quinta-feira, 21 de maio de 2020

Dicas do Programa de Qualidade (2)

26/07/1999
Padrão e estilo

"Aliado aprova nova postura (!).''

"Aliado aprova nova atitude.''

O manual desaconselha o uso de postura com o significado de atitude, como consta do verbete "posição": "Prefira este termo [posição] a postura ou posicionamento quando o sentido for o de atitude: 'O deputado Goes Asafes assume posição típica de oposicionista' em vez de 'O deputado Goes Asafes assume postura típica de oposicionista'."

23/07/1999
Parece, mas não é

"Quem cumpri-las, (!) terá garantia de recursos. Quem não cumprir, (!) não receberá o dinheiro.''

"Quem cumpri-las terá garantia de recursos. Quem não cumprir não receberá o dinheiro.''

As frases acima soam como se estivessem no condicional, algo do tipo: "Se cumprir, ganha...''. Nesse último exemplo, a vírgula é de lei. Isso talvez explique o porquê de tanta confusão em construções como a do contra-exemplo. Note que se trata de uma falsa impressão. A vírgula, nos dois casos destacados, está separando sujeito do verbo.

22/07/1999
Não há por que confundir

"Não há porque (!) magnificar o caso.''

"Não há por que magnificar o caso.''

É erro bastante comum usar porque, assim, junto, com o significado de razão pela qual. Nessa acepção por que é separado. Porque, junto, exprime explicação: "Está resfriado porque tomou chuva''. Pode-se fazer paralelo com as formas because e why, do inglês. A primeira equivale a porque e a segunda, a por que.

21/07/1999
Havia

"Calabi presidia o Banco do Brasil há (!) cerca de seis meses.''

"Calabi presidia o Banco do Brasil havia cerca de seis meses.''

No contra-exemplo, note que Calabi presidia (não preside mais) o Banco do Brasil. Trata-se de uma situação que não perdura mais, uma situação continuada no passado. O há não serve para indicar ação contínua no passado, o que é expresso, na gramática, pelo tempo imperfeito. Use, portanto, havia (pretérito imperfeito). Pode-se trocar o verbo haver pelo verbo fazer para notar melhor o erro: "Calabi presidia o Banco do Brasil faz (!) cerca de seis meses".

20/07/1999
Imbróglio

"Ninguém sabe como resolver esse `imbroglio'...''

"Ninguém sabe como resolver esse imbróglio...''

A palavra italiana "imbroglio'' está aportuguesada como imbróglio (trapalhada, confusão, mixórdia, embrulhada).

19/07/1999
A forma como, a maneira como

"Questionava a forma com que (!) avacalhavam tudo...''

"Questionava a forma como avacalhavam tudo...''

As expressões "a maneira com que'' e a "a forma com que'' não constam da norma culta da língua. Forma e maneira, assim como modo e jeito, exigem, nessa acepção, o pronome relativo como. Note que, com o pronome correto, a frase fica mais enxuta e elegante.

16/07/1999
Confiança em

"Tinha confiança (?) que daria certo...''

"Tinha confiança em que daria certo...''

O contra-exemplo mostra uma frase comum no português coloquial, mas note que, na norma culta, confiança exige a preposição em.

15/07/1999
Para a frente

"É preciso tocar para (?) frente.''

"É preciso tocar para a frente.''

A expressão é para a frente. O a é obrigatório, uma vez que frente é substantivo. Não se escreve, por exemplo, "virou para (?) lado".

14/07/1999
Negação atrai o pronome

"Ele nada me disse.'' e não"Ele nada disse-me (!).''

"Não me olhe assim!'' e não"Não olhe-me (!) assim!''

"Jamais lhe diga isso.'' e não "Jamais diga-lhe (!) isso.''

Note que palavras ou expressões que exprimem negação como não, ninguém, nunca, nem, jamais, nenhum, nada, de modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma etc. atraem o pronome oblíquo átono. O mesmo ocorre com advérbios, locuções adverbiais ou palavras denotativas, pronomes relativos, pronomes indefinidos, pronomes demonstrativos, conjunções subordinativas integrantes ou adverbiais, conjunções coordenativas aditivas ou alternativas, formas verbais proparoxítonas, numeral ambos, preposição em seguida de gerúndio, frases interrogativas, exclamativas e optativas.

