domingo, 29 de janeiro de 2023

Como falar mineirês?

 1 UAI é indispensável: O que significa UAI?

UAI vem de Unidade de Atendimento Integrado.

Para alguns é uma abreviação de União, Amor e Independência, e para outros é uma versão brasileira Telecine da palavra em inglês why.


2 Usar sempre "i" no lugar de "e"

Ex.: MININO, ISPECIAL, EU I ELA, VISTIDO


3 Dizer "ÉMÊZZ?" quando quiser uma confirmação.


4 Se quiser chamar atenção diga simplesmente ÓI QUIÓ.


5 Se estiver com fome coma PÃO DJI QUEJJ. Ex.: dois PÃO DJI QUEJJ e dois guaraná...


6 Na falta de vocabulário específico utilizar a palavra TREM que serve pra absolutamente tudo, exceto como meio de transporte ferroviário. Neste caso, é COISA. Ex.: Comprei um monte de TREM no supermercado. / Não sei como você ainda vive com aquele TREM.


7 ONZZ não é número, é o meio de transporte coletivo rodoviário.: Ex.: Lá vem o ONZZ.


8 Se aprovar alguma coisa solte um sonoro MAIS QUI BELÊZZ!


9 Pra fazer café, primeiro pergunte PÓPÔPÓ? Achou pouco? Pergunte: PÓPÔ MAPOQUIM DIPÓ?


10 Se você não sabe onde está e nem para onde vai, pergunte simplesmente: ONCOTÔ? PRONCOVÔ? PRONÓISVAI?


11 Se não tiver certeza, diga simplesmente CONFÓFÔ EU VÔ, que quer dizer: conforme for, eu vou.


12 Se o motivo da dúvida for algo que você tem que fazer, explique, "Vou fazer um NIGUCIM e volto logo".


13 Ao procurar alguém que concorde com você, dispare um NÉMÊZZ?


14 Use a expresão aumentativa DIMÁI DA CONTA.

Ex.: ISSÉ BÃO DIMÁI DA CONTA.

CÊÉ BOBO DIMÁI DA CONTA.


15 Usar sempre duas negativas prá deixar claro que você não sabe do que está falando: "NUM sei NÃO".


16 Use sempre o diminutivo IN, tipo PIQUINININ, LUGARZIN, BOLIN, MINEIRIN...


17 Use a expressão RAPÁI pra iniciar uma exclamação. Nem sempre é necessário complemento. Ex.: RAPAAAI...


18 REDÁ: Mesma coisa de RASTÁ. Ex.: JUDA REDÁ ESS TREM AQUI Ó...


19 Ao terminar uma frase, conclua com a palavra SÔ, e se for mulher, SÁ.


20 Se alguém der cinco, supere e diga, DÔSSÊIS ou PROSSÊIS


21 UAI FAI é a internet sem fio.


22 Se comer tudo e não sobrar nada, diga INTERIM.


23 Se você não sabe se uma coisa faz sentido, pergunte TEM BASE UM TREM DESSE?



GERAL



Dicionário Mineiro


Lidileite - litro de leite

Mastumate - massa de tomate

Dendapia - dentro da pia

Kidicarne - kilo de carne

Tradaporta - atrás da porta

Badacama - debaixo da cama

Pincumel - pinga com mel

Iscodidente - escova de dente

Nossinhora - Nossa Senhora

Pondiôns - ponto de ônibus

Denduforno - dentro do forno

Secopassado - século passado

Doidimais - doido demais

Tidiguerra - tiro de guerra

Ansdionti - antes de ontem

Sessetembro - sete de setembro

Sapassado - sábado passado

Óiuchêro! - olha o cheiro!

Pradaliberdade - Praça da Liberdade

Videperfume - vidro de perfume

Óiprocevê! - olha pra você ver!

Tissodaí - tira isso daí

Rugoiáis - Rua Goiás

Onquié? - onde que é?

Casopô - caixa de isopor

Quainahora - quase na hora

Istrudia - outro dia


E o melhor de todos:

Prõnóstãuínu? - para onde nós estamos indo?


Para acabar...

Cêssa se esse onspas na savas? - você sabe se este ônibus passa na Savassi?

Lembranças de uma ingênua e inovadora RedeTV

 Há duas semanas atrás eu relembrei aqui no blog sobre os últimos dias de exibições das séries de anime (Shurato e YuYu Hakusho) e tokusatsu (Jiraiya e Maskman) na Manchete/TV!. Querendo ou não, esse tipo de programa sempre foi o carro-chefe da programação dos Bloch. Principalmente se tratando do núcleo infanto-juvenil da emissora. Então, neste sábado (15) a RedeTV! estreou. Ou seja, são 15 anos sem Rede Manchete. Vamos voltar no tempo mais uma vez e fazer um tour e entender como era o início da emissora que substituiu diretamente a emissora carioca mais querida de todos os tempos e passar pela recente programação de animes e tokusatsu.


No dia 12 de novembro de 1999 - sexta-feira, sintonizei a TV! (lê-se mesmo como: RedeTV!) à noite para assistir o Primeira Edição (então outrora chamado de Jornal da Manchete). Já que as séries japonesas desapareceram, eu só tinha este programa como opção em meio a tantos infomerciais jogados na programação. (Sim. Tinha que me atualizar, pô!) Tomei um susto, pois ao invés do Jornal aparecia uma mensagem como aquela de fundo verde lá em cima dizendo assim: "faltam 03 dias para o início de uma nova era da televisão brasileira". Obviamente, me caiu a ficha de que a programação oficial da RedeTV! estava pra começar no feriado da Proclamação da República e a essência da Manchete, de fato, tinha desaparecido de vez.


No sábado, 13 de novembro de 1999, aparecia a tal mensagem apontando faltar 2 dias para a inauguração da nova emissora - exatamente como na imagem do topo. A cada 15-30 minutos, surgia este vídeo (alternado com as chamadas de cada programa) que veremos a seguir:




Deu pra sentir a diferença? Pois bem. Inicialmente a RedeTV! tinha a proposta de ser uma "alternativa de qualidade" e fugir das mesmices da TV aberta. E realmente era fora do comum. Como um garoto de apenas 14 anos e viciado em TV, acompanhei tudo. Parei mesmo o sábado e o domingo daquele fim de semana prolongado pra conferir tudo sobre a então mais nova rede de TV do Brasil. No domingo acontecia o mesmo esquema referido daquele sábado. A diferença é que o contador regressivo fazia a cronometragem de horas/minutos/segundos/milésimos de segundo que faltavam pra inauguração da RedeTV! O tempo apontava a estreia para começar exatamente às 7:00 da manhã do dia seguinte. (Nota: aqui em Fortaleza, seguíamos o horário de verão naquela temporada) O único programa que foi exibido neste período foi Show Business, apresentado por João Dória Júnior, das 22:00 às 23:00. Vale lembrar que este programa estreou na Manchete em 1996 e permaneceu por alguns anos na RedeTV!. Atualmente é exibido na Band.


Curiosidade: Programação inaugural da RedeTV!


Segunda à sexta


7h - BrasilTV!

7h30 - Galera da TV (reprise)

9h30 - A Casa é Sua

12h - RTV!

13h - Jeannie é um Gênio

13h30 - A Feiticeira

14h - Interligado

15h - TV Magia

17h - Galera da TV!

19h - TV Fama

20h - Superpop

21h30 - Jornal da TV!

22h15 - TV! Economia

22h30 - Te Vi na TV (segundas)/Cine Total (de terça à sexta)


Sábado


12h - RTV!

12h45 - Te Vi na TV (reprise)

14h15 - Interligado

15h - TV Magia

17h - Galera da TV!

19h - TV Fama

19h30 - Friends

20h - Superpop

21h30 - Jornal da TV!

22h15 - TV Terror


Domingo


12h - Conexão Gospel

13h - TV Fama

13h30 - Friends

14h - TV Escolha

20h - Bola na Rede

22h - Leitura Dinâmica

22h30 - Show Bussines

23h30 - TV Arte




Andréia Sorvetão apresentava o

 infantil Galera da TV (Foto: Divulgação)


Então, acordei às 6:30 da manhã pra ver a estreia. Fiz questão de presenciar isso em casa. Exatamente às 6:59:30 - faltando exatos 30 segundos para o lançamento, surgiu uma chamada do bloco Série Especial, que apresentava as séries clássicas Jeannie é um Gênio e A Feiticeira. Pontualmente às sete horas surgia a vinheta de jornalismo da RedeTV! e em seguida começava o telejornal matinal BrasilTV! (extinto em 2003), apresentado pelo jornalista Júlio Mosquéra. Em sua bancada, ele anunciava a estreia oficial da nova emissora.


A programação matinal seguiu com o Galera da TV (extinto em 2001), apresentado pela ex-Paquita Andréia Sorvetão. O horário oficial era às 17h e com reprises na manhã seguinte às 7h30. Lembro que no dia da inauguração o episódio inédito foi exibido pela manhã e foi reprisado por duas vezes. Obviamente no fim de tarde e na manhã seguinte para fazer jus ao formato estabelecido para a programação.


Enfim, seguia também o programa feminino A Casa É Sua (extinto em 2006). Inicialmente o programa, que era de mesmo nome de um antigo programa da Globo e foi apresentado pela jornalista Valéria Monteiro. Dois meses após a estreia, o programa foi apresentado pelo trio Sônia Abrão, Meire Nogueira e Castrinho. Curiosamente, este último apresentava paralelamente na Record o seu personagem Geraldo na Escolinha do Barulho. A melhor fase do A Casa É Sua foi sem dúvida quando o saudoso Clodovil Hernandes assumiu o comando entre 2003 e 2005 com seu jeitão polêmico e desbocado. Após a saída do estilista, o programa sofreu instabilidades de escala e passaram por lá Ronaldo Ésper (de janeiro a maio de 2005), Liliane Ventura (ficou apenas uma semana na atração), Monique Evans (maio a agosto de 2005) e Marisa Carnicelli (agosto de 2005 a abril de 2006). Foi substituído pelo A Tarde é Sua, no mesmo horário de seu antecessor.




Jeannie é um Gênio (I Dream of Jeannie; 1965-70)




A Feiticeira (Bewitched; 1964-72)


Ao meio-dia ia ao ar o jornal RTV! (extinto em 2003), que era apresentado pelos âncoras Florestan Fernandes Jr. e Cláudia Barthel, diretamente do Rio de Janeiro. Curiosamente, a dupla de jornalistas vieram da extinta Manchete.


