segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

Eu tinha falado, tinha falo ou tanto faz? / Ela se maquia, se maqueia ou tanto faz? / Uma vírgula muda tudo

 Falantes há que ainda usam no momento dos atos de fala a forma verbal do exemplo acima. Ainda ouvimos com certa frequência o “tinha falo”. Estamos diante de casos, segundo a visão normativa, de formas verbais no particípio. A forma correta é tinha falado. O verbo falar não é abundante, isto é, não possui duplo particípio. Só admite a forma falado para o particípio. A forma verbal falo refere-se à primeira pessoa do singular do presente do indicativo, sendo errado seu uso como particípio.

O correto segundo a norma padrão é: “Ela se maquia todos os dias”. O verbo maquiar (maquilar) é regular (termina em “iar” e não pertence ao grupo do MARIO, assim como anunciar, copiar, denunciar, renunciar, confiar). São apenas seis terminados em iar que formam o anagrama MARIO. O nome MARIO é formado com as iniciais destes verbos: mediar, ansiar, remediar, intermediar, incendiar, odiar.



Assim, devemos empregá-los no presente do indicativo:


Mediar: medeio, medeias, medeia, mediamos, mediais, medeiam.

Ansiar: anseio, anseias, anseia, ansiamos, ansiais, anseiam.

Remediar: remedeio, remedeias, remedeia, remediamos, remediais, remedeiam.

Intermediar: intermedeio, intermedeias, intermedeia, intermediamos, intermediais, intermedeiam.

Incendiar: incendeio, incendeias, incendeia, incendiamos, incendiais, incendeiam.

Odiar: odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam.

Usa-se a vírgula:

Para marcar intercalação:


a) do adjunto adverbial: O café, em razão da sua abundância, vem caindo de preço.


b) da conjunção adversativa e conclusiva: Os cerrados são secos e áridos. Estão produzindo, todavia, altas quantidades de alimentos. 

O Brasil está enfrentando uma grande crise econômica. Nós, portanto, precisamos economizar.


c) das palavras expressões explicativas ou retificadoras: As indústrias não querem abrir mão de suas vantagens, isto é, não querem abrir mão dos lucros altos.


Para marcar inversão:


a) do adjunto adverbial (colocado no início da oração): Depois das sete horas, todo o comércio está de portas fechadas.


b) dos objetos pleonásticos antepostos ao verbo: Aos pesquisadores, não lhes destinaram verba alguma.


c) do nome de lugar anteposto às datas: Recife, 15 de maio de 1982.


Usa-se vírgula para separar entre si elementos coordenados (dispostos em enumeração):

Era um garoto de 15 anos, alto, magro.

A ventania levou árvores, e telhados, e pontes, e animais. - Neste caso, a conjunção E vem repetida.

O que a vírgula muda?

Pode ser uma pausa, ou não: Não, espere / Não espere

Pode sumir com seu dinheiro: 23,4 / 2,34

Pode ser autoritária: Aceito, obrigado / Aceito obrigado

Pode criar heróis: Isso só, ele resolve / Isso só ele resolve

Pode ser a solução: Vamos perder, nada foi resolvido / Vamos perder nada, foi resolvido

Pode mudar uma opinião: Não queremos saber / Não, queremos saber

Pode condenar ou salvar: Não tenha clemência! / Não, tenha clemência!

sábado, 15 de janeiro de 2022

RNT - vinheta Super Música, RNT Rural

 Vinheta do programa musical da RNT, exibido por temporadas, nas tardes de sábado e de domingo

Vinheta do programa de agronegócio, que vai ao ar de segunda a sexta às 06:00 e aos domingos às 08:00

RNT - vinheta Momento da Sorte, Revista RNT, Resumo Esportivo, Cine Clássicos, Cine Premium

 Vinheta do sorteio das loterias da Caixa que vai ao ar de segunda a sábado às 20:25     

Vinheta da revista eletrônica que vai ao ar aos domingos às 23:15 após o programa Domingo Dinâmico

Vinheta do resumo dos gols da rodada que vai ao ar às segundas à meia-noite após o programa Revista RNT

Vinheta da sessão de filmes clássicos que vai ao ar às segundas à 00:30 após o programa Resumo Esportivo

Vinheta da sessão de filmes de ação e aventura que vai ao ar às segundas às 02:15 após a sessão Cine Clássicos, se não houver manutenção técnica

RNT - vinhetas Super Filmes, Roda da Fortuna e Quem Quer Ser um Milionário, Humor RNT, Domingo Total, Domingo Dinâmico, Sessão de Cinema, Erotika Max

 Vinhetas da faixa de game shows que vai ao ar aos domingos às 15:00 e 16:00 após a sessão Super Filmes

Vinheta da sessão de cinema que vai ao ar aos domingos às 13:00 após o programa Humor na RNT

Vinheta do humorístico que vai ao ar aos domingos às 12:00 após o esportivo Esporte Dominical

Vinheta do programa de variedades e auditório que vai ao ar aos domingos às 19:00 após o futebol

Vinheta da revista eletrônica que vai ao ar aos domingos às 20:45 após o programa Domingo Total

Vinheta da sessão de cinema com filmes variados, toda segunda, quarta e sexta às 02:00 após o programa Entrevista

Vinheta da sessão erótica, toda terça e quinta, às 02:00 após o programa Entrevista

RNT - vinheta Momento Ecumênico, Investigação em Ação, Qual o Seu Talento, RNT Repórter, Sessão HD, Conexão RNT, Super Sábado

 Vinheta do espaço aberto a todas as religiões que vai ao ar de segunda a sexta às 4:30

Vinheta do programa investigativo que vai ao ar toda terça às 22:45

Vinheta do programa de reportagens especiais que vai ao ar toda sexta às 22:45

Vinheta do show de talentos que vai ao ar toda quinta às 22:45

Vinheta da sessão de cinema com foco em filmes inéditos que vai ao ar toda segunda às 22:45

Vinheta do reality show que vai ao ar aos sábados às 22:45

Vinheta da sessão de cinema que vai ao ar aos sábados às 23:30 após o Conexão RNT

RNT - vinheta Cinema da Tarde, RNT Kids, TV Aula, RNT Social, Vestibulando, Domingo Empresarial, Voz Ativa, Santa Missa, Entrevista, Jornal 24 Horas

 Vinheta da sessão de cinema que vai ao ar de segunda a sexta às 15:45 após a Sessão Reprise e aos sábados às 14:45 após o TV Show

Vinheta do programa infantil que vai ao ar de segunda a sexta às 9:00 após o Manhã RNT e aos sábados às 9:15 após o Vestibulando

Vinheta do programa educativo que vai ao ar de segunda a sexta às 5:00

Vinheta do programa de preparação para o vestibular e Enem que vai ao ar aos sábados às 8:30 após o RNT Social

Vinheta do programa de responsabilidade social que vai ao ar aos sábados às 5:45 após a sessão Cine Escolha

Vinheta do programa de empreendedorismo que vai ao ar aos domingos às 7:30 após o programa Voz Ativa

Vinheta da revista eletrônica comunitária que vai ao ar aos domingos às 6:45 após a Santa Missa

Vinheta da transmissão religiosa que vai ao ar aos domingos às 5:45

Vinheta do programa de entrevistas que vai ao ar de segunda a sexta às 00:30 após o Jornal 24 Horas

Vinheta do jornal de resumo de notícias que vai ao ar de segunda a sexta à meia-noite após a faixa de shows

RNT - vinhetas Cine Escolha, Esporte Dominical, Jornal na Hora, Sessão Reprise, TV Show, RNT Resumo, Momento de Fé

 Vinheta da sessão interativa da RNT, toda quarta à 01:30 após o programa Entrevista

Vinheta da revista eletrônica dominical da RNT, todo domingo às 10:00, após o TV Motor

Vinheta do jornal vespertino da RNT, de segunda a sexta às 13:30, após o RNT Esporte

Vinheta do programa de variedades, de segunda a sexta às 14:15 e aos sábados às 14:00, após o Jornal na Hora

Vinheta da sessão de reprises de novelas, de segunda a sexta às 15:00, após o TV Show

Vinheta do boletim de notícias, de segunda a sexta às 17:30 após o Cinema da Tarde

Vinheta da mensagem religiosa, de segunda a sexta às 17:45 após o RNT Resumo

Português sem Enrolação - funções da linguagem

 Funções da linguagem é um assunto que vai muito além da gramática. Para entendê-lo plenamente, precisamos entender o processo de comunicação. Diferente do que muitos acreditam, comunicação acontece em tudo o que fazemos para nos expressar, e não só na língua falada ou escrita. Há comunicação em um gesto, um desenho, uma pintura, uma escultura, uma melodia, um grito. Nós, humanos não somos os únicos seres vivos que se comunicam, mas com certeza desenvolvemos como nenhum outro os processos comunicativos.


A comunicação ocorre quando um emissor emite uma mensagem a um receptor que a compreende. Apesar de parecer simples, existem diversos elementos que podem influenciar na comunicação, e a mudança de apenas um deles é capaz de produzir uma mensagem diferente ou uma modificar a compreensão do receptor. Para aprendermos mais sobre as funções da linguagem, recorreremos aos estudos de Roman Jakobson, linguista russo e inventor deste conceito.


Elementos da mensagem

O processo de comunicação possui elementos básicos que estão interligados e são interdependentes. 


 

Tomemos como exemplo uma música com letra, gravada por uma determinada banda e executada no rádio. Nesse contexto, os elementos do processo comunicativo podem ser identificados conforme mostramos a seguir:


Emissor – Aquele que envia e codifica a mensagem, seu remetente. No exemplo em questão, o emissor é a banda.

Receptor – É aquele que recebe, interpreta e decodifica a mensagem, seu destinatário. Os ouvintes da rádio no momento da execução da música são os receptores dela.

Canal – É o meio pelo qual circula a mensagem. No caso da música, as ondas de rádio correspondem ao canal por onde se transmite a mensagem, mas o aparelho de rádio também é um canal, já que é usado para receber essas ondas e decodificá-las de modo que sejam captadas pela audição dos ouvintes.

Código – São os instrumentos usados na transmissão da mensagem. No caso da música, as notas musicais e o código verbal (que, por sua vez, permitem a composição de melodia, arranjo e letra) são códigos.

Referente – É a situação a que a mensagem se refere, de que coisa ou pessoa ela trata. Uma música sobre paixão pode ter a pessoa amada do eu-lírico como referente.

Mensagem – É o conteúdo transmitido pelo emissor. No exemplo da música, a mensagem é o que ela diz, o sentido de sua letra combinada à parte instrumental.

Vamos reunir os elementos acima para compreendermos com mais firmeza o conceito de cada um deles e como eles se relacionam quando tomados como um processo de comunicação: uma banda (emissor) gravou uma música (mensagem) que possui melodia, aranjo e letra (códigos) e fala sobre a pessoa amada (referente) do eu-lírico. A música chega aos ouvintes (receptor) do rádio (canal). Agora que esclarecemos quais são os elementos do processo de comunicação, podemos avançar para o estudo, de fato, as funções da linguagem.


Tipos de funções da linguagem

As funções da linguagem são ligadas diretamente a um dos elementos estudados anteriormente. As funções nada mais são do que o foco da mensagem em um dos seis elementos da comunicação, e cada um deles possui características bem particulares. Vejamos a seguir as seis funções da linguagem:


Função referencial, denotativa ou informativa

A função referencial é aquela que possui como destaque o referente. A mensagem procura apenas passar informações sobre o assunto tratado. Costuma ter uma linguagem mais objetiva e formal, para evitar desvios do referente e mal-entendidos.


Exemplos: Podemos visualizar bem a função referencial em jornais, livros, revistas, telejornais, documentos oficiais, livros didáticos, artigos científicos, correspondências comerciais, bulas de remédio, manuais de instruções, receitas e redações, pois eles procuram sempre passar a informação de forma mais imparcial, evitando a expressão de emoções e com o mínimo de ruído possível.


Exemplo:


Nobel de medicina 2019: entenda a descoberta que levou ao prêmio


O trabalho de três pesquisadores ajudou a entender como as células do corpo adaptam-se à quantidade de oxigênio no ambiente.


Rafael Battaglia


Os vencedores do prêmio Nobel de Medicina de 2019 foram anunciados nesta segunda-feira (7). São eles: William Kaelin e Gregg Semenza, dos EUA, e Sir Peter Ratcliffe, do Reino Unido. O prêmio foi dado pelas suas descobertas sobre como as células do nosso corpo percebem e adaptam-se aos níveis de oxigênio disponível no ambiente.


Os três pesquisadores desenvolveram seus trabalhos individualmente desde os anos 1990. Juntas, suas pesquisas descrevem um importante mecanismo fisiológico — a resposta hipóxica das células — essencial para que indivíduos consigam sobreviver em lugares mais altos, onde há menor concentração de oxigênio.