13/07/1999
Linha-dura e linha dura

"Foi contra o regime linha-dura.'' (adjetivo)

"Ele é um linha-dura.'' (substantivo como sinônimo de partidário)

O termo linha-dura leva hífen quando se refere ao que é relativo à linha dura política, como adjetivo e substantivo.

Do "Aurélio'': "linha-dura Bras. Adj. 2 g. e 2 n.1. Relativo a, ou próprio da linha dura [q. v.]2. Que é partidário ou simpatizante da linha dura. S. 2 g.
3. Partidário ou simpatizante dela. [Pl. do s. 2 g.: linhas-duras. Cf. linha dura.]''

Mas note que linha dura, na acepção de política ou do conjunto de adeptos, é sem hífen:

"O governo implantou a linha dura.'' (substantivo, a política)

"Fulano faz parte da linha dura do partido.'' (substantivo, conjunto de partidários)

Do "Aurélio'': "Linha dura. Bras. 1. Política que preconiza a adoção de medidas severas contra a corrupção e a subversão. 2. O conjunto dos partidários e simpatizantes dessa política. 3. Aqueles que a orientam, que estão à frente dela. [Cf. linha-dura.]''

12/07/1999
Expectativa

"A expectativa é de que não ocorram mais problemas.''

"A expectativa é que não ocorram mais problemas.''

Perceba que o de do contra-exemplo é desnecessário. A expectativa é que e basta. "A expectativa é que tudo dê certo.'' Mas note que se tem a expectativa de que, como no exemplo abaixo:

"Tenho a expectativa de que tudo dê certo.''

09/07/1999
Não e hífen

Não pede hífen sempre antes de substantivos:

não-cumprimento

não-obrigatoriedade

etc.

Antes de adjetivo não há hífen: não resolvido, não flexionado, não durável, não descartável, etc.

Chave e hífen

Chave liga-se com hífen a outro substantivo e não varia no plural, embora alguns dicionários registrem como corretas:

questão-chave

pontos-chave

postos-chave

etc.

08/07/1999
Pronomes ele e o

"Pesquisa mostra que 58% das pessoas não querem ele (!) em campo...''

"Pesquisa mostra que 58% das pessoas não o querem em campo...''

Note que a redação do contra-exemplo soa descuidada. É como dizer "Você chama ele" em vez de "Você o chama''. O pronome pessoal do caso reto ele não cabe na frase, pois não pode ter a função de objeto direto. O verbo querer, por ser transitivo direto, pede o pronome oblíquo o.

07/07/1999
Sugestão

Em vez de "O escritor Fulano de Tal estará conversando...'',

pode-se optar por fórmula mais simples e eficiente: "O escritor Fulano de Tal conversará...''

A combinação de futuro do presente com gerúndio soa inflada e desnecessária.

06/07/1999
Substantivo e adjetivo

"São jovens sem-terra (!).''

"São jovens sem terra.''

No contra-exemplo, sem terra tem função de adjetivo e qualifica jovens. É o mesmo caso de jovens sem graça. Mas note que ocorre a hifenação quando esses termos cumprem função de substantivo:

"São os sem-terra.''

"São os sem-graça.''

05/07/1999
Impropriedade

"Se as taxas não forem suficientes, prepare-se para tomar (!) risco para tentar aumentar a rentabilidade.''

"Se as taxas não forem suficientes, será necessário assumir risco para tentar aumentar a rentabilidade.''

A expressão tomar risco é uma impropriedade linguística, pois risco não se toma. Risco aceita-se, assume-se, suporta-se etc. Queda-de-braço A expressão grafa-se assim, com hífen.

31/08/1999

Verbo que antecede porcentagem
"Foi realizada (!) apenas 10% da obra.''

"Foram realizados apenas 10% da obra.''

É correta a forma "10% da obra foi realizada". Mas, quando o verbo antecede sujeito formado de percentual, a concordância é feita com o elemento mais próximo. Na frase destacada no início, a concordância tem de ser feita obrigatoriamente com 10%, pois o verbo antecede o percentual.

30/08/1999
Certeza de, certeza sobre

"O presidente tem certeza (?) que a marcha será um sucesso.''

"O presidente tem certeza de que a marcha será um sucesso.''

"O presidente tem certeza sobre o sucesso da marcha.''