Seguiam também as séries Jeannie é um Gênio e A Feiticeira entre 13h e 14h. Mas a dobradinha teve maior projeção no ano seguinte quando migrou para o horário nobre (20h-21h), antecedendo a famosa novela colombiana Betty, a Feia no mesmo horário.


As tardes tinha o programa Interligado (primeira fase extinta em 2003 e retornou entre 2009 e 2011 como um call-TV), apresentado por Fernanda Lima, que veio de sua fase inicial na televisão pela extinta MTV Brasil, e nem sonhava em apresentar o famigerado Amor & Sexo, da Rede Globo. O programa basicamente era voltado ao público jovem e apresentava videoclipes das atrações pop do momento. Teve maior projeção com a substituição da modelo Fabiana Saba, que veio pra reformular a atração e transformou-a no Interligado Games. O meio da tarde seguia com a sessão de filmes TV Magia, que era algo como um "Cinema em Casa" ou uma "Sessão da Tarde" do canal. E por fim vinha a edição inédita do Galera da TV.




Qual delas é a melhor apresentadora do Superpop? (Foto: Divulgação)


As noites começavam com o famigerado TV Fama, que começou fazendo reportagens sobre artistas medianos. Mais famigerado ainda, pois a apresentadora Mariana Kupfer não levava jeito pra coisa. Suas passagens eram muito secas. Resultado: o programa ficou no ar por apenas três semanas. (!) Voltando mais tarde em julho de 2000 com a fase atual. O TV Fama ganhou maior projeção no comando de Paulo Bonfá e Monique Evans. Só firmou mesmo com a chegada de Nelson Rubens ("Ok ok!") e ao seu lado já passaram várias apresentadoras, como a ex-BBB Iris Stefanelli, que retornou recentemente ao tabloide eletrônico de fofocas. Nas primeiras semanas da RedeTV, seguia o mesmo estilo do Zapping da Record News e do Vitrine da TV Cultura.


Bom, um dos programas mais legais da grade era o Superpop. Acredite e não se espante pela afirmação, pois a qualidade do programa de auditório era um pouco melhor do que atualmente. Melhor dizendo, era menos pior. O comando era da Adriane Galisteu, que também vinha da extinta MTV Brasil. Tinha lá umas entrevistas bacaninhas e tal, mas nada de tão espetacular. Mas era legal. Um mês depois da estreia, o Superpop perdeu 30 minutos por cortes de funcionários. Adriane mudou-se para a Record no final de 2000, onde passou a apresentar o barulhento É Show. Em seu lugar no Superpop estiveram a dupla Fabiana Saba e Otávio Mesquita, que hoje apresenta o Operação Mesquita no SBT, mas não convenceram no comando. Houve uma votação para escolher a nova apresentadora do Superpop e a escolhida foi, nada mais e nada menos que Luciana Gimenez. Nem preciso comentar sobre o programa, pois já tivemos tempos em que o diário marcou zero em audiência. Hoje o programa é um desvirtuamento de valores éticos.




João Kléber e seu programa Te Vi na TV foram umas das

 primeiras atrações do dia de lançamento da RedeTV! (Foto: Divulgação/RedeTV!)


As noites seguiam com o excelente Jornal da TV! (extinto em 2005) com a dupla de jornalistas Augusto Xavier (hoje no investigativo Documento Verdade) e Lilian Fernandes (hoje na Globo com o programa de empreendedorismo dominical Pequenas Empresas & Grandes Negócios), também herdados da Manchete. Era meio que um Jornal da Manchete de cara nova. O noticiário atualmente vigora sob o título RedeTV! News. Logo em seguida vinha o TV Economia (extinto em 2000) com a jornalista Denise Campos de Toledo, também vinda da Manchete, com foco nas cotações e indicadores econômicos.


Como retorno da comédia nas segundas-feiras, após o fim de Viva o Gordo (apresentado por Jô Soares) em 1987 pela Globo, a RedeTV! contava com o Te Vi na TV com João Kléber. Confesso pra vocês que era o meu programa favorito da emissora. Isso porque eu era muito embalado por programas humorísticos da época. Era um stand-up simples/modesto onde apresentava o João fazendo suas imitações e personagens. Tinha também a dupla C1 e C2 fazendo suas macacadas e a Banda Karnak. O programa também trazia outros humoristas para participações. O ponto culminante do Te Vi na TV foi quando João lançou a personagem Charlotte Pink no final de janeiro de 2000. Trata-se de uma drag queen que apresentava um talk show e entrevistava artistas. Como Carlos Alberto de Nóbrega, por exemplo. Lembro-me que tomei um baita dum susto e não parei de rir quando vi João encarnando um travesti de rosa-choque. ("Mona! aaaaahhhh...") Detalhe é que a personagem era tratada como uma pessoa desassociada à imagem de João Kléber. Tanto é que João e Charlote apareciam como eles "próprios" na vinheta comemorativa dos 4 meses da emissora, junto com demais artistas da casa. Coisas de televisão, né?




Charlote Pink, a pessoa que

 não era João Kléber


O programa ficou chato de vez quando abandonou o formato stand-up comedy pra dar lugar ao tenebroso Teste de Fidelidade. Das comédias saíram C1 e C2, as imitações, as participações humorísticas, etc. Mudou até de nome: Eu Vi na TV (:P). Não é errado dizer que a RedeTV! começou a perder seu referencial quando o programa de João Kléber passou a ter cunho tremendamente apelativo. Se o programa era bom pela tosquidão, ficou da pior qualidade. A mudança foi viral para a emissora. Quanto à Charlote Pink, seu quadro virou praticamente um bacanal e um sex shop. Prefiro nem comentar. Pulando a parte de que o Teste de Fidelidade tinha como atração o bombadão ("Eu sou um ator. Você me respeite!") Marcos Oliver, o Eu Vi na TV saiu do ar por decisão judicial em novembro de 2005 e deixou uma herança maldita para a qualidade do canal. Bem merecido para um programa que fugiu do seu foco original. O horário foi cedido para entidades sociais durante dois meses, de dezembro de 2005 a janeiro de 2006.


Voltando aos tempos de "ingenuidade" da RedeTV!, de terça à sexta havia a sessão Cine Total, apresentado pelo crítico de cinema Rubens Ewald Filho. O bloco era uma espécie de "Intercine" do canal pro telespectador ligar e escolher qual filme desejava assistir à noite. Seguindo este mesmo modelo, havia também a sessão tripla TV Escolha nas tardes de domingo. Também apresentada por Ewald Filho. Outro destaque das sessões de filmes era o TV Terror nas noites de sábado. Era praticamente frequente a presença do personagem Jason Voorhees com a clássica série de filmes Sexta-Feira 13. Aos sábados havia a exibição do sitcom Friends com dublagem carioca. As reprises aconteciam nos domingos à tarde.




Jason arrepiava as noites de sábado com o TV Terror


Deu pra perceber que a RedeTV! começou muito bem e desandou com o passar de seu primeiro ano. Mudanças de seus programas, adesão à baixarias e coisas do gênero. Totalmente diferente de quando começou. Sim, a Geração Manchete sentiu falta daquelas séries japonesas na programação diária desde então. Infelizmente não havia interesse da então nova rede de TV do Brasil para este nicho. Apesar disso, incontestavelmente havia boa qualidade naquele humilde começo.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Pronomes de tratamento - emprego e concordância

 1) Também chamado pronome de reverência, é a maneira formal para se dirigir com reverência a determinadas pessoas; são aqueles pronomes "usados no trato cortês e cerimonioso".1 Ex.: "Sua excelência, o presidente do Tribunal de Justiça, honrou-nos com sua visita."


2) É importante saber alguns cargos e respectivos pronomes de tratamento: arcebispo (Vossa Excelência); bispo (Vossa Excelência); cardeal (Vossa Eminência); comandante geral da Polícia Militar (Vossa Excelência); cônsul (Vossa Senhoria); coronel (Vossa Senhoria); deputado (Vossa Excelência); desembargador (Vossa Excelência); embaixador (Vossa Excelência); general (Vossa Excelência); governador de estado (Vossa Excelência); juiz de direito (Vossa Excelência); marechal (Vossa Excelência); ministro de estado (Vossa Excelência); prefeito (Vossa Excelência); promotor de justiça (Vossa Excelência); reitor de universidade (Vossa Magnificência); secretário de estado (Vossa Excelência); senador (Vossa Excelência); tenente-coronel (Vossa Excelência); vereador (Vossa Excelência).


3) Se se trata alguém por Vossa Excelência, o endereçamento da correspondência é excelentíssimo, ou, em abreviatura, Exmo.; se se trata por Vossa Senhoria, o endereçamento é ilustríssimo, ou, de forma abreviada, Ilmo.


4) No uso dos pronomes de tratamento, quando se fala diretamente à pessoa tratada ("pessoa com quem se fala"), usa-se "vossa"; quando, porém, se faz referência à pessoa tratada, mas se conversa com outrem ("pessoa de quem se fala"), emprega-se "sua". Exs.:


a) "Vossa Excelência, senhor Deputado, é muito corajoso" (quando se fala com a autoridade);


b) "Sua Excelência, o Deputado Araújo, de quem lhe falei há pouco, é muito corajoso" (quando se fala da autoridade).


5) Em outras palavras: "se a pessoa, a quem se refere o tratamento, está ausente, isto é, se, em vez de ser o interlocutor (segunda pessoa), for o assunto (terceira pessoa) - a pessoa de quem se fala - então se empregará o (pronome) adjetivo Sua, e não Vossa".2


6) Quanto à concordância verbal, embora se trate de pronome da segunda pessoa (com quem se fala), o pronome de tratamento precedido de vossa leva o verbo e os demais pronomes para a terceira pessoa (na prática, substitui-se mentalmente por você). Exs.:


a) "Vossa Excelência foi traído por seus próprios assessores" (correto);


b) "Vossa Excelência fostes traído por vossos próprios assessores" (errado).


7) Anota Carlos Góis que esse idiotismo do português - de empregar a terceira pessoa pela segunda, com os pronomes de tratamento seguindo em mesma esteira - é também peculiar ao italiano.3


8) Quanto a sua concordância nominal, o pronome de tratamento harmoniza-se com o sexo da pessoa representada. Exs.:


a) "Vossa Excelência, senhor juiz, é muito corajoso";


b) "Vossa Excelência, senhora juíza, é muito corajosa".