Além de desvendar como esse mecanismo funciona, os organizadores do Nobel ressaltaram a importância das descobertas para futuras aplicações médicas. De acordo com o comunicado oficial, “suas descobertas também abriram o caminho para novas estratégias promissoras para combater a anemia, o câncer e muitas outras doenças”.

BATTAGLIA, R. Nobel de medicina 2019: entenda a descoberta que levou ao prêmio. Superinteressante. Disponível em: https://super.abril.com.br/ciencia/nobel-de-medicina-2019-entenda-a-descoberta-que-levou-ao-premio/. Acesso em: 28 out. 2019.


Função emotiva ou expressiva.

Acontece quando o destaque da mensagem é o próprio emissor. Seu objetivo é fazer com que o receptor se sinta “na pele” do emissor. Os textos emotivos são caracterizados por uma linguagem subjetiva e bastante pessoal, e neles é frequente o uso da primeira pessoa. A pontuação é bem particular, com muitos pontos de exclamação, interrogação e reticências. Por sua subjetividade, é bastante usada em poemas, letras de música, cartas pessoais, cordéis, novelas, textos líricos, memórias, biografias, depoimentos e entrevistas.


Exemplo: 

As Sem-Razões do Amor


Eu te amo porque te amo


Não precisas ser amante


E nem sempre sabes sê-lo


Eu te amo porque te amo


Amor é estado de graça


E com amor não se paga


 


Amor é dado de graça


É semeado no vento


Na cachoeira, no eclipse


Amor foge a dicionários


E a regulamentos vários


 


Eu te amo porque eu te amo


Bastante ou demais a mim


Porque amor não se troca


Não se conjuga nem se ama


Porque amor é amor a nada


Feliz e forte em si mesmo


 


Amor é primo da morte


E da morte vencedor


Por mais que o matem (e matam)


A cada instante de amor


Carlos Drummond de Andrade


Função apelativa, conativa ou imperativa

Esse tipo de função tem como foco o receptor, procurando sempre chamar sua atenção, persuadi-lo ou influenciá-lo de alguma forma. Utiliza bastante o modo imperativo dos verbos e quase sempre é desenvolvido na segunda pessoa. Como tem um poder persuasivo muito grande, é o discurso mais utilizado em propagandas, campanhas eleitorais, sermões religiosos, discursos políticos, textos de horóscopo, autoajuda, orações, preces e qualquer outro tipo de texto que queria chamar o receptor para fazer alguma coisa.


Exemplo: 

Oração do Pai Nosso


Pai nosso que estais nos céus, santificado seja o Vosso nome.

Venha a nós o Vosso Reino.

Seja feita a Vossa vontade, assim na Terra como no Céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje.

Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido.

E não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém.


Função fática

É a função que tem como foco o canal, e normalmente é usada quando o emissor testa o funcionamento do canal. Mais recentemente, também passaram a ser considerados casos de função fática os casos em que o canal é posto em destaque, como, por exemplo, um anúncio publicitário veiculado em uma revista que traz uma área com textura diferente do restante do papel, representando algo que deve ser experimentado pelo tato, e estimula o leitor a tocá-la, fazendo com que ele explore mais o canal. São exemplos cumprimentos, saudações, despedidas, vinhetas e conversas telefônicas. A função fática é desempenhada por expressões como “alô”, dita ao telefone, e “entendeu?”, indagada ao fim de uma explicação, e também o Plim Plim, no intervalo dos filmes e seriados da Globo.


Exemplo:

- Pai...

- Hmmm?

- Como é o feminino de sexo?

- O quê?

- O feminino de sexo.

- Não tem.

- Sexo não tem feminino?

- Não.

- Só tem sexo masculino?

- É. Quer dizer, não. Existem dois sexos. Masculino e feminino.

- E como é o feminino de sexo?

- Não tem feminino. Sexo é sempre masculino.

- Mas tu mesmo disse que tem sexo masculino e feminino.

- O sexo pode ser masculino ou feminino. A palavra "sexo" é masculina. O sexo masculino, o sexo feminino.

- Não devia ser "a sexa"?

- Não.- Por que não?

- Porque não! Desculpe. Porque não. "Sexo" é sempre masculino.

- O sexo da mulher é masculino?

- É. Não! O sexo da mulher é feminino.

- E como é o feminino?- Sexo mesmo. Igual ao do homem.

- O sexo da mulher é igual ao do homem?

- É. Quer dizer... Olha aqui. Tem o sexo masculino e o sexo feminino, certo?

- Certo.

- São duas coisas diferentes.

- Então como é o feminino de sexo?

- É igual ao masculino.

- Mas não são diferentes?

- Não. Ou, são! Mas a palavra é a mesma. Muda o sexo, mas não muda a palavra.

- Mas então não muda o sexo. É sempre masculino.

- A palavra é masculina.

- Não. "A palavra' é feminino. Se fosse masculina seria "o pal..."

- Chega! Vai brincar, vai.

O garoto sai e a mãe entra. O pai comenta:

- Temos que ficar de olho nesse guri...

- Por quê?

- Ele só pensa em gramática.

Sexa, de Luis Fernando Veríssimo


Função metalinguística

O código se destaca nesta função, pois o referente da mensagem se volta para seu próprio código. Caracteriza-se por apresentar “a linguagem falando da própria linguagem” (metalinguagem), como por exemplo. É uma função que não pode ser identificada apenas por aspectos da forma de expressão, mas sim por seu referente direcionado ao próprio código. Textos que abordam a atividade da escrita, programas de TV que falam sobre a televisão (por exemplo, Vídeo Show) e filmes sobre a indústria cinematográfica, gramáticas e dicionários são exemplos.


Exemplo:

verbete código - dicionário Aulete

(có.di.go)


sm.


1. Coleção de leis, disposições ou regulamentos sobre qualquer matéria (código penal).


2. Conjunto de preceitos ou normas de comportamento: código de conduta.: o código de honra dos samurais


3. Sistema de troca de informação ou de mensagens, que consiste em definir um conjunto limitado de sinais (p.ex., certos sons, ou gestos, ou figuras, cores etc.) e regras para combiná-los de modo que cada sinal ou grupo de sinais corresponda a determinada mensagem, informação ou significado


4. Código (3) us. para troca de mensagens secretas, e cujas regras são portanto ocultadas e mais ou menos difíceis de descobrir, tornando as mensagens incompreensíveis para quem não o conheça; esp.: sistema que usa palavras, letras ou outros sinais de comunicação conhecidos, mas segundo regras diferentes e complicadas: Escreveu um bilhete num código secreto.


5. Inf. Conjunto de sinais ou símbolos para representar dados e instruções de computador (segundo regras relativas ao modo com que podem ser combinados e à correspondência entre os sinais us. pelas pessoas e aqueles operados pela máquina)


6. Sinal ou série de sinais (sons, palavras, gestos etc.) que serve por convenção para representar ou identificar exclusivamente algo ou alguém; cada um dos símbolos us. em um código (acps. 3, 4 ou 5).


7. Restr. Palavra ou expressão, ou gesto etc., que tem, para certo grupo de pessoas, um significado combinado, diferente do conhecido ou habitual, ger. servindo como sinal ou instrução para alguma ação, como aviso, etc.


8. Série alfanumérica (algarismos e/ou letras) que identifica cada um dos itens de uma lista, como p.ex. usuários de um serviço, produtos em estoque, etc.: informe o seu código de assinante: digite o código do produto


9. Inf. Série de sinais alfanuméricos ou outros (bits) que representam determinada instrução de computador


Função poética ou estética

A função poética é centrada na mensagem, e caracteriza-se por ser expressa na própria estrutura da mensagem, seja em letras, ritmo, melodia, tonalidade etc. As rimas são um bom exemplo de função poética e muitos poemas usam e abusam desta função, mas não são as únicas formas de comunicação que a utilizam. A função poética também costuma acontecer em trocadilhos, piadas, histórias em quadrinhos, textos publicitários e letras de música, embora seja frequente em textos literários. Para entender melhor a função poética veja o exemplo abaixo, o poema “Poeminho do Contra” de Mario Quintana, poema brasileiro.


Todos esses que aí estão

Atravancando meu caminho,

Eles passarão...

Eu passarinho!

Vale a pena lembrar que os elementos do processo comunicativo estudados existirão em qualquer tipo de comunicação, independente do tipo de função usado. Além disso, é possível que um mesmo texto apresente mais de uma função da linguagem, eles não precisam necessariamente serem empregados individualmente. Agora que estudamos sobre o básico das funções da linguagem e dos elementos da comunicação você poderá observar os textos a sua volta de forma diferente.

Português sem Enrolação - figuras de linguagem

 Passar uma mensagem usando apenas as regras do português e de sua gramática é relativamente simples, e às vezes muito monótono. Existem estratégias usadas pelo autor ou falante que dão ao texto mais originalidade e expressividade, as chamadas figuras de linguagem. É quase impossível participarmos de uma conversa sem recorrer a uma ou outra dessas figuras, algumas já estão profundamente incorporadas à nossa língua, tanto que mal notamos que são figuras de linguagem. São artifícios bastante comum em obras literárias, musicais e poéticas, e o uso destes recursos pode transformar uma frase ordinária em algo original.


Classificação

As figuras de linguagem podem ser classificadas em quatro grandes grupos, e a divisão se dá em relação a aspectos fonológicos, semânticos ou sintáticos das palavras em que o recurso foi utilizado. Elas podem ser figuras de som, de palavra, de pensamento ou de construção.


Figuras de som

Conhecidas também como figuras de harmonia, estão intimamente relacionadas à fonologia. A sonoridade das palavras, sílabas ou fonemas são usadas de uma forma peculiar para criar um sentido expressivo único, seja construindo um ritmo na frase, imitando sons de animais ou máquinas, ou ainda relacionando palavras com sonoridade parecida. São figuras de som:


Aliteração – Repetição da mesma consoante ou de outra que tenha som parecido.

Exemplo: “Três tigres tristes comeram três pratos de trigo”

Assonância – Repetição de uma mesma vogal, recurso bastante usado em versos.

Exemplo: “Pólo sul, meu azul / Luz do sentimento nu” (Djavan – Linha do Equador)

Paronomásia – Repetição de sons semelhantes em diferentes palavras. Mais conhecida como trocadilho.

Exemplo: “Berro pelo aterro, pelo desterro/Berro por seu berro, pelo seu erro” (Caetano Veloso – Qualquer Coisa)

Onomatopeia – Conjunto de sílabas ou letras que reproduzem um som natural ou produzido. É muito comum nas histórias em quadrinhos.

Exemplos: CABUM! (Explosão) Tic Tac (Ponteiros de relógio)

Figuras de Palavra

Às vezes é possível usar uma palavra ou expressão com o significado de uma outra. Este empréstimo de significado torna-se possível devido a alguma semelhança existente entre os dois termos, que é reforçada pela figura de linguagem, produzindo uma sentença mais expressiva. Essas figuras também são conhecidas como tropos.


Comparação – Aproximação do significado de dois ou mais elementos com uso de termos comparativos: “como” , “assim como”, “tal que”, “que nem”, entre outros.

Exemplo: Linda como uma flor.

Metáfora – Substituição de um termo por outro devido a uma semelhança subjetiva entre os dois.

Exemplo: Mário é uma porta! Nunca vi tanta estupidez.

Metonímia – Substituição de um termo por outro devido a uma semelhança ou relação real entre os dois.

Exemplo: Ele leu Ariano Suassuna todo! (A obra de Ariano Suassuna)

Sinédoque – Substituições de termos havendo uma ampliação ou diminuição do sentido relacionado com a quantidade.

Exemplo: O baiano é preguiçoso (Os baianos/ As pessoas da Bahia)

Catacrese – Quando por falta de um termo específico, toma-se outro por empréstimo.

Exemplos: Perna da mesa; Cabeça de alho.

Sinestesia – Combinação de sensações físicas (tato, audição, paladar, visão, olfato) na mesma expressão.

Exemplo: Sua voz era áspera e azeda.

Antonomásia – Reconhecimento de uma pessoa por uma característica ou fato. Conhecido como apelido.

Exemplo: O poeta dos escravos era um bom poeta. (Castro Alves)

Figuras de Pensamento

As figuras de pensamento também estão relacionadas à estrutura semântica da palavra, e são utilizadas para causar impacto ou contradição no receptor da mensagem. Caracterizam-se pela aproximação de termos opostos, repetição de uma ideia em diferentes palavras e a utilização estratégica de palavras para representar uma ideia contrária.


Antítese – Aproximação de palavras ou expressões com significados opostos.

Exemplos: Adoro o verão, detesto o inverno.

Apóstrofe – Invocação de uma entidade ou pessoa, presente ou não, utilizando vocativo.

Exemplo: Pai! Apareça para mim!

Paradoxo –  Fusão de dois termos ou expressões excludentes relacionando-se ao mesmo termo. Também é chamado de oxímoro.