Tem se certeza de alguma coisa, tem-se certeza sobre alguma coisa. O uso dessas preposições é obrigatório.

27/08/1999
Contanto

"Ele aceitou, com tanto que não o comprometessem...''

"Ele aceitou, contanto que não o comprometessem...''

A locução conjuntiva condicional, que indica condição, é contanto que e significa "sob condição de que", "uma vez que", "desde que". Não confundir com construções do tipo: "Trabalhou com tanto empenho que se recuperou dos prejuízos''. Essa é a sequência da preposição com e do pronome indefinido tanto, que indica quantidade ou intensidade.

26/08/1999
Redundância

"O fato ocorreu há 20 anos atrás.''

"O fato ocorreu há 20 anos.''

"O fato ocorreu 20 anos atrás.''

O advérbio atrás é redundante com o verbo haver na acepção de tempo passado. Essa recomendação consta do manual, pág. 79.

25/08/1999
A linotipo, o linótipo

"Ela trabalha com um linotipo para compor os textos...''

"Ela trabalha com uma linotipo para compor os textos...''

A palavra linotipo (sinônimo de linotipadora) é feminina. Mas note que o "Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa'', da Academia Brasileira de Letras, registra a variante linótipo, com acento, como palavra masculina.

24/08/1999
À cata de...

"Os jornalistas saíram a (!) cata dos parlamentares envolvidos...''

"Os jornalistas saíram à cata dos parlamentares envolvidos...'''

A grafia correta da expressão à cata de (à procura de, em busca de) é com crase.

19/08/1999
Artigo e concordância

"Cerca de 50% das (!) 5 milhões de crianças infectadas...'''

"Cerca de 50% dos 5 milhões de crianças infectadas...'''

Tanto faz escrever: 1) 5 milhões de crianças foram infectadas ou 2) 5 milhões de crianças foram infectados. Mas no contra-exemplo acima há um artigo embutido na forma das. Nesse caso, a concordância é obrigatoriamente feita com a palavra que o artigo está antecedendo. A palavra milhão é masculina, portanto usa-se dos. Por exemplo, não escrevemos "A maioria das grupos de mulheres é favorável à medida''.

18/08/1999
Pôr, colocar

"Deixou seu posto de origem para se por (!) ao lado do companheiro.''

"Deixou seu posto de origem para se pôr ao lado do companheiro.''

Pôr, verbo sinônimo de colocar, leva acento, diferentemente da preposição por.

17/08/1999
Dúvida (de) que

"Não há dúvida de que ele é um líder..."

"Não há dúvida que ele é um líder..."

Tem-se dúvida de alguma coisa. "Tenho dúvida de sua capacidade.'' Mas em frases com que, como no exemplo destacado, o de é facultativo.

16/08/1999
Deficientes e preconceito

"Ligado originalmente ao movimento black e hoje preso a uma cadeira de rodas..."

Note que a expressão "preso a uma cadeira de rodas'', além de ser chavão, tem sentido discriminatório e pejorativo. Recomenda-se 'pessoa que usa cadeira de rodas'.

"A população deveria estar consciente dos perigos do álcool. Ninguém vai encontrar alegria num velório ou cadeira de rodas."

A frase grifada acima é infeliz, pois conclui impossível a felicidade para deficientes. Obviamente não se quis dizer isso, mas é o que se deduz.

11/08/1999
Advérbio atrai pronome

"Frequentemente compram-se (!) imóveis...''

"Frequentemente se compram imóveis...''

"Frequentemente, compram-se imóveis...''

Advébios (frequentemente, também, agora etc.) atraem o pronome. Mas repare que, se houver vírgula ou outra pausa entre o advérbio e o pronome, este ficará depois do verbo, pois não se inicia oração, exceto sob licença poética ou quando se pretende reproduzir a fala coloquial.

10/08/1999
Em comemoração dos

"O evento é em comemoração aos (!) 500 anos do Brasil.''

"O evento é em comemoração dos 500 anos do Brasil.''

Na norma culta da língua, algo é feito em comemoração de alguma coisa, nunca em comemoração a (!) alguma coisa. Não confundir com homenagem, que pede a preposição a. "O evento é uma homenagem a Fulano e a Sicrano."

09/08/1999
Dúvida (de) que

"Não há dúvida de que ele é um líder..."

"Não há dúvida que ele é um líder..."