9) Nessa esteira, porque o papa é sempre pessoa do masculino, sempre se dirá "Sua Santidade mostrou-se corajoso em seu pronunciamento", e nunca "Sua Santidade mostrou-se corajosa em seu pronunciamento", embora a palavra 'santidade' seja feminina.


10) Valendo a ponderação também para a concordância nominal, Carlos Góis observa curiosamente que o pronome, embora se refira à segunda pessoa (o interlocutor ou a pessoa com quem se fala), o verbo concorda na terceira pessoa.4


11) Podendo-se substituir mentalmente o pronome de tratamento por você, verifica-se que o vossa que a ele se acopla não define a pessoa em que se vai conjugar o verbo nem os pronomes que serão utilizados, e é importante manter a uniformidade de tratamento. Assim, repita-se, o correto é dizer-se "Vossa Excelência cumpriu seus compromissos".


12) Constitui erro crasso falar: "Vossa Excelência cumpriu vossos compromissos" ou "Vossa Excelência cumpristes vossos compromissos".


13) Em outra observação, oportuno é lembrar, com Napoleão Mendes de Almeida, que não tem base gramatical a afirmação de que se tenha que repetir enfadonhamente o pronome de tratamento, sem substituí-lo por pronome oblíquo, ou mesmo que, ao menos uma vez em cada parágrafo, tenha que haver menção a ele.5 Isso é invencionice, sem nenhuma base científica.


14) Pode-se usar, assim, sem temor, o pronome oblíquo no lugar do pronome de tratamento, já empregado anteriormente, evitando-se desnecessárias repetições. Exs.:


a) "Formulamos-lhe este pedido";


b) "Vemos qualidades ímpares em sua pessoa;


c) "Pedimos-lhe este supremo favor".


15) Nessa esteira, lembra Geraldo Amaral Arruda que "nos ofícios não é... de rigor que fórmulas protocolares ou de cortesia se repitam fastidiosamente. Nada obsta a que se use o pronome oblíquo (lhe ou o) ou os pronomes possessivos, quando couberem, evitando o uso iterativo das fórmulas. O emprego de pronome oblíquo ou possessivo, mesmo na linguagem protocolar, é correto... e, por si, tal procedimento não implica descortesia.6


16) Por fim, é de se anotar que escritores ilustres nem sempre escapam de algum escorregão no campo da concordância do pronome de tratamento. Narra-se, por exemplo, que, em carta datada de 18 de outubro de 1853, Antônio Feliciano de Castilho principiou pelo tratamento de vossa excelência: "Recebi em tempo próprio a carta com que V. Exa. me honrou". Ao longo do texto, porém, acabou ele por mudar o tratamento para a segunda pessoa do plural: "De todo o coração vos abraça o vosso respeitador, consócio e amigo obrigadíssimo".


17) De igual modo, em fala dirigida a Dom Pedro II em 4 de maio de 1889, Rui Barbosa, a par do tratamento protocolar de Vossa Majestade, também cometeu idêntico equívoco, que se alastrou por outros de seus discursos: "Com profundo sentimento de piedade acompanhou esta Câmara o discurso, que o Ministério acaba de proferir pelos augustos lábios de Vossa Majestade; e, escutando-o com a reverência devida à vossa posição...".7


18) Para ambas as situações, como lembrava Horácio, poeta latino, não há usuário da língua que não cometa equívocos orais ou escritos, e de quando em vez, até ilustres escritores claudicam, dormem e ressonam: "quandoque bonus dormitat Homerus".


19) Na tentativa de alguma explicação para erros dessa natureza, o que não os justifica nem os transmuda em formas aceitáveis perante a norma culta, observa Sousa e Silva que "outrora havia indecisão no emprego de tais formas, alternando no mesmo escrito Vossa Alteza, por exemplo, e vós; seu e vosso; etc.".8


Epa! Vimos que você copiou o texto. Sem problemas, desde que cite o link: https://www.migalhas.com.br/coluna/gramatigalhas/7500/pronome-de-tratamento

sábado, 21 de janeiro de 2023

Carrefour, Pão de Açúcar, Bompreço e TodoDia - lojas no Brasil

 Carrefour

São Paulo - Hipermercado, Plataforma, Lojas Express, Bairro, Atacadão e Centro de Distribuição

Araraquara - 1 Atacadão

Barueri 1 Hiper + 1 Bairro (2 lojas)

Campinas - 3 Hiper + 2 Bairro + 3 Atacadão (8 lojas)

Caçapava - 1 Bairro

Carapicuíba - 1 Atacadão

Cotia - 1 Atacadão

Diadema - 1 Hiper

Guarujá - 1 Hiper + 1 Atacadão (2 lojas)

Guarulhos - 2 Hiper + 1 Atacadão (3 lojas)

Indaiatuba - 1 Bairro

Itapevi - 1 Plataforma

Itu - 1 Bairro

Jaboticabal - 1 Bairro

Jundiaí - 1 Hiper

Mauá - 1 Atacadão

Mogi Mirim - 1 Bairro

Osasco - 1 Plataforma + 2 Centros de Distribuição

Piracicaba - 1 Hiper + 1 Atacadão (2 lojas)

Praia Grande - 1 Bairro + 1 Atacadão (2 lojas)

Presidente Prudente - 1 Hiper

Ribeirão Preto - 2 Hiper + 1 Bairro + 1 Atacadão (4 lojas)

Salto - 1 Bairro

Santo André - 3 Hiper + 1 Atacadão + 1 Express (5 lojas)

Santos - 2 Hiper + 1 Atacadão (3 lojas)

São Bernardo do Campo - 3 Hiper + 1 Bairro + 1 Atacadão (5 lojas)

São Caetano do Sul - 1 Hiper

São Carlos - 2 Bairro (2 lojas)

São José do Rio Preto - 2 Hiper + 1 Atacadão (3 lojas)

São José dos Campos - 1 Hiper + 1 Atacadão (2 lojas)

São Paulo - 24 Hiper + 3 Bairro + 4 Express + 6 Atacadão (37 lojas)

São Vicente - 1 Hiper

Sorocaba - 2 Hiper (2 lojas)

Suzano - 1 Atacadão

Taboão da Serra - 1 Hiper

Taubaté - 1 Atacadão + 1 Hiper + 1 Bairro (3 lojas)

Vinhedo - 1 Bairro

Rio de Janeiro - Hipermercado, Plataforma, Centro de Distribução e Atacadão

Rio de Janeiro (4 lojas, sendo 1 Plataforma/Centro de distribuição) (Originalmente cinco lojas, uma Loja Plataforma está desativada desde 2004 na Tijuca, devido a tiroteios contra a loja no Morro do Borel)

Niterói (atualmente desativada)

Belford Roxo

São Gonçalo

Duque de Caxias (2 lojas, sendo 1 Plataforma/Centro de Distribuição)

Campos dos Goytacazes

Minas Gerais - Hipermercado, Plataforma, Bairro, Centro de distribuição e Atacadão

Belo Horizonte - 5 Hiper,sendo 1 Centro de distribuição e 16 Bairros

Uberlândia - 1 Hiper/Plataforma e 1 Atacadão

Contagem - 1 Hiper

Betim - 1 Atacadão

Juiz de Fora - 1 Hiper e 1 Atacadão

Lagoa Santa - 1 Bairro

Espírito Santo

Vila Velha - 1 Hiper e 1 Atacadão

Serra - 1 Atacadão

Rio Grande do Sul

Porto Alegre (3 Hiper)

Santa Maria

Caxias do Sul

Canoas

Gravataí

Paraná

Curitiba (2 Hiper)

Cascavel

Londrina- 1 Hiper - 2 Atacadão

Maringá - 2 Atacadão

Pinhais

Ponta Grossa

Distrito Federal - Hipermercado, Plataforma, Centro de distribuição e Atacadão

Brasília (3 hiper, sendo 1 Plataforma/Centro de Distribuição + 4 lojas bairro)

Goiás - Hipermercado, Plataforma, Centro de distribuição e Atacadão

Goiânia - 2 Hiper, sendo 1 Plataforma/Centro de Distribuição - 1 Atacadão (3 lojas)

Aparecida de Goiânia - 1 Atacadão

Anápolis - 1 Hiper, sendo 1 Plataforma- 1 Atacadão (2 lojas)

Rio Verde - 1 Atacadão

Mato Grosso do Sul

Campo Grande

Pernambuco - Hipermercado, Plataforma e Atacadão

Recife (3 lojas, sendo 1 Plataforma ) - 1 Atacadão

Paraíba

João Pessoa (2 Hiper)

Rio Grande do Norte

Natal (2 Hiper)

Ceará

Fortaleza (2 Hiper)

Amazonas

Manaus (5 Hiper)

Pão de Açúcar

São Paulo

Capital de São Paulo

Abílio Soares

Alameda Santos

Angélica

Brigadeiro

Brooklin Novo (Av. Padre Antonio José dos Santos)

Cantareira

Cardoso de Almeida

Casa Verde

Consolação

Domingos de Moraes

Dr. César

Engenheiro Armando de Arruda Pereira (em conexão com a Estação Jabaquara)

Lages

Lavandisca

Maranhão

Maria Amália

Maria Antônia

Oscar Freire

Pacaembu

Pamplona

Pedroso

Rebouças

Saúde

Turiassu

Ipiranga

Interior SP

Araçatuba

Araraquara

Avaré

Barueri

Bauru

Botucatu

Campinas

Campos do Jordão

Cotia

Indaiatuba

Itu

Jundiaí

Lorena

Marília

Ourinhos

Pindamonhangaba

Piracicaba

Ribeirão Preto

Santana do Parnaíba

Santo André

São Bernardo do Campo

São Caetano do Sul

São Jose do Rio Preto

São José dos Campos

São José Rio Preto

Sorocaba

Taubaté

Valinhos

Baixada Santista SP


Bertioga

Guarujá

Praia Grande

Santos

São Vicente

Litoral Norte SP


São Sebastião

Ceará

Fortaleza

Antônio Sales

Buena Vista

Center Um

Cocó

Fátima

Julio Ventura

Mucuripe

Náutico

São Gerardo

São João

Shopping Aldeota

Virgílio Távora

Washington Soares

Minas Gerais

Uberlândia

Morada da Colina

Paraíba

João Pessoa

Av. Epitácio Pessoa

Retão de Manaíra

Pernambuco

Recife

Parnamirim

Aflitos

Jaboatão dos Guararapes

Piedade

Bahia

Salvador

Costa Azul

Shopping da Bahia

Sergipe

Aracaju

Jardins

Goiás

Goiânia

Piauí

Teresina

Frei Serafim

Jóquei (Anfrísio Lobão)

Homero Castelo Branco

Dom Severino

 Bompreço

Bahia - 48 lojas

Pernambuco - 34 lojas

Maranhão - 10 lojas

Alagoas - 9 lojas

Paraíba - 8 lojas

Sergipe - 8 lojas

Rio Grande do Norte - 5 lojas

Espírito Santo - 2 lojas

Ceará - 4 lojas

Piauí - 3 lojas

TodoDia

Região Sudeste

São Paulo: Carapicuíba (2), Diadema (3), Guarulhos (1), Osasco (1), Santo André (1), São Paulo (5).