Exemplo: Escute o som do silêncio.

Eufemismo – Emprego de uma palavra para amenizar algo chocante, desagradável etc.

Exemplo: Ele adormeceu para sempre. (morreu)

A litotes é uma variação do eufemismo, quando se suaviza a ideia através da negação: Joana não é das mais bonitas. (feia)

Gradação – Sequência de expressões ou palavras que intensificam uma única ideia. Também é chamada de clímax.

Exemplo: Maior, menor, médio, não me importo com o tamanho.

Hipérbole – Exagero explícito de uma ideia.

Exemplo: Já te dei um milhão de motivos.

Ironia – Ocorre quando as palavras e o sentido que elas querem expressar se contradizem. Normalmente isso acontece de forma depreciativa ou sarcástica.

Exemplo: Que coisa linda vocês dois brigando!

Prosopopeia – Humanização de um objeto inanimado ou imaginário. Também é chamada de personificação.

Exemplo: A cama está me chamando.

Perífrase – Uso de termos que se relacionam a um objeto, situação ou local que não de tal forma que conseguem substituir o próprio nome daquilo a que se refere a sentença.

Exemplo: Eu nasci no país do futebol (Brasil).

Figuras de Construção

São as figuras de linguagem ligadas à estrutura da frase, também conhecidas como figuras de criação. Se relacionam com a parte sintática da frase. Omissões, repetições e alterações nas ordens e concordâncias das frases são as características das figuras de linguagem deste tipo. A mudança da estrutura sintática que corresponde à norma culta é o resumo das figuras de sintaxe.


Assíndeto – Ocorre quando há uma sequência de termos separados por vírgulas, e inclusive os possíveis conectivos são substituídos por ela.

Exemplo: Cheguei, pedi, paguei, bebi tudo o que pude.

Elipse – Omissão de um termo ou oração facilmente subentendido pelo contexto.

Exemplo: (Ele) Falou besteira, estava nervoso,(de) cabeça quente.

Zeugma – Omissão de um termo que seria repetido.

Exemplo: Atravessei o oceano e o deserto também. (omissão de “atravessei”)

Anáfora – Repetição proposital de um termo ou expressão no início de uma frase ou verso.

Exemplo: Fui à cidade grande. Fui a lugares jamais vistos.

Pleonasmo – Repetição de uma mesma ideia.

Exemplos: Subir para cima. Ver com os olhos.

Também pode ser uma redundância desnecessária, não intencional e sem valor estilístico (segredo secreto, criar novos empregos, prefeitura municipal, manter o mesmo, multidão de pessoas, na minha opinião pessoal), neste caso é um vício de linguagem.

Polissíndeto – Repetição proposital e enfática de conjunções.

Exemplo – Olho e pé e mão e cabelo e unhas e dentes.

Anástrofe – Inversão simples de palavras vizinhas.

Exemplo: Desesperado estou, futuro não vejo. (Estou desesperado, não vejo futuro)


Hipérbato – Inversão completa de elementos da frase.

Exemplo: Contra a correnteza, os salmões nadam. (Os salmões nadam contra a correnteza)

Sínquise – Inversão exagerada de elementos da frase.

Exemplo: A ponte se estende pelo vale, de madeira.

Hipálage – Atribuição de um adjetivo relacionado a um objeto atribuído a outro em uma mesma frase.

Exemplo: As espadas cansadas dos soldados. (na verdade, são os soldados que estão cansados)

Anacoluto – Interrupção da estrutura sintática de uma oração seguida de outra expressão complementar.

Exemplo – Esta televisão, sempre que chego, está ligada.

Silepse – Concordância ideológica. As palavras concordam com suas ideias, e não com gênero e número expressos.

Exemplo: São Paulo é linda. (São Paulo = A cidade de)

 

A interrupção de uma sequência narrativa pela intercalação de eventos ocorridos anteriormente é chamada de analepse. É mais conhecida como flashback, em uma linguagem cinematográfica.

O deslocamento de um termo para outro que o precede é chamado de prolepse. Também é chamada de antecipação. É mais conhecida como flashforward, em uma linguagem cinematográfica.

Português sem Enrolação - denotação e conotação

 A língua portuguesa permite que seu falante se expresse sendo literal e usando as palavras em seus sentidos comuns, ou sendo criativo e expandindo o horizonte de significado das palavras. O importante para a língua é que a mensagem criada seja entendida por seus receptores. Esse processo de comunicação pode utilizar a denotação, o sentido literal das palavras, ou a conotação, o sentido figurado.


Denotação

Palavras ou textos que estão empregados em seus significados habituais, normalmente os encontrados nos dicionários. Esse tipo de significado é chamado de denotativo. Normalmente, a linguagem denotativa é usada para informar de forma objetiva, direta e clara. Exemplos de lugares onde podemos encontrar a linguagem empregada denotativamente são os artigos científicos, telejornais, revistas, jornais, livros, redações, classificados, manuais, receitas e bulas. Vale ressaltar que uma palavra pode ter mais de um significado sem que nenhum deles fuja do sentido literal. Veja exemplos abaixo


Eu odeio suco de laranja. (Fruta)

Minha camisa é laranja. (Cor)

Conotação

A linguagem conotativa é utilizada quando o significado de uma palavra, frase ou texto é empregado de forma figurada, circunstancial, ou seja, não carrega, naquele contexto, o seu sentido comum. Os significados conotativos de uma palavra não são encontrados em um dicionário, isso porque dependem de interpretação, que pode diferir conforme o receptor da mensagem. Esse tipo de linguagem normalmente é empregado em textos mais criativos, poéticos e emocionais, pois o principal objetivo de seu uso é provocar sentimentos e sensações.


A linguagem conotativa é muito mais recorrente do que parece. Em nosso dia a dia, usamos, ouvimos ou vemos palavras, frases ou até mesmo imagens com sentido figurado. Seja em anúncios, expressões ou ditados populares, poesias, histórias em quadrinhos, trocadilhos, piadas, literatura e músicas, a conotação está sempre presente. Confira alguns exemplos:



 

Ele é o laranja da empresa. (Indivíduo envolvido em transações ilícitas)

Seu sucesso é enorme, já pode ser considerada uma estrela. (Pessoa que se destaca tanto quanto uma estrela na escuridão do céu)

Não vou com vocês nem que a vaca tussa. (Expressão que reforça uma negação)

Português sem Enrolação - semântica

 O que é Semântica

A semântica é o estudo dos significados, não só da palavra, mas das orações, frases, símbolos e imagens, entre outros significantes. Esse estudo da gramática está muito associado com a sintaxe. Caso seja feita alguma alteração na base sintática, uma alteração de pontuação ou de palavras, o significado de toda a frase muda, mas também pode acontecer de o significado de apenas uma palavra mudar. Podemos usar o exemplo de um desenho de uma cadeira. A sintaxe seria o desenho em si, a semântica é o significado que aquele desenho traz: uma cadeira. Se fizermos qualquer alteração no desenho, o significado da cadeira pode mudar. Se apagamos o encosto do desenho da cadeira o significado muda, aquilo não é mais uma cadeira, e sim um banco.


O processo de significação é o que possibilita a comunicação. Não adianta apenas ter a forma e a estrutura das palavras e frases, é preciso saber os significados delas para que o receptor da mensagem a compreenda com perfeição. A sintaxe e a semântica são usadas em níveis mais específicos para a criação artística e publicitária. O autor pensa nos significados que quer transmitir, depois busca a melhor maneira e quais ou melhores elementos para fazer com que essa mensagem seja entendida. No estudo da gramática relacionado ao significado das palavras e frases, é preciso levar em consideração três aspectos: sinonímia, antonímia e homonímia.


Sinônimos e Antônimos

A sinonímia e a antonímia são aspectos muito importantes na hora de se estudar os significados de uma palavra ou frase. Sinônímia é a relação entre dois ou mais significantes que possuem o mesmo significado, ou seja, sinônimos são palavras diferentes que possuem o mesmo sentido. Antônimos são dois significantes que possuem significados opostos. Palavras que se contradizem são antônimas entre si.


EXEMPLOS: “Morto” e “falecido” são sinônimos, pois ambos os termos têm o mesmo significado. “Bondoso” e “malvado” são antônimos, pois seus significados se opõem.



 

Homônimos e Polissemia

A homonímia é um aspecto muito importante e variado na gramática portuguesa, pois além de contemplar a escrita, também traz aspectos da sonoridade das palavras. Os homônimos são significantes parecidos que possuem significados diferentes, ou seja, palavras parecidas ou iguais na pronúncia, escrita ou nas duas coisas, mas com significados divergentes. Normalmente os homônimos são generalizados como polissêmicos, mas a polissemia tem leves diferenças dos homônimos. A lista abaixo traz os definições e exemplos de tipos homônimos e de polissemia.


Homógrafas: São palavras homônimas que possuem a escrita igual, mas são diferentes na pronúncia. EXEMPLO: Em “estou com sede” e “eu trabalho na sede da empresa”, a palavra “sede” tem a mesma grafia, mas não é pronunciada da mesma maneira.

Homófonas: São palavras homônimas que possuem a pronúncia igual, mas distinguem-se na grafia. EXEMPLO: “censo” (recenseamento) e “senso” (juízo) possuem a mesma oralidade, mas a escrita é diferente.

Perfeitas: São palavras homônimas que tanto são homógrafas quanto homófonas. EXEMPLO: “são” (verbo) e “são” (santo) são escritas e pronunciadas igualmente, mas não têm o mesmo significado.

Paronímia: Palavras com grafia diferente, mas pronúncia muito parecida. EXEMPLO: “infligir” e “infringir” têm pronúncias muito próximas, mas a primeira palavra significa “aplicar”, a segunda quer dizer “desobedecer”.

Polissemia: Ocorre quando uma mesma palavra tem mais de um significado. EXEMPLO: A palavra “graça” em “fez uma graça” e em “é de graça” tem significados diferentes em cada uma dessas frases. Na primeira remete a algo engraçado; na segunda, a algo que não tem custo, que é gratuito.

Algumas palavras têm apenas um significado e uma interpretação. Estas são muito específicas, e se referem a aspectos particulares da realidade, como as palavras técnicas e científicas.

Hiperônimo e Hipônimo

Os hiperônimos e hipônimos são como a teoria dos conjuntos da matemática. Os hiperônimos são palavras que têm sentido mais abrangente, como um conjunto que agrupa os seus elementos. Os hipônimos, por outro lado, são como os elementos que estão dentro deste conjunto, são palavras com um significado mais específicos. Ambos são termos da semântica moderna, e são importantes, por exemplo, para que evitemos repetições excessivas num texto ou mesmo na fala. EXEMPLOS: A palavra “automóvel” é o hiperônimo de “carro”, “moto” e “caminhão”. As palavras “barata”, “mosca” e “besouro” são hipônimos de “inseto”.

Português sem Enrolação - pontuação

 Quando nos comunicamos, as pausas e interrupções que fazemos enquanto falamos falam mais do que as palavras em si. Às vezes, essas mesmas paradas leves na fala podem mudar completamente o significado de uma frase. Na escrita, a pontuação equivale a essas pausas, obviamente, o uso dos pontos e suas funções são muito mais complexas, porém, é muito mais fácil entendê-los se compararmos com hábitos que temos quando conversamos.


Para entendermos melhor como usar a pontuação, precisamos conhecer os sinais que as compõem e quais as funções básicas de cada um deles.


Ponto final ( . ): Indica, essencialmente, o fim de uma frase. Também é usado nas abreviaturas.

Ponto de exclamação ( ! ): Indica, normalmente, o fim de uma frase exclamativa ou optativa. Também é usado em uma frase imperativa, interjeição ou vocativo, quando se pretende enfatizá-lo.

Ponto de interrogação ( ? ): Indica o fim de uma frase interrogativa direta.

Reticências ( … ): Indica uma interrupção na mensagem. Também é usado, na escrita, para transmitir sentimentos típicos da linguagem falada, realçar uma palavra ou expressão, indicar continuidade de uma ação e que uma citação está incompleta

Dois pontos ( : ): Usado antes de uma citação ou fala de alguém, para iniciar uma enumeração, introduzir uma explicação ou esclarecimento, um exemplo, nota ou observação, no início do vocativo de cartas e comunicações, antes de orações apositivas.

Travessão ( — ): Usado na representação do discurso direto em diálogos e para separar expressões ou frases intercaladas.

Vírgula ( , ): Representa uma pausa no texto ou uma separação de elementos.

Ponto e vírgula ( ; ): É um sinal intermediário entre a vírgula e o ponto. Serve para separar orações coordenadas em que a vírgula já foi usada ou quando o texto é extenso, para enumerar os elementos de uma lista, orações adversativas e conclusivas com conjunção deslocada

Aspas ( “” ): Usado em citações, para indicar ironia, para destacar estrangeirismos, neologismos e gírias, e na indicação de livros, obras de arte, filmes, músicas.