Tem-se dúvida de alguma coisa. "Tenho dúvida de sua capacidade.'' Mas em frases com que, como no exemplo destacado, o de é facultativo.

05/08/1999
Pêra , pera, peras

"Comprou algumas pêras (!).''

"Comprou algumas peras.''

Pêra, a fruta, é acentuada no singular para se diferenciar de pera, preposição em desuso que significa para. Mas note que o plural, peras, não é acentuado.

04/08/1999
Socioeconômico

"Os Estados não têm o mesmo perfil sócio-econômico (!).''

"Os Estados não têm o mesmo perfil socioeconômico.''

Assim como sociocultural e sociopolítico, socioeconômico se escreve sem hífen. Perceba que é acentuada apenas uma sílaba. O "Aurélio'' traz sóciopolítico, dessa maneira, com dois acentos e sem hífen. O dicionário, contraditoriamente, também registra sócio-políticos, com hífen. Desconsidere essas duas grafias.

03/08/1999
Divergir de

"Minas diverge com (!) SP sobre impostos.''

"Minas diverge de SP sobre impostos."

Não se diverge com, diverge-se de. Dessa maneira, "Fulano divergiu de Sicrano*'', e não "Fulano divergiu com Sicrano*''. * Esta versão corrige a palavra Sicrano, que saiu grafada erradamente como Siclano ou Cicrano, formas coloquiais não dicionarizadas. Ciclano é um termo da Química, que corresponde a um hidrocarboneto saturado cíclico.

02/08/1999
Prefixado

"Os contratos são pré-fixados (!).''

"Os contratos são prefixados.''

De modo geral, o prefixo pré é acompanhado de hífen, mas há exceções como prefixado, predeterminar, preestabelecido. Na dúvida, consulte o dicionário.

30/09/1999
Há, havia

"Um adolescente que estava internado há (!) menos de um mês no local morreu...

'' "Um adolescente que estava internado havia menos de um mês no local morreu...''

A incidência desse tipo de erro continua alta na Folha. O verbo haver deve acompanhar o tempo da ação. Se, no caso acima, o adolescente estava internado e morreu, não se pode escrever "há menos de um mês", o que dá a entender que ele continua internado (e, obviamente, vivo). Experimente substituir haver por fazer: é mais fácil perceber o erro numa frase como "um adolescente que estava internado faz menos de um mês".

29/09/1999
Penalizar, punir

"Ele não pode ser penalizado pelo que aconteceu.''

"Ele não pode ser punido pelo que aconteceu.''

Penalizar é causar pena ou desgosto a alguém, segundo o "Aurélio"; na Folha, não deve ser usado como sinônimo de punir, embora um dicionário já registre a sinonímia. No "Manual da Redação" disponível no Folio, ao qual todos os terminais têm acesso, há um adendo com o comunicado da Secretaria de Redação a respeito do uso desses verbos.

23/09/1999
Todavia, entretanto

"Todavia, (!) o acordo não aconteceu.''

"Todavia o acordo não aconteceu.''

"O acordo, todavia, não aconteceu.''

"Entretanto, (!) não foi possível reparar o dano.''

"Entretanto não foi possível reparar o dano.''

"Não foi possível, entretanto, reparar o dano.''

Entretanto e todavia são conjunções. Em começo de frase, conjunções não devem ser seguidas de vírgula. Quando estão deslocadas na frase, devem aparecer entre vírgulas, pois há intercalação. Porém, há gramáticos que consideram esse uso facultativo.

22/09/1999
Porém

"O encontro foi um desastre. Porém, (!) nada se pode concluir do ocorrido.''

"O encontro foi um desastre. Porém nada se pode concluir do ocorrido.''

"O encontro foi um desastre. Nada, porém, se pode concluir do ocorrido.''

"O encontro foi um desastre. Nada se pode concluir do ocorrido, porém.''

Em começo de frase, porém não deve ser seguido de vírgula, pois é uma conjunção, ou seja, liga uma oração a outra, embora haja gramáticos que considerem correto esse uso. Quando está deslocado na frase, porém deve aparecer entre vírgulas, pois neste caso há uma intercalação.

21/09/1999
A previsão é que...

"A previsão é de que (!) as vendas caiam.''

"A previsão é que as vendas caiam.''

"A previsão é a de que as vendas caiam.'' Cuidado com o "dequeísmo''.