Região Sul

Paraná: Araucária (1), Castro (1), Piraquara (1), Ponta Grossa (1), São Mateus do Sul (1).

Santa Catarina: Joinville (2).

Rio Grande do Sul: Alvorada (1), Campo Bom (1), Canoas (2), Igrejinha (1), Novo Hamburgo (1), Parobé (1), Porto Alegre (1), Rio Pardo (1), São Leopoldo (1), Sapucaia do Sul (2), Taquara (1).

Região Nordeste

Alagoas: Arapiraca (2), Maceió (5), Palmeira dos Índios (1), Penedo (1), Santana do Ipanema (1), Teotônio Vilela (1), União dos Palmares (1).

Bahia: Alagoinhas (2), Camaçari (2), Castro Alves (1), Conceição do Coité (1), Dias D`Ávila (2), Entre Rios (1), Esplanada (1), Feira de Santana (2), Itaberaba (1), Mata de São João (1), Moritiba (1), Pojuca (1), Rio Real (1), Salvador (10), Santo Amaro (1), Santo Antônio de Jesus (1), São Gonçalo dos Campos (1), Serrinha (1), Simões Filho (2), Valença (1), Vera Cruz (1).

Maranhão: Itapecuru Mirim (1), Vargem Grande (1).

Paraíba: Cabedelo (1), Campina Grande (1), João Pessoa (3), Mamanguape (1), Pedras de Fogo (1), Santa Rita (1), Sapé (1).

Pernambuco: Abreu e Lima (2), Belo Jardim (1), Bezerros (1), Cabo de Santo Agostinho (1), Camaragibe (1), Carpina (1), Escada (1), Gameleira (1), Garanhuns (2), Goiana (1), Gravatá (2), Igarassu (1), Ipojuca (1), Jaboatão dos Guararapes (5), Limoeiro (1), Moreno (1), Nazaré da Mata (1), Olinda (4), Paulista (3), Pesqueira (1), Recife (3), Surubim (1), Timbaúba (1), São Lourenço da Mata (1), Vitória de Santo Antão (1).

Sergipe: Aracaju (1), Boquim (1), Estância (1), Lagarto (1), Propriá (1).

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Festa junina - a origem da celebração pagã que virou religiosa

 Para um brasileiro, pode ser difícil entender como as estações do ano são capazes de influenciar o imaginário e a própria organização da sociedade.


Mas em países de clima temperado ou frio, onde primavera, verão, outono e inverno são mais demarcados, é contagiante a alegria com que o verão é celebrado, depois de meses de dias curtos, temperaturas frequentemente negativas e poucas possibilidades de interação social.


É por isso que desde os tempos mais antigos, as primeiras civilizações europeias já tinham festas específicas para celebrar tanto a chegada da primavera — a volta da vida desabrochando — quanto o solstício de verão — o ápice do sol, o dia mais longo do ano.


E, segundo pesquisadores, são esses dois tipos de celebração, depois abraçados pelo catolicismo, que explicam a origem das festas juninas, que no Brasil acabariam sendo reinventadas com um sotaque próprio.


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"As origens são mesmo as antigas festas pagãs das antigas civilizações, ligadas aos ciclos da natureza, às estações do ano. Sociedades antigas realizavam grandes festividades, com durações longas, até de um mês, sobretudo nos períodos de plantio e de colheita", contextualiza o pesquisador de culturas populares Alberto Tsuyoshi Ikeda, professor da Universidade de São Paulo e consultor da cátedra Kaapora: da Diversidade Cultural e Étnica na Sociedade Brasileira, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).


"A primavera era bastante comemorada, como o reingresso da vida mais dinâmica, o rebrotar da natureza e das atividades depois do período do inverno, sempre de muita dificuldade, luta pela sobrevivência e recolhimento", comenta ele.


Se nessa época do ano o que se via era a explosão da natureza, a vida social espelhava isso. "Os grupos humanos realizavam grandes festividades dedicadas à própria natureza, muitas vezes rendendo homenagens aos antigos deuses relacionados à natureza, à vida animal, à vida vegetal de um modo geral. Eram festas comunitárias com muita alegria, muita alimentação e reunião de pessoas em grande número: foi o que deu origem às festas juninas que a gente conhece no Brasil e em outras partes do mundo."


Autora do livro Festas Juninas: Origens, Tradições e História, a socióloga Lucia Helena Vitalli Rangel, professora na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), explica que a origem das festas juninas está nos "rituais de fertilidade agrícola" de diversos povos — da Europa, do Oriente Médio e do norte da África.


"Os [mitológicos] casais férteis Afrodite e Adonis, Tamuz e Izta, Isis e Osíris eram homenageados nesses rituais, pois representavam a reprodução humana, numa época de evocação da colheita", afirma.


"Eram rituais para que a colheita fosse farta e para abençoar o próximo período agrícola. Era período de congraçamento, de partilha e estabelecimento de alianças entre as comunidades. Eram rituais de fartura e abundância em todos os sentidos, no âmbito alimentar e na relação entre as famílias: casamentos, batizados e compadrio."


Balão e bandeirinhas

Getty Images

Na festa junina contemporânea, estão presentes algumas das figuras mais populares do catolicismo

"No hemisfério norte o solstício de verão era o auge do período ritual e do trabalho agrícola coroado pela colheita", acrescenta a socióloga.


Vale ressaltar o óbvio, para que não fique um certo estranhamento ao leitor menos atento: no hemisfério norte, origem de tais celebrações, as estações do ano são invertidas em relação ao hemisfério sul, onde está o Brasil.


Apropriação cristã

Mas onde então entram os santos nessa história? Na festa junina contemporânea, estão presentes algumas das figuras mais populares do catolicismo — e isso acabou impregnado de tal forma na celebração que a religiosidade se misturou ao folclore e às tradições populares, transcendendo os ritos normatizados pela Igreja Católica.


O primeiro dos santos juninos é Antônio (1191 - 1231), frade franciscano de origem portuguesa que ficou conhecido pelo que fez na Itália no início do século 13. Com fama de milagreiro, foi canonizado pela Igreja onze meses depois de sua morte — trata-se de um recorde até hoje não superado na história do catolicismo.


No imaginário popular, Antônio se tornou o bonachão santo das coisas perdidas, sobretudo nos países europeus, e o casamenteiro, principalmente em Portugal e no Brasil. Simpatias, promessas e orações específicas marcam a devoção a ele. E sua presença nos festejos juninos geralmente está ligada a essas tradições — a Igreja fixou o 13 de junho, data da morte dele, como dia consagrado ao santo.


Em 24 de junho, o catolicismo celebra o nascimento de João Batista (2 a.C - 28 d.C.). É o santo máximo das comemorações juninas — há versões que apontam que originalmente eram "festas joaninas" e não festas juninas; e, sobretudo no nordeste brasileiro, a Festa de São João é um evento de dimensões impressionantes.


Bandeirinhas de São João

Getty Images

Festas juninas acabariam sendo reinventadas no Brasil

Personagem de historicidade controversa, João Batista é apontado como primo de Jesus Cristo e aquele que o batizou, usando as palavras 'Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo'. Essas também são usadas pelo padre ao apresentar a hóstia consagrada aos fiéis antes de distribuí-la.


Em seu livro 'O Ramo de Ouro', o antropólogo escocês James Frazer (1854-1941) diz que ocorreu um processo histórico "de acomodação", deslocando para a figura de São João Batista a comemoração do solstício de verão.


Por fim, o mês de junho ainda tem a data do martírio de São Pedro (? - 67 d.C) e São Paulo (5 d.C. - 67 d.C.), dois dos pioneiros do cristianismo. Pedro foi um dos 12 apóstolos de Jesus e acabou depois considerado o primeiro papa do catolicismo.


Paulo de Tarso, por sua vez, é reputado como um dos mais influentes teólogos da história. Parte significativa dos textos que compõem o Novo Testamento da Bíblia é atribuída à sua pena. É dele, portanto, a autoria de parcela considerável da ressignificação de Jesus Cristo após sua morte na cruz — em outras palavras, é possível dizer que Paulo é responsável pela transformação de Jesus em um mito.


Uma observação necessária: apesar de a Igreja celebrar em conjunto a memória do martírio de Pedro e de Paulo, por tradição este último nem sempre é associado aos festejos juninos, a cidade de São Paulo e o próprio time são mais lembrados que o santo.


À medida que o catolicismo foi se transformando em religião do status quo, sobretudo a partir da cristianização do Império Romano, no ano de 380 d.C., diversos rituais tratados como pagãos acabaram sendo abraçados e apropriados pela Igreja. "A Igreja Católica não pôde desmanchar essas práticas", reconhece Rangel.


Com os rituais de primavera e verão, não foi diferente. "Várias dessas festividades foram adaptadas", conclui Ikeda. "Aos poucos passaram a ser tratadas como festas em honra aos santos juninos."


"Mas é importante notar que mesmo dentro do ciclo cristão, esses santos estão ligados tematicamente com aquelas mesmas ideias, os mesmos princípios das festividades [dessa época do ano] das antigas civilizações", pontua o pesquisador.