Parênteses ( () ): Normalmente utilizado para adição de uma informação extra ao texto, como significados de siglas, referências bibliográficas, possibilidades alternativas de leitura, ano de nascimento e morte, informações cênicas em peças teatrais, significados de siglas. Também são usados na matemática.

Pontuação nas frases

Agora que temos uma noção básica sobre os pontos, podemos estudar como funciona a pontuação e podemos estudá-los dentro da sintaxe. Veremos agora como a pontuação interage com os elementos da oração.


Termos essenciais da oração e pontuação

Já sabemos que os termos essenciais da oração são o sujeito e o predicado, e por serem dois termos essenciais, não podem ser separados por virgula, mesmo que tanto o sujeito quanto o predicado sejam longos.



 

Exemplo: Todo tipo de esporte radical resulta na produção de adrenalina. (sujeito sublinhado)


Termos acessórios, quando intercalados entre sujeito e predicado, necessitam do uso de vírgulas antes e depois, para facilitar sua identificação. A ausência da pontuação pode causar confusão e comprometer a compreensão.


Exemplo: Guilherme, ontem, foi a um encontro.


Em um sujeito composto, os núcleos precisam ser separados por vírgulas. O último núcleo, se acompanhado das conjunções “e”, “ou” ou “nem” não precisa de vírgula. Ela pode ser omitida, em estilística isso é conhecido como assíndeto.


Exemplo: Guilherme, Adolfo e Luiza saíram cedo.

Ela faz bolos, salgados, doces.


Caso a conjunção venha repetida, é necessário o uso de virgula sem exceção. Em estilística, isso é conhecido como polissíndeto.


Exemplo: Nem eu, nem você, nem ninguém irá impedi-lo.


O predicativo do sujeito também pode necessitar de vírgulas para separá-lo, mas apenas em situações quando ele aparece na oração invertido ou intercalado. As vírgulas isolam o elemento para facilitar o entendimento da frase.


Exemplos: Animado, Mário andou de kart.

Mário, animado, andou de kart.


Mais um uso das virgulas em relação aos termos essenciais da oração é para omitir um verbo que já foi citado no contexto. Isso é conhecido como elipse.


Exemplo: Eu sou universitário; Fábio, empresário.


Termos integrantes da oração e pontuação

Assim como sujeito e predicado, os complementos verbais e nominais completam o sentido do verbo ou de um substantivo, e por isso não devem ser separados por vírgula, porém, em caso de complementos compostos, utiliza-se o mesmo método usado para sujeitos compostos.


Exemplo: O caso exige atenção, calma e cautela.

Há necessidade de carinho, companheirismo e dedicação.

Sou favorável às novas mudanças.

É preciso reagir aos problemas do cotidiano.


Caso algum termo acessório esteja entre um verbo e seu complemento, ou um nome e seu complemento, ele precisa ser isolado por vírgulas. É preciso lembrar sempre de colocar uma vírgula antes e outra depois do elemento intercalado.


Exemplo: Saiba, meu amigo, das vantagens do meu negócio.


Objetos, sejam eles diretos ou indiretos, que tenham sentido pleonástico, devem empregar a vírgula.


Exemplo: Aos mestres, disse-lhes que não estudarei mais.


Também não se separa por vírgula o agente da passiva da locução verbal que o antecede.


Os trabalhos foram apresentados pelos alunos.


Termos acessórios da oração e pontuação

Adjuntos adnominais pertencem ao substantivo ao qual estão ligados, por isso não são separados por vírgulas. Porém, os adjuntos adverbiais podem ser pontuados se estiverem intercalados, como vimos nos tópicos anteriores. Também são pontuados os adjuntos adverbiais antepostos, mas a vírgula será dispensada se este for apenas um advérbio.


Exemplos: As primeiras alunas classificadas chegaram.

Ontem à noite, cantei uma serenata para você.

Amanhã irei à cidade.


Apostos são caracterizados por vírgula ou dois pontos, a depender do tipo do aposto. O único que não leva pontuação é o aposto especificativo.


Exemplos: Pedro, que me vê todos os dias, não percebeu meu novo corte de cabelo.

Estamos diante de um símbolo da literatura realista: Machado de Assis.

O escritor João Ubaldo Ribeiro morreu. (aposto especificativo)


O vocativo também sempre deve ser separado por vírgulas.


Exemplo: Amigos, espero que gostem do produto.

Português sem Enrolação - período

 O conceito de período remete a outro já estudado, o de frase. As frases são palavras organizadas de modo a transmitir uma mensagem em diálogos ou textos escritos, através de qualquer meio de comunicação. Sabendo disso, podemos voltar ao estudos dos períodos, que são, conceitualmente, frases. O que define se uma frase é ou não um período é o fato de ela ser ou não composta por orações. Caso uma frase seja formada por uma ou mais orações, ela é considerada um período.


É comum identificar o período pelo começo com letra maiúscula e encerramento com uma pontuação, porém este método é extremamente falível. Em um texto, é comum que as frases sejam períodos, mas isso não significa que seja uma regra. Para identificar com precisão se a frase em questão é ou não um período, é preciso procurar pelo verbo, identificando-o é possível localizar a oração, esta sim trará a certeza da existência do período. Veja os exemplos abaixo:


Que droga! — É uma frase porque tem sentido, mas não é oração, porque não tem verbo.


Isto é uma droga! — Também é uma frase iniciada com letra maiúscula e terminada com um ponto, mas possui um verbo que define a oração; logo, é um período.

 

Quero que você trabalhe.  — Ambas são orações porque têm verbo, mas isoladas não são frases, porque não têm sentido completo.



 

Tipos de período

Os períodos não possuem uma classificação muito ampla, eles são definidos apenas pelo número de orações que os compõem. O tipo da oração também influencia no tipo do período, entenda mais a seguir.


Período simples

Os períodos simples são aqueles que não possuem mais do que uma oração em sua formação. Ou seja, toda a mensagem que se deseja passar é transmitida com o uso de uma, e apenas uma, oração. Estes períodos são formados pelas orações absolutas.

Exemplo: Eu quero andar de bicicleta hoje.


Período composto

Formado por orações subordinadas ou coordenadas, esse tipo de período é composto por duas ou mais orações em sua estrutura. A depender do tipo das orações envolvidas, o período recebe uma classificação diferente. Ele pode ser um período composto por subordinação, quando é formado por orações subordinadas, ou um período composto por coordenação, se as orações formadoras sejam coordenadas, independentes entre si.


Exemplos:


Eu amo minha família, eles são demais! — Período composto por coordenação.

Eu soube que você morrerá.– Período composto por subordinação.

Existem casos de períodos compostos por mais de duas orações que preenchem os dois tipos. São os períodos mistos. Normalmente são necessárias pelo menos três orações para formar um período desses.

Exemplo: Eu soube que o caso está ficando sério e você está a par de tudo.

Português sem Enrolação - adjuntos, aposto e vocativo

 Os termos acessórios da oração são os últimos termos que aparecem. Diferente de todos os outros, os termos acessórios são dispensáveis para o sentido da oração, ou seja, com ou sem eles é possível compreender a mensagem. Entretanto, isso não significa que eles são inúteis. Os termos acessórios servem para caracterizar e tornar o sentido de uma oração mais específico. Servem também para dar ênfase, expressar alguma circunstância, explicar, resumir e outras funções expressivas. Iremos estudar quatro tipos de termos: adjuntos adverbiais, adjuntos adnominais, apostos e vocativos.


Adjuntos adverbiais

A função do adjunto adverbial é simples: modificar o verbo da oração, seja indicando alguma circunstância em que o processo verbal é desenvolvido ou intensificando o verbo, um adjetivo ou um advérbio. O adjunto adverbial é uma função sintática realizada pelos advérbios e locuções adverbiais, e sua classificação é feita de acordo com a circunstância expressa. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como adjunto adverbial: trata-se de uma oração subordinada adverbial.


Exemplos:


Talvez eu viaje amanhã. – Adjunto adverbial de dúvida.

Eu não quero sair de casa. – Adjunto adverbial de negação.

Treinei muito para este dia. – Adjunto adverbial de intensidade.

Muitas vezes a circunstância que o adjunto adverbial quer transmitir é bem clara, mas isso não é regra. Nem sempre a dedução é tão obvia, e às vezes um mesmo adjunto expressa mais de uma circunstância. Segue uma lista de circunstâncias que podem ser expressas pelos adjuntos:



 

Afirmação

Dúvida

Finalidade

Meio

Companhia

Concessão

Assunto

Condição

Instrumento

Causa

Intensidade

Lugar

Tempo

Modo

Negação

Obs: Nas locuções adverbiais, é preciso ter muita atenção com à preposição utilizada. A mudança da preposição pode mudar toda a circunstância expressa pela locução.

Exemplo: “Vim do trabalho” e “Vim para o trabalho”. Ambos expressam uma circunstância de lugar, mas o primeiro indica origem (“do”) e o segundo indica destino (“para o”).


Adjunto adnominal

Os substantivos em uma oração podem ocupar mais de uma função sintática, mas independente de qual seja, ele pode ser caracterizado por um ou mais adjuntos adnominais. Esses adjuntos assumem uma função adjetiva, podendo ser formados por artigos, adjetivos, locuções adjetivas, numerais adjetivos e pronomes adjetivos. Esse termo da oração pode ser facilmente confundido com outros dois: o predicativo e o complemento nominal. Apesar da semelhança, eles têm funções diferentes e podem ser identificados na própria oração. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como adjunto adnominal: trata-se de uma oração subordinada adjetiva (explicativa ou restritiva).


Exemplos:


Os seus últimos relatórios mensais ficaram bons.

núcleo do sujeito - relatórios 

os - artigo

seus - pronome possessivo adjetivo

últimos - numeral adjetivo

mensais - adjetivo

Eles eram dois cientistas do governo.

núcleo do predicativo - cientistas

dois - numeral adjetivo

do governo - locução adjetiva

O médico bonito chamou você.

núcleo do sujeito - médico

bonito - adjetivo 

o - artigo

Aposto

Aposto é um termo que tem uma função de ampliação, explicação, desenvolvimento ou resumo do significado e conteúdo de um outro termo. O núcleo do aposto é sempre uma palavra substantivada ou um próprio substantivo, normalmente destacado por pontuações (vírgula, travessão, parênteses ou dois pontos). No período composto, uma oração inteira pode funcionar como aposto: trata-se de uma oração subordinada substantiva apositiva. Sua classificação está de acordo com a relação que estabelece com o termo referido. Conheça a seguir os quatro tipos de aposto e seus respectivos exemplos:


Explicativo – A geologia, estudo da terra, é uma área em expansão.

identifica ou explica o termo

Enumerador – As exigências do serviço são diversas: velocidade, objetividade, clareza, transparência.

desenvolve uma ideia anterior

Resumidor – Dinheiro, carros, mulheres, tudo isso vem junto com a fama.

resume termos anteriores - representado por um pronome indefinido

Especificador – O comediante Chico Anysio morreu.

individualiza e especifica - normalmente é um nome próprio de pessoa ou lugar e não aparece entre vírgulas

Vocativo

Vocativo são palavras que nomeiam o receptor da mensagem. São termos independentes da oração, não fazem parte nem do sujeito nem do predicado. Normalmente relacionado com ideia de chamar a atenção, são funções substantivas, por isso formadas por substantivos ou palavras que assumem esse papel. Costumam ser separadas do restante da oração por virgulas.


Exemplos:


Criança, não tenha medo!

Senhoras e Senhores, preparem-se para o show.

Eu te amo, meu bem.

O jantar, esposa minha, está te esperando.

Português sem Enrolação - complementos verbais, complemento nominal e agente da passiva

 Conhecidos também como termos integrantes da oração, os complementos são tão importantes quanto os termos essenciais da oração. Em muitos casos, o uso de um complemento é exigido pelo predicado. Sua função é deduzida a partir do seu próprio nome: os complementos servem para completar o sentido da oração, já que muitas vezes só o sujeito e o verbo não são suficientes para transmitir toda a mensagem. Os complementos podem ser classificados em três tipos: verbais, nominais e o agente da passiva.


Complemento verbal

Os complementos verbais são aqueles que têm a função de completar o significado do verbo da oração. Normalmente os complementos são exigidos pelos próprios verbos, e também são chamados de objetos. A depender do verbo, os objetos podem ser diretos ou indiretos. A diferença entre eles está na necessidade de preposição, os objetos diretos podem se ligar aos verbos sem auxílio de preposição , já os objetos indiretos necessitam obrigatoriamente de uma preposição. A função dos objetos verbais normalmente são desempenhadas por substantivos, mas pronomes, numerais ou qualquer palavra substantivada pode ocupar esta função. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como objeto direto ou indireto: trata-se de uma oração subordinada substantiva objetiva direta ou indireta.


Exemplos:


Eu adoro bolo. – Objeto direto.

