia deles possui dois fonemas, porém, como não há vogal em sua composição, as letras que representam cada fonema não podem ser separadas.

Encontros consonantais imperfeitos: formados por consoantes que ficam em sílabas diferentes.

Existem também os encontros fonéticos, muito comuns no emprego da letra X e seu fonema /ks/. Nesse caso, o X é considerado dífono, ou seja, uma única letra representa dois fonemas. Uma mesma palavra também pode ter mais de um encontro consonantal, e algumas vezes três consoantes podem estar juntas na mesma palavra. Alguns estudiosos chamam esse fenômeno de encontro misto.


 


Exemplos:


Clava, bravo, briga, blindado, frígido, placar, triturador e triplo são exemplos de encontro consonantal perfeito.

Abdução, ritmo, explodir e opção são exemplos de encontro consonantal imperfeito.

Psicopata, pneu e pseudo são exemplos de encontros no começo da palavra.

Táxi e máximo são exemplos do encontro consonantal fonético.

Estrutura, extravagante e infiltração são exemplos de um encontro consonantal imperfeito e um perfeito juntos.

O que são Dígrafos?

O entendimento dos dígrafos vem desde sua etimologia. A palavra é originária do grego: “di” significa “dois” e “grafo” significa “escrever”. Os dígrafos são duas letras que quando escritas juntas geram apenas um fonema, por isso também são conhecidos pelo termo “digrama”, que significa “duas letras”. Esse fenômeno é muito fácil de se perceber na língua portuguesa. Podemos dividir os dígrafos em dois grupos: os consonantais e os vocálicos.


Dígrafos consonantais

São aqueles produzem um fonema de consoantes. Alguns são bem conhecidos, mas outros são facilmente confundidos com encontros consonantais. Por produzirem apenas um fonema, eles não podem ser considerados encontros consonantais. Veja a seguir os dígrafos consonantais da língua portuguesa e alguns exemplos.


Dígrafo Exemplo

rr (apenas entre vogais) Varrer, terra, morrer

ss (apenas entre vogais) Possui, assunto, essa

ch Chave, cachorro, chora

lh Canalha, baralho, falho

nh Senha, senhor, sonhar

sc Ascensão, nascer, descendente

Nasça, cresço

xc Excessivo, exceção

SC e XC são encontros consonantais quando o S e o X são pronunciados: exclamação, discutir.

xs Exsudar

gu (apenas seguido de E ou I) Guerra, guia

qu (apenas seguido de E ou I) Querido, vaqueiro, quilometragem

Quando o U é pronunciado, são ditongos: bilíngue, frequente.

Dígrafos Vocálicos

Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguidas pelas letras M ou N. Esses dígrafos fazem com que as vogais tenham um fonema com articulação nasalada. Neles, as letras M e N, não são consideradas consoantes, pois fazer parte do dígrafo vocálico. Por essa razão, quando M ou N se encontram com a consoante de uma outra sílaba, não é possível considerar isso um encontro consonantal. Veja exemplos dos dígrafos vocálicos:


Dígrafo Exemplo

am/an Amplificador, antagonista, banca

em/en Envergonhado, empatia, tentativa

im/in Impresso, indigestão, fincar

om/on Computador, congresso

um/un Algum, fungos

Lembrando que palavras com a terminação AM ou EM podem não ser dígrafos, pois o M nessas situações assume um outro fonema, ao invés de produzir apenas um som junto à vogal. Isso ocorre, por exemplo, nas palavras “também” e “ficam”, e nesses casos AM e EM são considerados ditongos.

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