Santo Antônio, por exemplo, é o casamenteiro — em uma leitura lato sensu, poderia ser encarado como o santo da família, da unidade familiar, da reprodução humana. "São João também está ligado, sobretudo nos interiores do Brasil, a essa questão dos relacionamentos afetivos. Tradicionalmente, faz-se muito casamento no Dia de São João", diz Ikeda.


"Ele também traz a característica da fartura [que remete aos períodos de plantio e de colheita, em oposição aos rigorosos invernos], dos alimentos, das bebidas, aquilo que chamamos na antropologia de repasto ritual ou repasto cerimonial", afirma o pesquisador.


De modo geral, na leitura proposta por ele, todos os santos juninos estão ligados aos ciclos da natureza — fogo, água, fertilidade, abundância. Está aí São Pedro e a ideia de que ele é quem controla o tempo. "Vejo uma relação entre eles e os antigos rituais, uma relação ainda presente. Embora a gente não perceba mais, eles têm essa ligação com os elementos fundamentais da existência humana", comenta.


Nas festas populares essas forças da natureza se fazem representadas, muito além da mesa farta. Os mastros juninos que são erguidos representam a potência dos troncos, das árvores que resistem ao inverno. A fogueira é a luz: ilumina, aquece, afugenta animais ferozes, assa os alimentos.

Entenda os símbolos da festa junina


A roupa – Sempre muito coloridas, imitam os caipiras que são os matutos que vivem na roça.


Arraial – Também chamado na linguagem matuta de arraiá, é um largo espaço ao ar livre, cercado ou não e onde barracas, decorado com bandeirinhas de papel colorido, balões e palha de coqueiro. Se for realizado na internet, é chamado de arraiá virtuá.


Fogueira – A fogueira simboliza a proteção dos maus espíritos, que atrapalhavam a prosperidade das plantações. A festa realizada em volta da fogueira é para agradecer pelas fartas colheitas. Além disso, como a festa é realizada num mês frio, serve para aquecer. Cada santo tem uma fogueira, sendo a quadrada de santo Antônio, a redonda de São João e a triangular de São Pedro. A fogueira ainda possui outro significado. Para os cristãos, a fogueira está relacionada ao nascimento de São João Batista. Contam os católicos que Santa Isabel acendeu uma fogueira para avisar à Maria, mãe de Jesus, do nascimento de seu filho, João Batista, no dia 24 de junho, porque naquela época não existia telefone. Para os pagãos, a fogueira espanta os maus espíritos.


Balões e fogos de artifício – Segundo a tradição popular, servem para despertar São João Batista. Também é comum as crianças soltarem bombas como buscapé e espada de fogo.


Mastro de São João – É erguido durante para celebrar os três santos ligados aos festejos. No Brasil, no topo de cada mastro são amarradas três bandeirinhas simbolizando os santos.


A quadrilha – Tem o seu nome de uma dança de salão francesa para quatro pares, a “quadrille”. Veio para o Brasil seguindo o interesse da classe média e das elites portuguesas e brasileiras do século XIX porque, por aqui, interessava tudo que fosse a última moda de Paris. 


Ao longo do século XIX, a quadrilha se popularizou no Brasil e se fundiu com danças brasileiras pré-existentes e teve subsequentes evoluções. Aqui ganhou areas rurais. Por isso os participantes da quadrilha vestem-se de matuto ou à caipira. Dançam em pares. Tem ainda a figura do noivo e da noiva, já que a quadrilha encena um casamento fictício. Além do noivo e da noiva, outros personagens tradicionais fazem parte do roteiro da quadrilha: o padre, o pai da noiva, o juiz e o delegado.


O casamento caipira – Faz uma sátira aos casamentos tradicionais, além de banalizar o sentido do mesmo. A noiva está grávida e o pai dela obriga o rapaz a se casar. Na apresentação do casamento, na roça, o noivo aparece bêbado, tentando fugir do altar por várias vezes, sendo capturado pelo pai da noiva que lhe aponta uma espingarda. Este conta com o apoio do delegado da cidade e do padre para que o casamento seja realizado. Após a cerimônia, os noivos puxam a quadrilha.


Músicas – No Brasil a festa ganhou ritmos bem nacionais como o forró, baião, xote, samba-de-coco e as cantigas.


Simpatias – As pessoas que participam podem fazer simpatias e promessas para os santos. As promessas para se casar são as mais frequentes, uma vez que o santo casamenteiro é celebrado na festa.


Uma simpatias muito comum é: moças solteiras que querem casar colocam um figurino do santo de cabeça para baixo atrás da porta ou dentro do poço ou enterram-no até o pescoço. Fazem o pedido e, enquanto não são atendidas, lá fica a imagem de cabeça para baixo.


No dia 13 de junho, é comum ir à igreja para receber o pãozinho de Santo Antônio, que é dado gratuitamente pelos frades. Em troca, os fiéis costumam deixar ofertas. O pão, que é bento, deve ser deixado junto aos demais mantimentos para que esses não faltem jamais.


A lavagem dos santos – É o momento em que as suas bandeiras são mergulhadas em água, para trazer purificação. As bandeirolas representam as bandeiras dos santos, levando purificação a todo o local da festa.


O pau de sebo – É uma brincadeira com o objetivo de se ganhar uma quantia em dinheiro, que está afixada em seu topo. As pessoas têm que subir no mastro, lambuzado de gordura. Muitas vezes, os participantes vão subindo nos ombros uns dos outros, até conseguirem pegar o prêmio, que acaba servindo para pagar parte de suas despesas na festa.

O milho é um alimento muito importante nessas comemorações e, por isso, diversas comidas típicas de festa junina levam esse ingrediente.



Os principais pratos típicos de festa junina são: pipoca, paçoca, pé de moleque, canjica, cachorro-quente, pamonha, curau, bolo de milho, arroz-doce, pinhão, cuscuz e tapioca.


Já as bebidas mais tradicionais são: vinho quente e quentão.

As brincadeiras juninas são elementos essenciais de um bom "arraiá". Presentes em todas as festas juninas, elas podem variar de região para região, embora existam as mais tradicionais como a pescaria, a cadeia, o correio elegante, dentre outras.


1. Pescaria

Peixinhos de brinquedo ou feitos com material reciclado são colocados em um recipiente com areia, que fica dentro da barraquinha ou do local reservado para o jogo.


Os peixinhos precisam ter um número afixado e uma pequena argola para que possam ser pescados pelas varinhas dadas aos participantes (que ficam fora da barraquinha).


Pescaria de festa junina


As varinhas são feitas de bambu e levam um pedaço de barbante onde é amarrado um ganchinho ou um anzol.


O número de cada peixinho corresponde ao prêmio que o participante recebe se conseguir pescar.


2. Correio elegante

Para essa brincadeira são necessários cartões de cartolina (os tradicionais são em formato de coração) e caneta.


Correio Elegante Festa Junina


Aproveite para mandar uma mensagem romântica ou de amizade durante a festa usando esses cartões, que serão entregues ao destinatário por outra pessoa, o “carteiro”. É o melhor serviço de entrega de mensagens juninas!


3. Cadeia

Uma sala ou um outro ambiente isolado por cordas, bambus ou cadeiras serve de prisão. Lá, pelo menos há um guarda, enquanto outro anda pela festa à espera que alguém indique quem gostaria de prender.


Cadeia de festa junina


A saída da prisão deve ser determinada pelo pagamento da fiança ou por uma tarefa submetida ao presidiário.


4. Tiro ao alvo

Latas decoradas com papel colorido e empilhadas em forma de pirâmide são o alvo. O objetivo desse jogo, também conhecido como Bola na Lata ou Derruba Latas, é derrubar todas as latas.


Tiro ao alvo festa junina


Elas devem ficar em cima de uma mesa dentro da barraquinha ou noutro local reservado para o jogo.


Do lado de fora da barraquinha, os participantes tentam derrubar as latas em três tentativas de arremesso de uma bolinha.


5. Argolas

Garrafas de refrigerante cheias de água (colocadas com uma distância, mais ou menos, de um palmo) e argolas é tudo o que você precisa para essa brincadeira.


Jogo da argola


Você tem cinco tentativas para arremessar as argolas de uma distância determinada e tentar encaixá-las pelo gargalo das garrafas.


6. Boca do palhaço

Esse é outro jogo de pontaria muito divertido para as crianças.


Boca do palhaço na festa junina


O objetivo é, mediante três tentativas, acertar pelo menos uma bola na boca do palhaço, que consiste em um desenho grande de uma cara de palhaço onde é feito um buraco no lugar da boca.



7. Corrida de saco

Para essa brincadeira são utilizados sacos grandes, que podem ser de farinhas ou batatas. Cada criança se coloca dentro do saco e fica posicionada atrás da linha de partida.


Corrida de saco


Após o sinal, todas elas correm em direção à linha de chegada. O objetivo é chegar do outro lado o mais rápido possível, sem cair.


8. Rabo do burro

Num grande painel um burro é desenhado e o participante segura um suposto “rabo” que pode ser feito de fita colorida e velcro.


Rabo do Burro


Antes de começar a jogar, os olhos são vendados e a criança é girada algumas vezes para perder a noção de direção. Depois disso, ela deve encontrar o cartaz com o burro e colar o rabo mais próximo do local que realmente seria.


9. Corrida de carrinho de mão

Para a corrida de carrinho de mão, o grupo de crianças é dividido em pares. Um dos participantes segura o outro pelos pés, enquanto um fica com as mãos no chão.


Corrida carrinho de mão


Da mesma forma que numa corrida, todas as crianças saem juntos da linha da largada após o sinal. O objetivo é chegar na linha final mais rápido do que as outras duplas.


10. Cabo de guerra

Muito popular entre as crianças, o cabo de guerra é uma brincadeira onde é necessária uma corda para jogar.



Cabo de guerra


Divide-se o grupo em dois times e cada um deles, após o sinal, começa a puxar a corda para o seu lado. O objetivo é derrubar o time adversário.


11. Corrida do milho

Bacias ou outros recipientes com milho, colheres, copos descartáveis e pelo menos duas duplas é o que você vai precisar para essa corrida.


Cada dupla tem uma bacia, da qual ficam distantes, com um pouco de milho dentro. Na largada, um dos participantes corre até a bacia segurando uma colher, que enche com o milho contido nela e regressa de onde partiu para encher o copo do seu companheiro. Vence a dupla que encher o copo primeiro.