Eu necessito de seu apoio. – Objeto Indireto.

Os objetos também possuem outras funções além de complementar o verbo.

É possível ver um objeto direto com preposição; nesses casos, embora ele não necessite de uma preposição, ela está presente para dar ênfase a alguma ideia que se deseja expressar. Ele é usado por razões estilísticas e não pela exigência do verbo, porque, se exigisse, o verbo seria transitivo indireto. Chama-se objeto direto preposicionado, e ocorre para evitar ambiguidade, com o pronome relativo quem ou pronomes oblíquos tônicos, com verbos que expressam sentimentos, com o nome próprio Deus e com valor partitivo - ideia de parte, porção.

O objeto pode ser repetido através de um pronome oblíquo. Chama-se pleonástico. Esta repetição não configura pleonasmo vicioso, e sim ênfase.



 

Exemplos:


Eu cumpri com a minha palavra. – Objeto direto preposicionado.

Suas receitas, experimentá-las me faz bem. – Objeto pleonástico.

Complemento nominal

Substantivos, adjetivos e advérbios também podem exigir transitividade, ou seja, um complemento para seu significado. Este tipo de complemento é sempre precedido de uma preposição. Assim como os verbais, os complementos nominais nem sempre são necessários, dependem do nome em questão. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como complemento nominal: trata-se de uma oração subordinada substantiva completiva nominal.


Exemplos:


Ele é fiel à namorada.

O juiz agiu favoravelmente ao réu.

Não tenho lembrança do que vivemos.

Agente da passiva

O agente da passiva não é necessariamente um complemento da oração, mas faz parte dos termos integrantes. O agente da passiva é, em uma oração de voz passiva, a parte ativa. Em outras palavras, é o que ou quem se relaciona ativamente com o verbo. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como agente da passiva: trata-se de uma oração subordinada substantiva agente da passiva.


Exemplos:


A bola foi chutada por mim.

Fui levado ao hospital pela ambulância.


Também pode ocorrer com a preposição de.

Exemplos:

Um tecido é constituído de células.

Os sindicatos são formados de trabalhadores.

Português sem Enrolação - predicado, transitividade verbal e tipos de predicado

 O predicado é um termo essencial da oração. Tudo aquilo que se refere ao sujeito é predicado, e sua estrutura se forma em torno do verbo da oração, que pode ou não ser o núcleo do predicado. O predicado engloba também o verbo e a maneira como ele se refere ao sujeito. Todo o predicado precisa estar concordando em número e pessoa com o sujeito. Em alguns casos as orações não tem sujeito, então o predicado flexiona-se na terceira pessoa do singular.


Grupos de verbos

Verbos nocionais e verbos não-nocionais

O verbo ou locução verbal é parte obrigatória do predicado, então para entender melhor esse termo é preciso estudar os verbos. A princípio, podemos dividi-los em dois grupos: os nocionais e os não-nocionais. A diferença entre eles é conceitualmente simples, porém é mais percebida no contexto da oração. Os verbos nocionais são aqueles que representam alguma ação, fenômeno da natureza, acontecimento, existência, desejo, atividade física ou mental. Os verbos não-nocionais são os que representam caráter de estado, também conhecidos como verbos de ligação. Os verbos nocionais sempre são o núcleo do predicado, enquanto os não-nocionais nunca podem assumir tal posição, porque se aproximam das preposições.


Para um melhor entendimento, podemos analisar duas orações com o verbo “andar” e o mesmo sujeito em ambas. Porém, o primeiro exemplo é uma orações com o verbo nocional e a outra não-nocional, assim será mais fácil notar a diferença entre eles.


Ele anda muito rápido.

e

Ele anda triste.



 

Na primeira oração, “anda” está se referindo a uma atividade, a de caminhar. Já na segunda, “anda” não é uma ação, mas se refere ao estado de espírito do sujeito. Prova disso é que o verbo pode ser substituído por “está” sem muitas perdas no significado.


Verbos transitivos e intransitivos

Os verbos ou locuções da oração também podem ser agrupados pela sua transitividade, ou seja, quanto à necessidade de ter ou não complemento. Os verbos que não necessitam de complementos são chamado de intransitivos, já os que necessitam são transitivos. Os verbos transitivos podem ser classificados como diretos, indiretos ou ambos, conforme a necessidade de usar ou não uma preposição entre ele e o complemento. Os intransitivos podem vir acompanhados de adjunto adverbial. Vejamos os exemplos abaixo:


A criança nasceu. – Verbo intransitivo

Eles jogaram futebol. – Verbo transitivo direto

Minha mãe nunca duvidou de mim. – Verbo transitivo indireto


Tipos de predicado

Os predicados são classificados conforme os seus núcleos. Para identificá-lo, deve-se analisar se a ideia que se vincula ao sujeito é de ação passiva ou ativa, ou de caráter de estado. Veja abaixo os tipos de predicados.


Predicado verbal

Predicados cujo verbo é o núcleo da oração. Neste caso, o verbo ou locução verbal sempre será nocional. É encontrado nas orações que indicam apenas ações, sejam elas sofridas, praticadas ou sofridas e praticadas ao mesmo tempo pelo sujeito.

Exemplos: Eu nunca lutei sem luvas; Perdi o foco da apresentação.


Predicado nominal

O núcleo deste tipo de predicado é o predicativo do sujeito, um termo que caracteriza o sujeito. Este predicativo pode ser um adjetivo, substantivo, pronome, numeral ou palavra substantivada. O verbo deste tipo de predicado é sempre não-nocional, um verbo de ligação que faz uma ponte entre o sujeito e o seu predicativo. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como predicativo do sujeito: trata-se de uma oração subordinada substantiva predicativa.

Exemplos: A vida é bela; Ele está decepcionado.


Predicado verbo-nominal

Nos predicados verbo-nominais, existem dois núcleos: um verbo nocional e um predicativo, que pode ser do sujeito ou do objeto. Predicados deste tipo são uma união de características dos outros dois tipos de predicados, com um verbo de ligação subentendido.

Exemplos: Terminei o trabalho muito cansado; Ele achou esse programa irritante.

Português sem Enrolação - sujeito

 Sujeito é um termo essencial da oração, está presente na maioria delas, explícito ou não. Sua existência, porém, não é sempre obrigatória. É com o sujeito que o verbo ou locução verbal da oração que há uma relação, seja de atividade, de passividade ou de atividade e passividade ao mesmo tempo. A concordância do verbo depende da pessoa e número do sujeito, por exemplo: se ele estiver na segunda pessoa do singular, o verbo se flexiona (em pessoa e número) concordando com o sujeito. Vejamos os exemplos abaixo:


Daniel comeu muito.

É possível notar que o sujeito é “Daniel” pois é com ele que o verbo se relaciona. Como o sujeito não é nem quem fala, nem com quem se fala, fica claro que ele pertence à terceira pessoa. Daniel é apenas um, logo está no singular. O verbo “comer” também está flexionado na terceira pessoa do singular, criando assim uma concordância.


Nós comemos muito.

Tomamos a mesma frase do exemplo anterior, mas o sujeito agora é “nós”, que é um pronome pessoal da primeira pessoa no plural. O verbo continua nas mesmas flexões de tempo e modo, mas sofreu variação de número para acompanhar o sujeito, e agora está na primeira pessoa do plural.


Tu comeu muito.

Temos um exemplo de erro de concordância verbal. Podemos perceber o “tu” como sujeito, e já sabemos que este sujeito é um pronome pessoal de segunda pessoa no singular. “Comeu” é a flexão do verbo “comer” na terceira pessoa do singular do pretérito perfeito do modo indicativo. O verbo e o sujeito não concordam, o correto seria trocar o “tu” por “você”, que apesar de se referir àquele com quem se fala, é flexionado como terceira pessoa. Outra correção é mudar o verbo de “comeu” para “comeste”.

 

Os pronomes que funcionam como sujeito são os pronomes pessoais do caso reto, de tratamento, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.



 

Tipos de sujeito

Nem todos sujeitos aparecem da mesma forma na estrutura da oração. Às vezes eles não são explícitos, outras vezes não se pode defini-los, e em outros casos simplesmente não existem. Os sujeitos podem ser classificados em:


Determinado simples

É o mais fácil de se perceber. O sujeito é classificado como simples quando o verbo se refere a algo ou alguém que está explícito no texto, e esse referencial possui apenas um núcleo, formado por um substantivo, pronome, numeral ou palavra substantivada. Vale lembrar que o número do pronome, numeral ou substantivo não interfere na classificação do sujeito, mas sim na sua concordância. É o núcleo único que o define como simples. No período composto, uma oração inteira pode funcionar como sujeito: trata-se de uma oração subordinada substantiva subjetiva.


Exemplo: A polícia fez um bom serviço.


Determinado composto

É muito semelhante com o simples, também possui núcleos explícitos na oração formados por substantivos, pronomes, numerais ou palavras substantivadas. A diferença é que o sujeito composto possui dois ou mais núcleos. Não importa se os núcleos estão no plural ou singular, a quantidade de núcleos é o que define o sujeito composto.


Exemplo: João e Maria fizeram um caminho de migalhas


Determinado oculto

Muitas vezes o sujeito não está explícito na oração, porém ele existe e é definido. O sujeito não está expresso, mas é possível identificá-lo por conta da concordância verbal. O verbo ainda se relaciona com o sujeito, e por isso, mesmo ele estando fora da oração, a concordância entre sujeito e verbo precisa existir. Muitas vezes o contexto ajuda a descobrir o sujeito oculto. Também pode ser chamado de elíptico, implícito, desinencial ou subentendido.


Exemplos: Rastejei de dor – (Eu) Rastejei de dor.


Sujeito indeterminado

Às vezes não é possível descobrir quem é o sujeito da oração, apesar dele estar lá. O sujeito indeterminado é aquele que não se refere a ninguém nem nada especificamente, possui uma abrangência geral e não foi citado ou referenciado em nenhum momento.


Exemplos: Telefonaram para você; Precisa-se de médicos; Vive-se com conforto; Era-se feliz antigamente.


Sujeito inexistente

Orações sem sujeito existem, mas são bem específicas. Há casos em que não se pode relacionar nenhum sujeito ao verbo, é o caso dos verbos que indicam um fenômeno meteorológico, verbos com sentidos de existência, acontecimento e verbos que indicam tempo, hora, data e distância.


Exemplos: Chove bastante; Há bastante gente no mundo; Houve muitos imprevistos; Faz frio no inverno; Faz cinco anos que não vou ao teatro; São três horas.


OBS: Muitas vezes, advérbios podem assumir a função sintática de sujeito, como pode ser visto nos casos abaixo:


Amanhã será um bom dia – sujeito: “amanhã”, o dia de amanhã.

Lá já anoiteceu – sujeito: “lá”, naquele lugar.

Agora é a melhor hora – sujeito: “agora”, este momento.

Verbos que indicam fenômenos da natureza, quando usados em sentido figurado, tornam-se pessoais.

Exemplo: Choveram indiretas na reunião.

O pronome se que se liga a VTI, VI ou VL é chamado de pronome de indeterminação do sujeito (PIS). Se esse estiver ligado a VTD ou VTDI, será chamado de pronome apassivador (PA), admitindo voz passiva analítica.

Por exemplo: Alugam-se apartamentos. / Apartamentos são alugados.

Português sem Enrolação - oração

 Orações são conjuntos de palavras que, estruturadas em torno de um verbo, formam uma mensagem. Isso significa que se não houver um verbo, a estrutura linguística não será uma oração. As orações são a base para a construção dos períodos, e são formadas por vários termos, alguns deles presentes em todas ou na maioria das orações, é o caso do sujeito e do predicado. Outros termos não são tão frequentes, ou têm um uso situacional: complementos e adjuntos são exemplos desse tipo de termos. A função da oração é transmitir uma mensagem, ela pode ser completa ou ser complementada com uma outra oração ou frase.


Tipos de oração

Existem apenas três tipos de orações. São eles:


Orações absolutas

São classificada como absolutas as orações que, sozinhas, formam um frase completa. Ou seja, a oração, quando transmite toda a mensagem sem ajuda ou complemento de nenhuma outra frase ou oração, pode ser considerada absoluta. Este tipo de oração é uma frase verbal.

Exemplo: Eu durmo muito.


Orações coordenadas

Duas orações que se completam, mas que tenham equivalência sintática, são classificadas como coordenadas. Em outras palavras, quando duas orações dentro de um período se completam para passar uma mensagem, mas podem ser separadas e ainda manterem sentido individualmente, elas são classificadas como coordenadas.

Exemplo: O coelho comeu a cenoura e saiu pulando.



 

Orações subordinadas

No momento em que há uma dependência de significado entre duas orações, elas são consideradas subordinadas. Se há qualquer tipo de dependência ou hierarquia entre duas orações ou mais, e a separação delas causa uma confusão em seus significados, diz-se que elas são subordinadas entre si.