A previsão é, e basta. "A previsão é positiva.'' "A previsão é que os preços caiam.'' O de que aparece corretamente quando se emprega o pronome, no caso o a (que equivale a aquela'): "A previsão é a de que as coisas continuem como estão''. Evite esta última formulação, que soa empolada, conquanto não seja um erro gramatical.

20/09/1999
Contudo

"Contudo, (!) não soube explicar o atraso...''

"Contudo não soube explicar o atraso...''

"Não soube, contudo, explicar o atraso...''

Contudo, em começo de frase, não é seguido de vírgula, pois é uma conjunção, embora alguns gramáticos considerem correto. Quando aparece no meio da frase, as vírgulas são obrigatórias.

17/09/1999
Vírgulas e conjunções

"O Brasil deve lutar, mas quando perceber que não tem chances, deve apoiar..."

"O Brasil deve lutar, mas, quando perceber que não tem chances, deve apoiar..."

Conjunções contíguas devem ser separadas por vírgulas. "A produção foi diminuída, mas, se o mercado reagir, poderá voltar rapidamente ao nível anterior.""Os industriais afirmam que, se o mercado reagir, a produção poderá aumentar rapidamente." "Foi ao banheiro e, quando voltou, sua bolsa havia sumido."

16/09/1999
Um dos que

"O parlamentar foi um dos que mais se expôs...''

"O parlamentar foi um dos que mais se expuseram.''

Quando usar a expressão um dos que, coloque o verbo no plural. Só se usa o singular em frases enfáticas, literárias ou científicas: "Ele foi um dos que mais lutaram pela aprovação da emenda". A frase citada no início equivale a "entre os parlamentares que mais se expuseram, ele foi um".

15/09/1999
Haver

"Haviam (!) 1.430 adolescentes nas duas unidades...''

"Havia 1.430 adolescentes nas duas unidades...''

Quando significa existir, haver é sempre impessoal, isto é, não tem sujeito e não sai do singular, diferentemente dos seus sinônimos, que são pessoais e concordam com o sujeito. O que se segue é objeto direto. "Houve vários acidentes nesta semana", "não havia cadeiras suficientes". Quando haver (com o sentido de existir, ocorrer, acontecer) faz parte de locução, o verbo auxiliar tem de ficar no singular, transmite ao principal sua impessoalidade. "Deve haver novas cassações", "poderá haver pancadas de chuva".

10/09/1999
Determinação de

"A determinação do governo em (!) combater a inflação...''

"A determinação do governo de combater a inflação...''

Tem-se a determinação de alguma coisa.

08/09/1999
Cheque sem fundos

"A empresa recebeu um cheque sem fundo (!).''

"A empresa recebeu um cheque sem fundos.''

A expressão correta é cheque sem fundos, ou seja, sem provisão de dinheiro.

06/09/1999
Traz, trás

"Essa escolha trás (!) complicações...''

"Essa escolha traz complicações...''

Traz e trás são palavras homófonas, ou seja, têm o mesmo som, mas grafia e significado diferentes. Traz é do verbo trazer. O termo trás significa atrás, detrás: "Não se sabe o que está por trás disso''.

03/09/1999
Optar

"O empresário optou em (!) fazer investimentos de longo prazo.''

"O empresário optou por fazer investimentos de longo prazo.''

Opta-se por alguma coisa, opta-se entre uma coisa e outra, mas não em alguma coisa.

02/09/1999
Até as

"O restaurante funciona das 11h até às (!) 23h.''

"O restaurante funciona das 11h até as 23h.''

A expressão é até as, sem crase, pois a crase é a fusão da preposição a com o artigo a. No caso, a preposição é até, e não a. Portanto não há crase, exceto se sua falta gerar ambiguidades: Queimou todo o cabelo até à raiz. 

01/09/1999
Ponta-cabeça

"O quadro está de ponta (!) cabeça.''

"O quadro está de ponta-cabeça.''

Ponta-cabeça se escreve com hífen.


Nenhum comentário:

Postar um comentário

João Azevêdo diz que definição sobre 2024 no PSB será tomada de forma coletiva e afasta especulações

O governador João Azevêdo demonstrou descontentamento com o dDeputado federal, Gervásio Maia, presidente do PSB. João Azevêdo comentou a fal...