12. Dança da laranja

Em duplas, e segurando uma laranja na testa, os participantes dançam ao ritmo da música fazendo todos os esforços para não deixar a fruta cair ao chão.


Cada vez que uma dupla deixa a laranja cair, sai do jogo. Vence quem aguentar dançar com a fruta durante mais tempo.


13. Corrida do ovo

Para essa corrida, precisamos de colheres e ovos. Segurando o ovo na colher, vence quem chegar primeiro na linha de chegada.


Na brincadeira original, cada participante deve transportar a sua colher com o ovo na boca, mas se os participantes forem crianças menores, é aconselhável que a colher seja transportada na mão e que o ovo esteja cozido.


14. Corrida de três pernas

Nessa brincadeira, as duplas têm realmente que se unir. Utilizando algo como uma tira de pano, a perna do participante deve ser unida a do seu companheiro.


Assim, eles correm juntos e, de forma desengonçada, como se tivessem apenas três pernas. Vence a dupla que chegar primeiro à meta.

No Brasil, a noite de São João mais famosa acontece na região nordeste do país, na cidade de Campina Grande, no estado da Paraíba. Esta é considerada a maior festa de São João do mundo.


No entanto, outras cidades nordestinas se destacam: Caruaru, em Pernambuco; São Luís, no Maranhão; Mossoró, no Rio Grande do Norte; e Teresina, no Piauí.


Um dos maiores concursos de quadrilha é realizado em Campina Grande, na Paraíba.

Concursos de quadrilha

Os principais concursos de quadrilha realizados no Brasil são:


Concurso nacional de quadrilhas juninas

Concurso de quadrilhas juninas da Paraíba

Festival de quadrilhas juninas da Globo

Concurso de quadrilhas juninas do Recife

Festival de quadrilhas juninas do Nordeste

Concurso de quadrilhas juninas forró & folia

Concurso estadual de quadrilhas juninas do Pará

Concurso de quadrilhas juninas da Bahia

terça-feira, 17 de janeiro de 2023

Coesão - o que raios é isso?

 “Socorro!”, gritam os mais de 5 milhões de inscritos no Enem. Vestibulandos e concurseiros de Europa, França e Bahia vão atrás. O motivo: perdem pontos a rodo num tal item chamado coesão. Eles procuram o assunto nas gramáticas. Não encontram. Por quê?


A razão é simples. Coesão está presente na morfologia, na sintaxe, nas figuras de linguagem. Ao estudar substantivos, verbos, pronomes, conjunções, preposições, coordenação, subordinação, etc. e tal, indiretamente estudamos coesão. Eles oferecem recursos pra ligar palavras, ligar períodos, ligar parágrafos. Em suma: juntar partes soltas em unidades coerentes.


Preposições e conjunções


Anel e ouro são duas palavras que não se conhecem nem de elevador. Mas formam unidade com a ajuda da preposição de: anel de ouro.


Cozinho, estamos sem empregada.


 Que relação existe entre enunciados assim independentes? A conjunção se encarrega de pôr os pontos nos ii. Ela pode indicar causa (cozinho porque estamos sem empregada). Pode indicar tempo (cozinho quando estamos sem empregada). Pode indicar duração (cozinho enquanto estamos sem empregada). Pode indicar condição (cozinho se estamos sem empregada).


 Pronomes


Pronomes exercem duplo papel. Além de auxiliar a coesão, contribuem para a elegância. Como? Evitam repetições. Veja:


Rafael e João Marcelo são irmãos. Este estuda medicina; aquele, direito. (Este substitui João Marcelo; aquele, Rafael.)


Oscar Niemeyer se casou aos 99 anos. Ele e a noiva se conheceram anos antes. (Ele substitui Niemeyer)


 Por falar em repetição…


Nem toda repetição é má. A estilística, que dá liga e charme ao texto, longe está de indicar pobreza vocabular. É o caso do “é preciso” reiterado neste parágrafo:


Como acabar com a cultura do desperdício? Ela tem de ser desmontada por dentro. É preciso que os brasileiros não joguem fora restos de comida aproveitáveis nem deixem as lâmpadas acesas quando saem de um aposento. É preciso que os livros escolares sejam aproveitados pelos irmãos menores. É preciso não destruir os bens públicos. É preciso, enfim, martelar insistentemente na necessidade de poupar.


É o caso, também, deste trecho de Barack Obama:


Sim, nós podemos. Nós podemos recuperar a economia do país. Nós podemos legar uma pátria melhor pra nossos filhos e netos. Nós podemos respeitar os direitos humanos. Nós podemos zelar pelo meio ambiente. Nós podemos construir um mundo mais justo e democrático. Sim, nós podemos.


 Mais


Viu? O entrelaçamento das ideias se dá por meio de vários mecanismos. Examinamos alguns. Há mais. A manutenção do tema figura entre os mais importantes. Trata-se da perseguição do tema sem desvios. É a tal história: quem se ajoelha tem de rezar. Examine este parágrafo do livro Sonhos de Einstein, de Alan Lightma:


 Minúsculos sons da cidade flutuam pela sala. Uma garrafa de leite tilinta contra uma pedra. Um toldo é esticado em uma loja. Uma carroça de verduras transita lentamente por uma rua. Um homem e uma mulher sussurram em um apartamento próximo.


Que responsabilidade! O tópico frasal (1º período) amarrou as ideias. Sem ele, os exemplos de sons da cidade ficariam sem elo. O leitor não saberia aonde as frases querem chegar. Em suma: um amontoado de ideias e nenhum recado. (Duvida? Banque o São Tomé. Leia o parágrafo sem o tópico frasal. E daí?)


Moral da história


Em bom português, coesão é dizer coisa com coisa. Opõe-se ao samba do crioulo doido.


Existem três tipos:

lexical - ocorre através do uso de sinônimos, hiperônimos e hipônimos, e epítetos - qualificações de uma pessoa ou coisa

sequencial - está relacionada à progressão do texto, através dos tempos verbais e das conjunções

referencial - cria relações entre as palavras e expressões do texto

Há quatro variantes:

anáfora - retoma o referente que já foi dito

catáfora - apresenta o referente que ainda não se disse

substituição - usa palavras e expressões que retomam termos já citados

elipse - omite palavras sem comprometer a clareza

Pegadinha - pronomes de tratamento

 Assistindo ao filme O Ilusionista com Teté, minha linda esposa, percebi que o tradutor do filme para a língua portuguesa cometeu alguns deslizes ao usar pronomes de tratamento. Na história, há um príncipe herdeiro do trono do país onde se passa a trama. Todos que com ele conversavam usavam frases como as seguintes:


- Vossa Alteza, abra a porta!

- Vossa Alteza, não irei para Bruxelas. 


Não é o primeiro filme a que assisto com essa inadequação. E, você, aluno estudioso do Maxi, percebeu a inadequação? Vamos à explicação:


Os pronomes de tratamento são palavras ou locuções que funcionam como pronomes pessoais para a designação das pessoas do discurso: o senhor, a senhorita, Vossa Majestade, Sua Alteza, etc. O pronome de tratamento mais usado no Brasil é, indiscutivelmente, você. Sabido isso, chega-se facilmente à conclusão de que as frases apresentadas acima estão inadequadas, não é mesmo? Ninguém diria Você, abra a porta! nem Você, não irei para Bruxelas. Os pronomes de tratamento, salvo exceções, não são usados como vocativo.


Vocativo é a forma linguística que expressa, no discurso direto, aquele a quem o emissor se dirige. Discurso direto é a reprodução das palavras de alguém nos termos exatos em que foram ditas. Por exemplo:


Teté, abra a porta!

Luana, volte logo para Londrina. 


Nessas frases, Teté e Luana são vocativos, pois o emissor da frase se dirige a elas, chamando-as para praticar determinadas ações.


Como usar, então, adequadamente os pronomes de tratamento? Vejamos:


Usam-se os pronomes de tratamento iniciados por Vossa ... ao se dirigir à pessoa. Por exemplo:


Vossa Alteza tem de saber a verdade.

Gostaria de conversar com Vossa Excelência sobre nosso problema. 

Usam-se os pronomes de tratamento iniciados por Sua ... ao se referir à pessoa. Por exemplo:


Sua Santidade, o papa, esteve no Brasil.

Sua Excelência, o governador, foi condenado por corrupção.


O que é muito importante também saber é que os pronomes de tratamento são pronomes de terceira pessoa, exatamente o que acontece com o pronome você. Tudo o que se referir aos pronomes de tratamento deve concordar com a terceira pessoa, como ocorreu com as frases acima. Os verbos ter, estar e ser estão na terceira pessoa (tem, esteve e foi) por esse motivo.


Outra regra importante acerca dos pronomes de tratamento é que diante dos iniciados por Vossa ... e Sua ... não se usa artigo. É inadequado, então, dizer Não gosto da Sua Excelência, o deputado João Castor. O certo é Não gosto de Sua Excelência, o deputado João Castor. São exceções à regra os pronomes senhora, senhorita, dona e madame. Também não se usa artigo antes do pronome você: Eu confio em você, e não Eu confio na você.


E o vocativo? Como ficam os pronomes de tratamento se quisermos usar como vocativo?


Usam-se outras palavras como vocativo. Vejamos algumas:


Alteza, para príncipes.

Majestade, para reis.

Excelentíssimo, para indivíduos de prestígio social.

Ilustríssimo, para pessoas a quem nos dirigimos por escrito em comunicações oficiais e para aquelas que ocupam cargos importantes.

O uso da vírgula é obrigatório.


As frases ditas no filme, então, deveriam ser assim escritas:


Alteza, abra a porta!

Alteza, não irei para Bruxelas.

O vinho derramou-se - o que fazer?

 Podem acontecer acidentes durante a Missa, tais como cair um inseto dentro do vinho consagrado ou o Celebrante passar mal. Apesar de serem detalhe e raridade, são situações que acontecem e devem ser objeto de preocupação sobre o modo de corretamente proceder em suas ocorrências. Para isto, recorremos ao Missal antigo, visto que o Missal de Paulo VI não dispõe dessas orientações práticas e, assim, é enriquecido com resoluções centenárias e eficientes. Certamente não será bobagem ou preocupação desnecessária àqueles que se preocupam com a Santíssima Eucaristia e com a dignidade do culto. Imaginamos que todos se preocupam.