Exemplo: Ele fez o serviço, conforme foi pedido.

 

Existem três tipos de período composto:

por coordenação - formado por orações coordenadas (sindéticas ou assindéticas)

por subordinação - formado por orações subordinadas (substantivas, adjetivas e adverbiais), desenvolvidas ou reduzidas

misto - encontro dos dois tipos citados anteriormente

Português sem Enrolação - interjeição

 As interjeições são palavras invariáveis, normalmente utilizadas para transmitir de maneira espontânea uma sensação, emoção, estado de espírito. Existem também grupos de palavras que podem se comportar como uma interjeição, as chamadas locuções interjetivas. As interjeições funcionam como verdadeiras frases, são capazes de passar todo o conteúdo de uma mensagem assim como uma frase faz, e tudo em apenas algumas palavras, às vezes só uma. Muitas vezes é indispensável conhecer o contexto para entender do que trata a interjeição, pois é bem possível confundir a ideia expressa por uma dessas palavras se o contexto dela não for de conhecimento do receptor.

 Advertência: cuidado!, calma!, sentido!, atenção!, devagar!, olha lá!, fogo!

• Afugentamento: fora!, rua!, xô!, passa!

• Animação, estímulo: vamos!, força!, firme!, coragem!, avante!, eia!

• Alegria, satisfação: ah!, oba!, oh!, eba!, viva!, gol!

• Alívio: ufa!, ah!

• Apelo, chamamento: olá!, alô!, socorro!, psiu!, ei!, ou!, táxi!

• Aplauso, aprovação: bis!, bravo!, mais um!, boa!, apoiado!, parabéns!

• Concordância: claro!, sim!, tá!, tá bom!, pois não!

• Desaprovação, repulsa: credo!, francamente!, sinceramente!, puxa!, ora!

• Desejo, intenção: tomara!, se Deus quiser!, com fé em Deus!

• Dor, tristeza: ai!, ui!, que pena!, ai de mim!, ah!, oh!

• Dúvida, incredulidade: como assim?, hein?, o quê?, epa!, qual o quê?, peraí!, opa!

• Espanto: puxa!, uai!, ué!, mesmo?, oh!

• Impaciência, contrariedade: hum, raios!, diabo!, puxa!, hem!, arre!

• Saudação: olá!, alô!, salve!, adeus!, saravá!

• Silêncio: silêncio!, psiu!, quieto!

• Surpresa, admiração: caramba!, cruz!, putz!, que legal!, nossa!, vixe!, opa!

A lista acima é uma referência. A compreensão de uma interjeição depende da análise do contexto em que ela aparece.

Uma mesma interjeição pode expressar vários sentimentos.

Português sem Enrolação - conjunção

 Conjunções são palavras que, assim como as preposições, relacionam termos de mesmo valor sintático ou orações. As conjunções podem relacionar duas orações com significados equivalentes, também conhecidas como orações coordenadas, ou pode criar uma relação de subordinação, assim como as preposições, vinculando uma oração subordinada a uma oração principal. Podemos entender melhor como funcionam as conjunções nos exemplos abaixo:


Ele é um rapaz bondoso e honesto.


Ele é bondoso, mas seus pais são desonestos.


Ele é tão bondoso que se sacrificou.



 

No primeiro exemplo temos a conjunção “e” ligando “bondoso” e “honesto”, são dois termos sintaticamente iguais. No segundo exemplo temos duas orações coordenadas, a conjunção “mas” as liga, mas se fosse colocado um ponto no final de cada uma delas, as frases ainda teriam sentido próprio. Já no terceiro exemplo, “que” liga duas orações, mas “Ele é tão bondoso” é que dá sentido a “se sacrificou”. As duas orações estão ligadas em uma relação de subordinação, e o sentido delas só é pleno com a presença de ambas.

 

Poucas são as conjunções propriamente ditas. A maioria delas são palavras de outras classes gramaticais que às vezes exercem a função de conjunção.
As conjunções ditas "essenciais" (isto é, palavras que funcionam somente como conjunção) são as seguintes: e, nem, mas, porém, todavia, contudo, entretanto, ou, porque,pois, portanto, se, ora, apesar e como.


Existem também conjuntos de palavras que podem assumir o papel de uma conjunção em uma frase. Este grupo de duas ou mais palavras é chamado de locução conjuntiva.


Exemplos: Ainda que, visto que, à medida que, logo que, a fim de que, desde que, de modo que.


Classificação das conjunções

As conjunções são, primeiramente, classificadas em dois tipos: as que relacionam dois termos ou orações de significados equivalentes, chamadas de conjunções coordenativas; e as que relacionam orações sobre uma relação de subordinação, que são chamadas de conjunções subordinativas. Cada um destes grupos tem suas próprias classes de conjunções conforme o que exprimem na relação.


Coordenativas

Aditivas: soma, adição.

Exemplos: e, nem, mas também, mas ainda, como também (depois de não só)

Adversativas: oposição, contraste.

Exemplos: mas, porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto, não obstante

Alternativas: alternância ou exclusão.

Exemplos: ou (repetido ou não), ora, quer, já, seja (repetidos)

Conclusivas: conclusão, consequência lógica.

Exemplos: logo, portanto, por isso, por conseguinte, então, assim, destarte, dessarte, pois

Explicativas: explicação, justificativa.

Exemplos: porque, que, pois, porquanto

Subordinativas

Integrantes: introduzem orações subordinadas substantivas.

Exemplos: que, se, como.

Causais: causa, motivo, razão.

Exemplos: uma vez que, porque, já que, como, visto que, porquanto, na medida em que.

Concessivas: concessão, quebra de expectativa.

Exemplos: embora, ainda que, mesmo que, conquanto, posto que, se bem que, apesar de que, nem que.

Condicionais: condição ou hipótese.

Exemplos: se, caso, contanto que, desde que, exceto se, salvo se, a menos que, a não ser que, sem que, uma vez que.

Conformativas: conformidade, adequação, citação.

Exemplos: conforme, segundo, como, consoante.

Comparativas: comparação.

Exemplos: como, assim como, bem como, mais… (do) que, menos… (do) que, tão... quanto/como, tanto... quanto/como, tal qual

Consecutivas: consequência, efeito.

Exemplos: tão... que, tal... que, tanto... que, tamanho... que, de sorte que, de forma que, de modo que, de maneira que

Finais: finalidade, intenção.

Exemplos: para que, a fim de que, que, porque (= para que)

Proporcionais: proporção - direta ou inversa.

Exemplos: à medida que, ao passo que, à proporção que, quanto mais, quanto menos

Temporais: tempo, momento.

Exemplos: quando, antes que, enquanto, depois que, logo que, assim que, sempre que, desde que, logo que, até que, mal

Português sem Enrolação - preposição

 As preposições são palavras que têm a função primária de ligar e subordinar duas outras palavras, uma que vem antes dela e outra que vem depois. Essas palavras, entre as quais é estabelecida uma relação de regente e regido, podem ser um advérbio e um substantivo, um adjetivo e um substantivo, um substantivo e outro substantivo, um verbo e um substantivo ou o contrário. As palavras postas em relação não podem ter o sentido dissociado, pois criaria uma falha no entendimento da mensagem.


Podemos ver no exemplo a seguir como funciona essa relação de subordinação de palavras pela preposição.


O gato de rua não gosta de peixe com fungos.


Neste caso podemos ver que “de” na primeira parte sublinhada estabelece uma relação da palavra “gato”, que é regente, com a palavra “rua”, que é regida. Na segunda parte temos a mesma situação, a preposição “com” liga “peixe” e “fungos”. Caso essas palavras sejam dissociadas, o sentido que elas produzem quando juntas se perderá e implicará numa falha de comunicação.



 

As preposições não ligam apenas dois termos, elas podem ligar duas orações ou um termo e uma oração reduzida. Seguindo a mesma linha que usamos nas preposições que ligavam palavras associando seus sentidos, podemos associar os sentidos de duas orações fazendo com que elas se completem em uma relação de subordinação. Veja os exemplos abaixo:


Ao aparecer, gritei parabéns.


É uma pessoa de palavra.


As palavras sublinhadas são preposições que dão à frase um sentido de subordinação. “A” em “Ao” subordina “o aparecer” com a oração “gritei parabéns”. A preposição “de” no segundo exemplo liga a oração “É uma pessoa” com o termo “palavra”, que no contexto significa “confiável”.


Classificação das preposições

Preposições essenciais

Existem algumas classes de preposições. As essenciais são palavras que atuam sempre como preposição.


São preposições essenciais: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre, trás.


É comum confundir a preposição “a” com o artigo “a”, porem tratam-se de palavras que ocupam funções diferentes na língua.


Preposições acidentais

As preposições acidentais são palavras de outras classes gramaticais que exercem essa função. Podem ser preposições acidentais as seguintes palavras: conforme, durante, como, fora, que, segundo, consoante, exceto, salvo, mediante, visto, senão, menos, feito, tirante, não obstante, entre diversas outras. São resultantes de uma derivação imprópria.


Locuções prepositivas

Acontece uma locução prepositiva quando duas ou mais palavras possuem, juntas, o valor de uma preposição, ligando dois elementos do discurso em uma relação de subordinação. São exemplos de locuções prepositivas: Acima de, acerca de, em frente a, ao lado de, graças a etc. A última palavra é sempre uma preposição.


Contração e combinação das preposições

É muito comum preposições se encontrarem com artigos, pronomes e advérbios nas orações, este tipo de encontro pode gerar uma junção entra a preposição e o artigo, pronome ou advérbio. Esta junção forma uma outra palavra que é a preposição contraída ou combinada com a outra palavra que veio após ela.


As contrações envolvem apenas a preposição “a” com os pronomes “aquele”, “aquela”, “aqueles”, “aquelas”, “aquilo” e o artigo “a”. Quando essas duas palavras se encontram, é usado a crase (`) no primeiro “a”.

Exemplos: à, àquela, àquilo, àqueles


As combinações ocorrem entre preposições e artigos, pronomes e advérbios. São as demais fusões. Vejamos exemplos de combinações com suas respectivas palavras originais.


no = em + artigo “o”

da = de + artigo “a”

daquilo = de + aquilo

naqueles = em + aqueles

desta = de + esta

daqui = de + aqui

nele = em + ele

Português sem Enrolação - pronome e colocação pronominal

 Os pronomes são palavras que substituem, referem-se ou acompanham um nome, ou seja, um substantivo. O uso dos pronomes pode variar pelo número do substantivo em questão, pelo seu gênero, pessoa ou função que exerce no texto. O contexto é o único fator que pode definir a relação entre pronome e um substantivo. Pronomes podem substituir, identificar, apontar e qualificar um substantivo. O termo pronome tem origem no latim pronomen, e seu significado é: “Que está no lugar do nome”.


Classificação dos Pronomes

Os pronomes são classificados em seis grupos, e cada uma dessas classes representa uma diferente função que os pronomes podem ocupar. As seis classes de pronomes são: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.


Pronomes pessoais.

Os pronomes pessoais são aqueles que se relacionam diretamente com as pessoas do discurso, seja substituindo ou acompanhando o substantivo. Estes pronomes podem ser divididos em dois grupos: Pronomes pessoais do caso reto e pronomes pessoais do caso oblíquo. Cada pronome é usado de acordo com a pessoa e o número. Os pronomes pessoais do caso reto ocupam a função de sujeito, predicativo do sujeito ou vocativo (somente tu e vós) em uma oração. Já os pronomes pessoais do caso oblíquo exercem a função de objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial, agente da passiva, adjunto adnominal e sujeito de infinitivo - com verbo causativo ou sensitivo. Aprenda a utilizá-los corretamente lendo nossa página que trata exclusivamente de colocação pronominal.


Antes de mostrar os pronomes é preciso entender melhor as pessoas do discurso.



 

1ª Pessoa: Quem fala

2ª Pessoa: Com quem se fala

3ª Pessoa: De quem se fala

Pronomes pessoais do caso reto


Número Pessoa Pronome

Singular 1ª Pessoa Eu

2ª Pessoa Tu, Você

3ª Pessoa Ele/Ela

Plural 1ª Pessoa Nós

2ª Pessoa Vós, Vocês

3ª Pessoa Eles/Elas

Pronomes pessoais do caso oblíquo


Número Pessoa Pronome

Singular 1ª Pessoa me, mim, comigo

2ª Pessoa te, ti contigo

3ª Pessoa Lhe, a, o, para ele/ela, com ele/ela

Plural 1ª Pessoa Nos, conosco

2ª Pessoa Vos, convosco

3ª Pessoa Lhes, os, as para eles/elas, com eles/elas

Há também um tipo de pronome pessoal que indica que a ação reflete no próprio sujeito. São os chamados pronomes reflexivos.

Há um tipo de pronome pessoal que indica que a ação é mútua entre os sujeitos. São os chamados pronomes recíprocos.