1. A igreja ou o lugar onde é celebrada a Missa é profanado


Se se deu antes da Oração Eucarística, o Celebrante retira-se do altar; se foi durante a Oração Eucarística, continua a Missa.


*


2. Ocorre algo que impeça a celebração naquele momento, tal como inundação, ataque ou desabamento


O Celebrante, se ainda não consagrou o pão e o vinho, retira-se; se já tiver consagrado, pode comungar imediatamente e omitir o restante da Missa.


*


3. O Celebrante morreu, desmaiou ou subitamente fica enfermo, de modo que não pode mais concluir o Sacrifício


Se isto lhe sucedeu depois da Consagração, a Missa deve ser continuada por outro sacerdote a partir do lugar em que foi interrompida.


Se o acidente aconteceu quando o Celebrante estiver a meio da fórmula da primeira Consagração, não é necessário continuar a Missa, porque a Consagração não foi realizada. Porém, se aconteceu em meio à fórmula da Segunda consagração, o Sacerdote que continua a Missa repete a fórmula da Consagração a partir do “Do mesmo modo…”, ou sobre o mesmo cálice ou sobre outro oferecido e, neste caso, toma o vinho do primeiro cálice depois da Comunhão.


Se o Sacerdote que adoeceu pode comungar, o Sacerdote que continua a Missa dá-lhe a comungar.


*


4. Um inseto ou qualquer impureza cai dentro do cálice antes da Consagração


O Celebrante depõe aquele vinho num vaso que depois da Missa esvaziará segundo uma purificação digna; coloca no cálice outro vinho e água, oferece-o (dizendo mentalmente a oração do ofertório) e continua a Missa.


Se foi depois da Consagração e pode tomar sem repugnância aquela impureza juntamente com o Preciosíssimo Sangue, continua a Missa sem se perturbar.


Se sente repugnância, extrai a impureza, põe-na num vaso, purifica-a com vinho (se for inseto e ele ainda estiver vivo, se tenha cuidado de não perdê-lo de vista), e continua a Missa. Depois da Missa, queima aquela impureza e dispõe a cinza junto à purificação que é feito às alfaias depois da Missa.


5. Cai no cálice algo venenoso ou que provoca vômito


Se isso acontece antes da Consagração, o Celebrante procede  como no número 4.


Se acontece depois da Consagração, o Celebrante coloca o vinho consagrado em outro cálice, prepara novo vinho para a Missa, oferece-o, consagra-o e continua a Missa. Depois desta, molha um pano de linho com o Preciosíssimo Sangue e põe no sacrário até que a Espécie do vinho estar inteiramente seca. Queima o tecido e dispõe a cinza dignamente.


*


6. Algo venenoso toca na hóstia consagrada


Põe-na em outra patena ou num cálice para guardá-la no sacrário até se corromper, prepara, oferece e consagra outra hóstia e continua a Missa. Depois de corrompida, dá-lhe destino digno.


*


7. Fica dentro do cálice a partícula da hóstia consagrada e misturada ao Sangue no Rito da Comunhão


Isso pode acontece quando o Celebrante vai comungar do Sangue. Ele a traz com o indicador até a borda do cálice e a toma antes da purificação deste, ou coloca um pouco de vinho no cálice e toma-a quando beber o líquido.


*


8. A hóstia aparece partida ou cortada


Se foi antes do ofertório, o Celebrante põe-na à parte e pega outra hóstia.


Se foi depois do ofertório, o Celebrante deve consagrá-la.


*


9. Por descuido ou acidente, a hóstia consagrada cai dentro do cálice


Se só parte da hóstia caiu, o Celebrante continua a Missa, fazendo todas as cerimônias com a outra parte da hóstia.


Se caiu no cálice a hóstia inteira, o Celebrante não a retira, mas omite na continuação da Missa todas as cerimônias que devia fazer com ela. Toma juntamente o Corpo e o Sangue de Jesus, dizendo: “O Corpo e o Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo me guardem para a vida eterna”.



10. Num frio intenso, o vinho consagrado se congela


O Celebrante cerca o cálice de panos quentes e mergulha-o com cuidado num vaso com água quente, junto do altar, até a Espécie se tornar líquida novamente.


*


11. Todo o vinho consagrado se derrama


Se sobraram apenas algumas gotas no cálice, toma estas na Comunhão e, quanto à parte derramada, procede como nos números anteriores sobre isto, e continua a Missa.


Se não ficou nada no cálice, prepara, oferece e consagra um novo vinho com água.

sábado, 7 de janeiro de 2023

Popular vs culto

 errado / certo

adevogado / advogado: sem pronunciar E após o D

o alface / a alface

abturar / obturar

amostrar / mostrar - existe a palavra amostra

bença / bênção

briba, bliba / bíblia

cabeçário / cabeçalho

cabeleleiro / cabeleireiro

o cal / a cal

cidadões / cidadãos

cerular / celular

o couve / a couve

cunzinha, cunzinhar / cozinha, cozinhar

defamar / difamar

degladiar / digladiar (disputar, discutir, argumentar)

delatar / dilatar (aumentar de tamanho, sofrer dilatação) - deletar significa apagar e delatar, denunciar, dedurar

drobar / dobrar

distrair dente / extrair dente

dente cisne, inciso / dente siso

enterter / entreter

estrupo, estrupar / estupro, estuprar

estrombo / estômago

elétrico / eletro - cardiograma, encefalograma

fluído / fluido - fluído é particípio do verbo fluir

fosco / fósforo

gratuíto / gratuito - com força no I

a guaraná / o guaraná

iluminária / luminária

interpetação, interpetar / interpretação, interpretar

indentidade, indentificar / identidade, identificar

indiota / idiota

iguinorança / ignorância - sem pronunciar I após o G

inzame / exame

largata / lagarta

largatixa / lagartixa

lificador / liquidificador

Lucifer / Lúcifer - com força no U

manguzá / munguzá

mascra / máscara

mendingo / mendigo

mortandela / mortadela

musga / música

menas / menos - mesmo no feminino

neuvo, neuvoso / nervo, nervoso

Netflit / Netflix

prêmio Nóbel / Nobel - com força no E

onteontem / anteontem

preguntar / perguntar

pobrema / problema

pomonha / pamonha

pranta / planta

previlégio / privilégio

o reis / o rei, os reis

o rins / o rim, os rins

rezistro / registro - de água, de nascimento, de óbito, de casamento

rúbrica / rubrica - com força no I

récorde / recorde - com força no O

sabo / sábado

salchicha / salsicha

seje / seja

siclano / sicrano - ciclano existe, mas é da química, e corresponde a um hidrocarboneto saturado cíclico

sombrancelha / sobrancelha

táuba / tábua

a tomate / o tomate

truce / trouxe

vrido / vidro

xicra / xícara

xachê / sachê

Português sem Enrolação - Novo Acordo Ortográfico

 O novo acordo ortográfico também estabeleceu mudanças pequenas em nosso alfabeto e simplificou a regra para o uso das letras maiúsculas fora da primeira palavra da frase. Apesar de serem pontos mais pequenos e não mudarem tanto as regras que já conhecíamos, ainda sim tem importância para a unificação da língua portuguesa.


Mudanças

As letras “k”, “w” e “y” fazem parte do nosso alfabeto agora, mas ainda tem uso restrito a derivados portugueses de nomes próprios estrangeiros, abreviaturas de unidades de medida e palavras estrangeiras não aportuguesadas. Foi adotado a convenção internacional, onde o “k” vem depois do “j”, o “y” depois do “x” e o “w” depois do “y” e antes do “z”.

As letras maiúsculas ficaram restritas a:

Nomes próprios (João, Maria, Roberto).

Nomes de lugares (Sâo Paulo, Campinas, Liberdade).

Nomes de Instituições (Ministério da Saúde, Universidade de São Paulo).

Nomes de seres mitológicos (Zeus, Hades).

Nomes de festas, religiosas ou profanas (Natal, Carnaval).

Pontos cardeais que indicam regiões (Sudeste, Ocidente).

Siglas (ABL, IMC).

Títulos periódicos (Folha de S. Paulo, Meia Hora).

Iniciais de abreviaturas (Dr.. Sr., V. Exª).

É de uso facultativo letras maiúsculas em:

Domínios do saber, disciplinas e cursos (Matemática/matemática, Filosofia/filosofia).

Títulos (Doutor/doutor, Conde/conde).

Categorias de logradouros públicos, templos e edificações (Rua/rua 25 de março, Igreja/igreja do Bonfim, Edifício/edifício Bandeiras).

O novo acordo ortográfico estabeleceu algumas regras para o hífen com o objetivo de tornar mais simples e racional o uso deste sinal gráfico, antes muito confuso e meio arbitrário. Houve algumas mudanças nas palavras compostas, porém a maior parte das alterações foram feitas nas regras de uso do hífen com prefixos. Confira a seguir o que mudou.


Mudanças

Palavras prefixadas cujo segundo elemento comece com “h” levam hífen. Exemplos: super-herói e pré-história.

Palavras formadas pelo acréscimo dos prefixos “des” ou “in” e que têm o segundo termo iniciado por “h” descartam o hífen. O “h” também é descartado e o segundo elemento começa com a primeira vogal. Exemplos: desumano e inábil.

Usa-se hífen quando o segundo elemento começa com a mesma vogal que termina o prefixo. Exemplos: micro-ondas e anti-inflamatório.

A exceção à regra acima é o prefixo “co”, que se aglutina mesmo quando o segundo termo também começa com “o”. Exemplos: cooperação e coordenação.

Não é usado hífen em palavras cujo segundo elemento comece com “r” ou “s”. Nestes casos deve-se dobrar a consoante. Exemplos: contrarregra e antissocial.

A exceção à regra acima são palavras prefixadas com “hiper”, “super” e “inter” e com segundo elemento iniciado com a consoante “r”. Exemplos: hiper-realista, inter-relação e super-romântico.

Palavras prefixadas cujo prefixo termine em vogal e o segundo elemento inicie com uma vogal diferente têm o uso do hífen abolido. São exemplos: semiaberto e contraindicação.

As demais regras para uso do hífen mantêm-se sem alterações. Algumas palavras compostas passam a ser aglutinadas por perderem a noção de composição, como é o caso de mandachuva e paraquedas, por exemplo. E também as locuções de qualquer tipo, sejam elas substantivas, adjetivas, pronominais, adverbiais, prepositivas ou conjuntivas, com exceção das consagradas pelo uso. Exemplos: dia a dia, fim de semana, ponto e vírgula, cor-de-rosa, água-de-colônia, arco-da-velha, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa.