Há um tipo de pronome pessoal que é usado para se referir ao interlocutor de modo familiar, cerimonioso ou oficial. São os chamados pronomes de tratamento. Os principais são:

Vossa Senhoria - para pessoas graduadas e na linguagem comercial

Vossa Excelência - para altas autoridades e oficiais-generais

Vossa Alteza - para príncipes e duques

Vossa Majestade - para reis e imperadores

Vossa Santidade - para o papa

Vossa Eminência - para cardeais

Vossa Reverendíssima - para sacerdotes em geral

Vossa Magnificência - para reitores de universidades

Vossa Excelência Reverendíssima - para bispos e arcebispos

Vossa Paternidade - para superiores de ordens religiosas

Você - intimidade

Senhor - respeito

Senhora - respeito

Senhorita - para mulher solteira

Usa-se Vossa quando se fala diretamente com a pessoa, e Sua quando se fala da pessoa - na abreviatura, basta substituir o V por S.


Pronomes Possessivos

Assim como o próprio nome já deixa transparecer, os pronomes possessivos são aqueles que se referem as pessoas do discurso atribuindo a uma delas posse sobre alguma coisa ou alguém. Podem também dar ideia de aproximação, afeto, respeito ou ofensa.


Número Pessoa Pronome

Singular 1ª Pessoa meu/minha, meus/minhas

2ª Pessoa teu/tua, teus/tuas

3ª Pessoa seu/sua, seus/suas, dele/dela, deles/delas

Plural 1ª Pessoa nosso/nossa, nossos/nossas

2ª Pessoa vosso/vossa, vossos/Vossas

3ª Pessoa seu/sua, seus/suas, dele/dela, deles/delas

São sempre possessivos, com exceção de nossa, que pode ser usado como interjeição, vossa e sua, que podem fazer parte de pronomes de tratamento.

Pronomes Demonstrativos

São pronomes que demonstram a posição de um elemento em relação à pessoa do discurso, seja no tempo, no espaço ou no próprio texto.


Pessoa Pronome

1ª Pessoa este, esta, estes, estas, isto

2ª Pessoa esse, essa, esses, essas, isso

3ª Pessoa aquele, aquela, aqueles, aquelas, aquilo

São também demonstrativos: mesmo, próprio, tal, semelhante, o, a, os, as

Pronomes Indefinidos

São os pronomes que atribuem à pessoa do discurso um sentido vago ou genérico.


São pronomes indefinidos: algum, nenhum, todo, outro, muito, pouco, certo, tanto, quanto, vário, bastante, qualquer (variáveis) / alguém, ninguém, outrem, tudo, nada, cada, algo, quem, mais, menos, demais, fulano, sicrano, beltrano (invariáveis).


Pronomes interrogativos

São pronomes usados em frases interrogativas diretas ou indiretas. Na verdade, não existem pronomes exclusivamente interrogativos e sim pronomes indefinidos que desempenham essa função.


Podem ser considerados pronomes interrogativos: qual, quanto (variáveis) / que, quem (invariáveis).


Pronome Relativos

Os pronomes relativos são aqueles que ocupam uma função de referência. São palavras que fazem referência a algum elemento que já foi citado antes, evitando sua repetição. Iniciam orações subordinadas adjetivas, restritivas ou explicativas.


São considerados pronomes relativos: o qual, cujo, quanto (variáveis) / que, quem, onde, como, quando (invariáveis).

Que, quem, onde, como, quando e quanto podem ou não ser relativos. O qual e cujo são sempre relativos.

Colocação pronominal é a área da gramática que determina a posição dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, os, as, lhes) em relação ao verbo. Cada posição do pronome recebe um nome: próclise, mesóclise e ênclise. Veja algumas regras e seus exemplos:


Próclise

Colocação pronominal antes do verbo. É usada quando o verbo estiver precedido de uma palavra que atrai o pronome.


1. Na ocorrência de palavras ou expressões negativas: não, nada, nunca, jamais, ninguém, nem, de modo algum, de jeito nenhum, em hipótese alguma.

Exemplos:

Nunca me convidam para festas.


2. Em frases com advérbios ou locuções adverbiais: aqui, já, lá, muito, talvez, sempre, realmente.

Exemplos:

Assim se resolvem os problemas.



 

Obs: Se existir uma vírgula depois do advérbio, o pronome não deve ser colocado antes do verbo.


Exemplo:

Agora, concentrem-se.


3. Pronomes relativos (que, quem, onde, cujo, qual, como, quando, quanto), indefinidos (alguém, tudo, ninguém, todos, outros, muitos), demonstrativos (este, esse, aquele, isso, isto, aquilo) e o numeral ambos.

Exemplos:

Tudo se acaba na vida. (indefinido)

Não encontrei o caminho que me indicaram. (relativo)

Aquilo me trouxe boas lembranças. (demonstrativo)

Ambos se revoltaram com a situação.


4. Conjunções subordinativas integrantes ou adverbiais: quando, se, porque, que, conforme, embora.

Exemplos:

Quando se fala de religião, ele é um expert.

Vamos estabelecer critérios, conforme lhe avisaram.


5. Em frases interrogativas e exclamativas.

Exemplos:

Quem te disse que ele não viria?

Quanto me custa dizer a verdade!

 

6. Com o verbo no gerúndio precedido da preposição em e com verbos proparoxítonos.

Exemplos:

Em se plantando tudo dá.

Em se tratando de cinema, prefiro comédia.

Nós lhe obedecíamos.

 


Mesóclise

É a colocação pronominal no meio do verbo. É usada quando o verbo estiver no futuro do presente ou futuro do pretérito.

Exemplos:

Convidar-me-ão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Convidar-te-ia para viajar comigo, se pudesse.


Caso o verbo no futuro venha precedido de alguma palavra que exija a próclise, esta será de rigor.

Exemplo:

Não me convidarão para a solenidade de posse da nova diretoria.

Sempre te convidaria para viajar comigo, se pudesse.


Com esses tempos verbais, não ocorre a ênclise.


Ênclise

É a colocação pronominal no final do verbo. Deve-se recorrer ao emprego da ênclise é quando a próclise e mesóclise não forem possíveis.


1. Verbo no imperativo afirmativo.

Exemplo:

Alunos, apresentem-se ao diretor.


2. Verbo no infinitivo impessoal.

Exemplo:

Leia atentamente as questões antes de resolvê-las.


3. Verbo iniciando a oração.

Exemplo:

Enviaram-me a correspondência.


4. Verbo no gerúndio sem a preposição em.

Exemplo:

Modificou a frase, tornando-a ambígua.


Colocação pronominal nas locuções verbais e tempos compostos:

Com verbo principal no infinitivo ou gerúndio:

1 - no caso de a locução verbal não vir precedida de um fator de próclise, admitem-se as seguintes colocações:

Devo-lhe considerar como amigo.

Devo lhe considerar como amigo.

Devo considerar-lhe como amigo.

Eu lhe devo considerar como amigo.

Eles se estão esforçando.

Eles estão se esforçando.

Eles estão-se esforçando.

Eles estão esforçando-se.

2 - no caso de haver fator de próclise (para isto precisamos conhecer bem as regras que regem a colocação pronominal), elimina-se uma das colocações:

Não lhe devo considerar como amigo.

Não devo lhe considerar como amigo.

Não devo considerar-lhe como amigo.

Eles não se estão esforçando.

Eles não estão se esforçando.

Eles não estão esforçando-se.

Com verbo principal no particípio:

1 - sem fator de próclise, 3 colocações são possíveis:

Havia-lhe dito tudo.

Havia lhe dito tudo.

Eu lhe havia dito tudo.

2 - com fator de próclise, 2 colocações são possíveis:

Não lhe havia dito tudo.

Não havia lhe dito tudo.

Português sem Enrolação - artigo e numeral

 Os artigos são palavras que acompanham substantivos e têm a função básica de especificar algo ou generalizar. Também podem identificar ou alterar o gênero do substantivo que acompanham. Os artigos podem ser classificados como definidos ou indefinidos, a depender da especificação que dão ao substantivo.


Artigos definidos

São artigos que particularizam o substantivo. Quando acompanhado por um artigo definido, o significado do substantivo se torna determinado, como se fosse um elemento específico dentro de um grupo. Os artigos definidos são representados pelas palavras “o”, “a”, “os” e “as”.

Exemplos: O pudim acabou; Eu achei a garota dos sonhos; Desci as escadas.


Artigos indefinidos

São artigos que generalizam o substantivo. Quando acompanhado por um artigo indefinido, o substantivo fica com um significado abrangente, como se fosse qualquer elemento dentro de um grupo específico. Os artigos indefinidos são representados por: “um”, “uma”, “uns” e “umas”.

Exemplos: Um cartaz caiu do mural; Ontem eu achei uma moeda na carteira; Comi uns biscoitos.


Uso alternativo dos artigos

Os artigos têm a função principal de generalizar ou particularizar um substantivo, além de definir o gênero (masculino ou feminino). Porém, graças a essas características principais, eles podem ter diversos usos na língua portuguesa.



 

Substantivação

Quando um artigo é seguido por outra palavra que não é um substantivo, essa palavra acaba ganhando um sentido de substantivo, perdendo a sua função original. Este fenômeno pode acontecer com qualquer palavra que não é um substantivo.

Exemplos: A bonita chamou minha atenção; O pintar é uma arte; O porquê da questão ainda não está definido.


Restrição de significado

Muitas vezes, na oração, um substantivo não necessita de um artigo acompanhando-o, pois ele possui um significado muito geral. Podemos ver esta situação na seguinte oração: “João passou na prova com esforço”. Porém, quando se restringe o sentido do termo “esforço” podemos ter duas situações: “João passou na prova com o esforço necessário”, caso esforço tenha um significado determinado; e “João passou na prova com um esforço incomum” caso esforço esteja significando algo indeterminado.


Determinação do sujeito da oração

Para ser considerado o sujeito de uma oração, um substantivo precisa ser determinado de alguma maneira, seja implícita ou expressamente. O determinante pode ser específico ou geral. Quando se trata de um sujeito específico, usa-se o artigo definido; quando o sujeito da oração é vago, usa-se o artigo indefinido.

Exemplos: O homem tomou café; Um homem tomou café.

O que é um Numeral?

Os numerais são palavras que têm a função que normalmente atribuímos aos números. Eles ordenam e quantificam os elementos do discurso. Não há muito mistério sobre esta classe gramatical, os numerais são simples e fáceis de se compreender pelo fato de desempenharem funções muito específicas.


Classificação

Numeral cardinal

São todos os numerais que quantificam seres, seja qual for a sua quantidade. Sua variação é infinita, assim como os números que ele representa. Pode variar entre um, dois, três, mil, um milhão, trezentos bilhões e por aí vai. Muitas vezes pode inclusive significar falta ou até mesmo um número negativo. São invariáveis, com exceção de um/uma, dois/duas, ambos/ambas, além das centenas de duzentos e novecentos, que variam em gênero, milhão, bilhão e trilhão, que variam em número: milhões, bilhões e trilhões.

Numeral ordinal

São todos os numerais que ordenam os seres, ou seja, os colocam em diferentes posições seguindo uma ordem. Eles também têm muitas representações, pois derivam de números. Temos como exemplos: primeiro, segundo, terceiro, décimo, centésimo. Os ordinais se flexionam em gênero e número.

Numeral multiplicativo

São numerais que indicam um aumento de quantidade proporcional, indicado por um número que multiplica. É o caso das seguintes palavras: dobro, triplo, quádruplo. Estes numerais também podem ser flexionados tanto em gênero quanto em número.

Numeral fracionário

São numerais opostos aos multiplicativos, indicam a diminuição de quantidade em proporção, indicado por um número que divide. São exemplos de numerais fracionários: terço, metade, quarto, onze avos, décimo, centésimo e milésimo. Esta classe de numeral pode se flexionar por gênero e número, assim como os multiplicativos.

Português sem Enrolação - advérbio

 Os advérbios, assim como os adjetivos, carregam sua definição no próprio nome: o prefixo de origem estrangeira “ad” tem o significado de “junto”. O adverbio também tem a função de caracterizar, mas diferente dos adjetivos, que caracterizam substantivos, os advérbios caracterizam o processo verbal. Ao contrário do que parece, os advérbios modificam não só os verbos, mas também podem caracterizar adjetivos, outros advérbios e até orações inteiras. Alguns grupos de palavras podem formar locuções adverbiais, e estas locuções assumem a função de advérbios. Normalmente são compostas por preposições e substantivo e advérbio.

Exemplos de uso de advérbios: Despertar atrasado, despertar no fim da tarde, corra muito, corra para longe.


Classificação

Os advérbios e as locuções adverbiais são caracterizados pela circunstância que eles expressam ao ser colocados junto à palavra que será caracterizada. São sete as circunstâncias que podem ser expressas por um simples advérbio ou por uma locução adverbial. Veja na lista a classificação dos advérbios e em seguida alguns exemplos.


Lugar: aqui, ali, ao lado, de longe, aí, à esquerda.

Tempo: cedo, tarde, de manhã, à tarde, antes, depois.

Modo: bem, mal, devagar, lentamente, friamente, facilmente, à vontade.

Afirmação: sim, com certeza, certamente.

Negação: não, de jeito nenhum, tampouco.

Dúvida: talvez, quiçá, provavelmente, quem sabe.

Intensidade: muito, pouco, quanto, quase, em excesso, tão.

As circunstâncias de causa e finalidade só podem ser expressas por locuções. São exemplos de:


Causa: de dor, devido a, por razões de.

Finalidade: para o, para aquela.

Existe também um tipo de advérbio que é usado em orações interrogativas. Os advérbios interrogativos podem exprimir modo, tempo, lugar, causa, preço / intensidade e finalidade.

Exemplos: como, quando, onde, por que, quanto, para que.



 

Flexões dos advérbios

Os advérbios são palavras invariáveis, por isso eles não se flexionam por gênero ou número, como acontece com os adjetivos e os substantivos, nem em modo, tempo, pessoa e voz, como acontece com os verbos. Alguns dos advérbios, porém, possuem uma variação de grau, principalmente os que exprimem modo, tempo, lugar e intensidade, semelhante à dos adjetivos.


Grau comparativo

Os advérbios podem assumir um grau comparativo de igualdade, inferioridade ou superioridade, como pode ser visto respectivamente nos exemplos abaixo.


Ele era tão esperto quanto eu.

Ele era menos esperto que eu.

Ele era mais esperto que eu.

Grau superlativo

Os advérbios podem variar para expressar uma maior intensidade, e isso pode se dar dos seguintes modos:


Analítico: ocorre pela a adição de um advérbio de intensidade.

Exemplos: muito calmamente, devagar demais, muito distante.

Sintético: obtido pela adição do sufixo -íssimo.

Exemplos: muitíssimo, pouquíssimo.

É comum, na linguagem coloquial, o uso do diminutivo, e algumas vezes até do aumentativo, para dar aos advérbios um valor superlativo. A literatura já registra esse uso.

Exemplos: Vamos andar devagarinho, dormiu cedinho, chegou tardão.

Algumas palavras e expressões, que, embora se assemelhem a advérbios, não possuem uma classificação específica, segundo a NGB (Nomenclatura Gramatical Brasileira). 

Elas se chamam palavras e locuções denotativas de adição, afastamento, afetividade, aproximação, exclusão, explicação, inclusão, limitação, realce (expletiva), retificação, situação.

Português sem Enrolação - verbo

 Verbos são as palavras da língua portuguesa que mais possuem flexões, e são justamente essas flexões que os caracterizam como verbos. Diferente do que muitos pensam, verbos não se referem apenas a ações, mas também a fenômenos da natureza, estado, mudança de estado, atividade mental, acontecimento, existência e desejo. Suas flexões são em número, pessoa, modo, tempo e voz. Os verbos são considerados as palavras mais importantes para a construção de uma mensagem, frase, ideia escrita ou oral. Conhecer e saber conjugar verbos é o requisito mais importante para se ter uma escrita ou oralidade boa na língua portuguesa.


Estrutura

O verbo possui uma estrutura morfológica composta por apenas três morfemas: radical, vogal temática e desinência. São estruturas básicas que não existem apenas no verbo. Estes morfemas já foram explicados de modo geral aqui no site, na página de morfologia, porém agora daremos uma atenção maior aos verbos.


Radical – É a parte da palavra que carrega seu significado e que é fixa, na maioria das vezes.

Vogal temática – Existem três vogais temáticas, e a função delas é a ligação do radical com a desinência. O radical e a vogal temática juntos formam o tema.

Desinências – Morfemas adicionados ao tema para caracterizar as flexões do verbo. Existem desinências verbais modo-temporais e número-pessoais.

Exemplo: Na palavra brigávamos, podemos identificar a seguinte divisão:


brigá é o tema, junção do radical brig com a vogal temática á;

va é a desinência verbal modo-temporal;

mos é a desinência verbal número-pessoal.

As três vogais temáticas dividem os verbos em três grupos de conjugação:



 

Verbos de primeira conjugação: São aqueles com a vogal temática “a”.

Exemplos: levantar, jantar, ventar, guiar.

Verbos de segunda conjugação: São aqueles com a vogal temática “e”.

Exemplos: beber, escrever, conhecer, anoitecer.

Verbos de terceira conjugação: São aqueles com a vogal temática “i”. 

Exemplos: dormir, fugir, construir, traduzir.

O verbo “pôr” e seus derivados “compor”, “dispor”, “depor” etc, são considerados verbos de segunda conjugação. Isso se dá graças à derivação arcaica da palavra latina ponere para o português “poer”, que subsiste em 'sol poente', 'galinha poedeira' e 'depoimento'.


Classificação dos verbos

Existem padrões de flexões para cada tipo de conjugação de verbos. Estes padrões são chamados de paradigmas. Os verbos podem ser classificados de acordo com o seu comportamento em relação ao paradigma de sua conjugação, podendo ser:


Regulares: Flexionam-se de acordo com o modelo de conjugação. Conservam seu radical em todas as formas.

Irregulares: Apresentam alterações nos radicais ou nas terminações em algum tempo, modo ou pessoa, afastando-se do modelo de conjugação.

Anômalos: Sofrem profundas variações em seu radical.

Defectivos: Apresentam conjugação incompleta.

Abundantes: Possuem duas ou mais formas de idêntico valor.

Flexão do verbo por pessoa e número

Os verbos são flexionados por pessoa e número simultaneamente, pois as desinências que os representam são conjuntas. Mesmo mantendo o mesmo número e modificando apenas a pessoa, a conjugação muda. O número varia entre singular e plural, e para cada um existem 3 pessoas: primeira - quem fala, segunda - com quem se fala e terceira - de quem se fala. Cada um dessas pessoas é representada por um pronome pessoal.


Singular Plural

Eu Nós

Tu Vós

Ele/Ela Eles/Elas

O pronome “tu” é usado em apenas algumas regiões do Brasil. Porém, o pronome você usa a conjugação do verbo como se fosse terceira pessoa. As conjugações de número e pessoa poderão ser vistas nas tabelas dos paradigmas.


Flexão do verbo por tempo e modo

Tempo e modo estão associados no verbo, assim como número e pessoa: caso um mude, é preciso mudar a conjunção mesmo que o outro se mantenha. Os verbos podem estar em três tempos: pretérito (ou passado), presente e futuro. Tanto pretérito quanto futuro possuem subdivisões. O pretérito pode ser perfeito, imperfeito ou mais-que-perfeito. O futuro pode ser do presente ou do pretérito.


Três também são as flexões de modo: indicativo, quando se tem certeza sobre o que é passado, presente ou futuro; subjuntivo, quando há uma incerteza; e imperativo, quando se quer expressar ordem, conselho, súplica, convite, recomendação ou pedido. Cada um dos modos verbais possui uma certa quantidade de tempos, como podemos ver em:


Modo Indicativo

Pretérito

Perfeito

Imperfeito

Mais-que-perfeito

Presente

Futuro

Do pretérito (antigo condicional)

Do presente

Modo Subjuntivo

Imperfeito

Presente

Futuro

Modo Imperativo

Afirmativo

Negativo

Os tempos vistos acima são os chamados tempos simples. Exemplos de conjugação estão nas tabelas de paradigmas dos verbos regulares.


Além dos modos e tempos acima, os verbos também possuem mais três formas nominais, podendo se comportar como adjetivos, advérbios ou substantivos. As formas nominais são três: infinitivo (pessoal e impessoal), gerúndio e particípio.


Flexão do verbo por voz

A voz do verbo se relaciona com o ser a que ele se refere, se ele é ativo ou passivo do processo verbal. Existem três vozes verbais:


Voz ativa – quando o sujeito do verbo é ativo, é a ele que que o verbo se refere. Exemplo: Eu chutei a bola no gol.

Voz passiva – Quando o sujeito do verbo é passivo, ele se refere à ação praticada. Exemplo: A bola foi chutada no gol por mim

Voz reflexiva – quando o sujeito do verbo é ao mesmo tempo ativo e passivo. Exemplo: Eu atirei-me ao gol.

Pode indicar reciprocidade. Exemplo: Eles se abraçaram.

Paradigmas dos verbos regulares

Já vimos que os paradigmas são os padrões seguidos por cada um dos grupos de conjunções verbais. É a partir destes paradigmas que desenvolvemos as flexões dos verbos regulares de acordo com tempo, modo, número e pessoa. As tabelas abaixo apresentam, através de exemplos, os paradigmas de todos os tempos simples e as três formas nominais dos verbos.


Presente do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amo Eu bebo Eu parto

Tu amas Tu bebes Tu partes

Ele ama Ele bebe Ele parte

Nós amamos Nós bebemos Nós Partimos

Vós amais Vós bebeis Vós partis

Eles amam Eles bebem Eles partem

Pretérito perfeito do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amei Eu bebi Eu parti

Tu amaste Tu bebeste Tu partiste

Ele amou Ele bebeu Ele partiu

Nós amamos Nós bebemos Nós partimos

Vós amastes Vós bebestes Vós partistes

Eles amaram Eles beberam Eles partiram

Pretérito imperfeito do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amava Eu bebia Eu partia

Tu amavas Tu bebias Tu partias

Ele amava Ele bebia Ele partia

Nós amávamos Nós bebíamos Nós partíamos

Vós amáveis Vós bebíeis Vós Partíeis

Eles amavam Eles bebiam Eles partiam

Pretérito mais-que-perfeito do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amara Eu bebera Eu partira

Tu amaras Tu beberas Tu partiras

Ele amara Ele bebera Ele partira

Nós amáramos Nós bebêramos Nós partíramos

Vós amáreis Vós bebêreis Vós partíreis

Eles amaram Eles beberam Eles partiram

Futuro do pretérito do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amaria Eu beberia Eu partiria

Tu amarias Tu beberias Tu partirias

Ele amaria Ele beberia Ele partiria

Nós amaríamos Nós beberíamos Nós partiríamos

Vós amaríeis Vós beberíeis Vós partiríeis

Eles cantariam Eles beberiam Eles partiriam

Futuro do presente do indicativo

Amar Beber Partir

Eu amarei Eu beberei Eu partirei

Tu amarás Tu beberás Tu partirás

Ele amará Ele beberá Ele partirá

Nós amaremos Nós beberemos Nós partiremos

Vós amareis Vós bebereis Vós partireis

Eles amarão Eles beberão Eles partirão

Imperfeito do subjuntivo

Amar Beber Partir

Se eu amasse Se eu bebesse Se eu partisse

Se tu amasses se tu bebesses Se tu partisses

Se ele amasse Se ele bebesse Se ele partisse

Se nós amássemos Se nós bebêssemos Se nós partíssemos

Se vós amásseis Se vós bebêsseis Se vós partísseis

Se eles amassem Se eles bebessem Se eles partissem

Presente do subjuntivo

Amar Beber Partir

Que eu ame Que eu beba Que eu parta

Que tu ames Que tu bebas Que tu partas

Que ele ame Que ele beba Que ele parta

Que nós amemos Que nós bebamos Que nós partamos

Que vós ameis Que vós bebais Que vós partais

Que eles amem Que eles bebam Que eles partam

Futuro do subjuntivo

Amar Beber Partir

Quando eu amar Quando eu beber Quando eu partir

Quando tu amares Quando tu beberes Quando tu partires

Quando ele amar Quando ele beber Quando ele partir

Quando nós amarmos Quando nós bebermos Quando nós partirmos

Quando vós amardes Quando vós beberdes Quando vós partirdes

Quando eles amarem Quando eles beberem Quando eles partirem

Imperativo afirmativo

Amar Beber Partir

Ama tu Bebe tu Parte tu

Ame você beba você Parta você

Amemos nós Bebamos nós Partamos nós

Amai vós Bebei vós Parti vós

Amem vocês Bebam vocês Partam vocês

Imperativo negativo

Amar Beber Partir

Não ames tu Não bebas tu Não partas tu

Não ame você Não beba você Não parta você

Não amemos nós Não bebamos nós Não partamos nós

Não ameis vós Não bebais vós Não partais vós

Não amem vocês Não bebam vocês Não partam vocês

Infinitivo impessoal

Amar Beber Partir

Amar Beber Partir

Infinitivo pessoal

Amar Beber Partir

Amar Beber Partir

Amares Beberes Partires

Amar Beber Partir

Amarmos bebermos Partirmos

Amardes Beberdes Partirdes

Amarem Beberem Partirem

Gerúndio

Amar Beber Partir

Amando Bebendo Partindo

Particípio

Amar Beber Partir

Amado Bebido Partido

Você pode inventar o verbo que você quiser, mas a conjugação vai ser sempre a mesma.

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