O novo acordo ortográfico trouxe mudanças para a gramática que estávamos habituados, talvez as mudanças na acentuação sejam as que encontrarão dificuldades para serem completamente inseridas na nossa ortografia. Com as mudanças, muitas palavras que estávamos acostumados a acentuar não precisam mais de acento. Felizmente as mudanças não trouxeram nenhuma regra de adição de acento, apenas regras para o não uso.


Mudanças

O trema foi abolido. As palavras que usavam trema não levam o acento mais: cinquenta, pinguim

Palavras estrangeiras que levam o acento Trema mantem-se como na língua original. É o caso de Müller e Bündchen.

Não é usado mais acento circunflexo em palavras que terminem com “oo”: voo, enjoo

Não é usado mais acento circunflexo nas formas verbais da terceira pessoa do plural com o final “eem”: creem, deem, leem, veem

Ditongos abertos “ei” e “oi” em palavras paroxítonas deixam de levar acento: ideia, heroico, joia, assembleia, estreia, boia.

A vogais “I” e “U” tônicos precedidos de ditongo em palavras paroxítonas não tem mais acento: feiura, baiuca, bocaiuva

Acento agudo “U” tônico em formas verbais que têm o acento tônico na raiz são abolidos caso tenha “G” ou “Q” antes e “E” ou “I” depois: averigue, apazigue, oblique, argui, redargui.

Não recebem mais o acento diferencial as palavras:

para (verbo ou preposição)

pera (substantivo ou preposição arcaica)

polo (substantivo ou preposição arcaica)

pelo (verbo, substantivo ou preposição contraída)

coa (verbo ou preposição contraída)

É facultativo em: forma / fôrma (quando significa recipiente)

Aceita-se acento agudo ou circunflexo:

em algumas palavras oxítonas terminadas em E - bebé ou bebê, bidé ou bidê, canapé ou canapê, guiché ou guichê, caraté ou caratê, matiné ou matinê, nené ou nenê, purê ou puré

em palavras paroxítonas e proparoxítonas cujas vogais tônicas O ou E estão em final de sílaba e são seguidas das consoantes nasais M ou N: tónus e tônus, pénis e pênis, Vénus e Vênus, bónus e bônus, ónus e ônus, pónei e pônei, académico e acadêmico, gênero e género, fenómeno e fenômeno, Amazónia e Amazônia, António e Antônio, fémea e fêmea, ténue e tênue, génio e gênio.

Português sem Enrolação - acentuação

 O que é Acentuação?

Na língua portuguesa escrita, a acentuação é um dos elementos mais difíceis de serem memorizados. Porém, ao contrário do que se pensa, os acentos em nossa escrita não são tão complicados de serem aprendidos. A acentuação, na maioria das vezes, é feita para indicar a tonicidade de uma palavra escrita. Embora oralmente nós possamos nem notar, o acento faz uma grande diferença na hora de escrever as palavras.


Tipos de acentos gráficos

Aprender quais são os acentos gráficos da língua portuguesa e quais são suas funções é tão importante quanto aprender onde usá-los. No português, utilizamos quatro acentos, cada um representado por um símbolo. São eles:


Acento Agudo (´) – Sua função é simples: indicar a as vogais tônicas. O acento agudo sempre será usado na vogal da sílaba tônica. Quando aparece sobre o “e” e “o” também indica um timbre aberto.

Acento Circunflexo (^) – Só é usado nas vogais “a”, “e” e “o”, e além de indicar a vogal tônica, indica também o timbre fechado na pronúncia.

Til (~) – Também conhecido como “tilde”, é usado nas vogais para indicar nasalidade. Não necessariamente é usado na vogal tônica. Uma palavra pode ter um acento til e outro agudo ou circunflexo.

Acento Grave (`) – Mais conhecido como crase, é o acento que indica uma fusão entre as preposições “a” e “as” com os pronomes demonstrativos “a” e “as”, ou com a letra inicial de “aquela(s)”, “aquele(s)” e “aquilo”, além dos artigos definidos femininos “a” e “as”. Até 1971, era usado nas sílabas subtônicas: só - sòmente.

Uso dos acentos gráficos

O uso dos acentos gráficos tônicos (agudo e circunflexo) está relacionado a alguns fatores. São eles: sílaba tônica, terminações, pronúncia e encontros de vogais. Além disso, os acentos podem ser usados para diferenciar palavras que têm a mesma grafia. Veja as regras gerais abaixo:

Monossílabos

Acentua-se os monossílabos tônicos terminados em “a”, “e” e “o”, seguidos de “s” ou não. Exemplos: pá, cá, lá, já, gás, pé, fé, três, ré, pó, vô, dó, nós.

Não são acentuados os monossílabos terminados em “z”, “i(s)” e “u(s)”. Exemplos: paz, faz, dez, voz, vi, li.

Os monossílabos átonos também não são acentuados: artigos definidos, conjunções, preposições, pronomes oblíquos, contrações e pronomes relativos.

Oxítonas

Sâo acentuadas as oxítonas terminadas em “a(s)”, “e(s)” e “o(s)”, assim como as monossílabas. Exemplos: café, xará, cipó, guaraná, você.

Levam acentos também as oxítonas terminadas “em” e “ens”. Exemplos: ninguém, parabéns, também.

Paroxítonas

São acentuadas as paroxítonas terminadas em “i(s)” e “u(s)”. Exemplos: táxi, júri, lápis, vírus, bônus.

As palavras paroxítonas terminadas em consoantes também são acentuadas. Exemplos: difícil, hífen, repórter, ônix, túnel.

Terminações “ã(s)” e “ão(s)” em palavras paroxítonas também levam acentos. Exemplos: ímã, bênção, sótão.

Paroxítonas terminadas em ditongo (seguido ou não de “s”) levam acento. Exemplos: área, várzea, contínuo, água, cárie, fúria.

Proparoxítonas

São acentuadas todas as palavras proparoxítonas. Exemplos: tráfego, máquina, veículo, lágrima, sólido, lógica, música.

Ditongos

Os ditongos “eu”, “ei” e “oi” com pronuncia aberta são acentuados. Exemplos: céu, papéis, dói, réu.

Hiatos

São acentuados os hiatos onde as letras “i” e “u” estão em uma sílaba isolada e são precedidas de vogal. Exemplos: saída, caída, viúva, saúde.

Acentos diferenciais

Algumas palavras de grafia semelhante e pronúncia diferente requerem o uso obrigatório de acentos para que possam ser diferenciadas pelo leitor. Exemplos: pôde (pretérito perfeito do indicativo do verbo “poder”)/ pode (verbo no presente do indicativo do verbo “poder”), pôr (verbo)/ por (preposição), vêm (terceira pessoa do plural do verbo “vir”)/vem (terceira pessoa do singular do verbo “vir”), porquê (substantivo)/ porque (conjunção), quê (interjeição, substantivo e pronome no fim da frase)/ que (pronome, preposição, conjunção, advérbio e partícula expletiva).

Português sem Enrolação - encontros vocálicos, consonantais e dígrafos

 O que são encontros vocálicos

Os encontros vocálicos são situações na língua portuguesa em que duas ou mais vogais ou semivogais se agrupam sem nenhuma consoante como intermediária. Não se pode ter mais nem menos de uma vogal por sílaba, por isso esses encontros se dão entre vogais de sílabas diferentes, ou, se for na mesma sílaba, entre vogal e semivogal. Os encontros vocálicos podem confundir na hora de separar as sílabas de uma palavra, então o conhecimento sobre elas é importante. Há três classificações de encontros vocálicos: hiato, ditongo e tritongo.


Hiato

Os hiatos são os encontros entre vogais que estão em sílabas diferentes. As duas vogais separam-se quando a palavra é dividida em sílabas. Também pode ser considerado hiato o encontro de uma vogal com semivogal e vice-versa, contanto que ambos estejam em sílabas separadas.

Exemplos: vo/ar, pe/ão e po/e/ta.


Ditongo

Os ditongos são os encontros que se dão entre uma vogal e uma semivogal ou entre uma semivogal e uma vogal, na mesma sílaba. A vogal /a/ nunca será uma semivogal, e sempre que as vogais /i/ e /u/ aparecem em um ditongo, elas serão as semivogais, a menos que seja indicado o contrário por acentuação. Os ditongos podem ser categorizados por:


Crescentes – Quando a semivogal vem antes da vogal na sílaba.

EXEMPLOS: guar/da/na/po e fé/rias.

Decrescentes – Quando a semivogal vem depois da vogal na sílaba.

EXEMPLOS: vai e moi/ta.

Orais – Pronunciados apenas com o ar passando pela boca. Todos os exemplos anteriores são ditongos orais.

Nasais – Pronunciados através da via nasal.

EXEMPLOS: mão, mãe e pão.

Nas terminações -em e -am ocorrem ditongos nasais decrescentes. Apesar de E e M serem, respectivamente, vogal e consoante, assim como A e M, quando estão em sequência essas letras são pronunciadas como um ditongo. Exemplos: também, mantém, aguentaram, voaram.


Tritongo

É o agrupamento de uma semivogal, uma vogal e outra semivogal na mesma sílaba, precisamente nessa ordem. Assim como os ditongos, os tritongos podem ser classificados em orais e nasais, mas como têm uma ordem determinada, não possuem as variações crescente e decrescente.

Exemplos: U/ru/guai (oral) e quão (nasal).


Encontros instáveis

Alguns encontros vocálicos podem ser pronunciados como ditongo ou hiato. Esses encontros são átonos e finais. Exemplos: pá/tio, pá/tria e ár/dua.

O que são Encontros Consonantais?

Os encontros consonantais são agrupamentos de duas ou mais consoantes que não possuem nenhuma vogal entre elas. Apesar de frequentemente serem confundidos com dígrafos, nenhum encontro consonantal pode ser considerado como tal, pois o que define um dígrafo é o fato de duas letras formarem apenas um fonema, o que não acontece nos encontros consonantais. Em português, esse tipo de agrupamento de letras pode acontecer de duas formas:


Encontros consonantais perfeitos: formados por consoante + L ou R na mesma sílaba. A pronúncia deles possui dois fonemas, porém, como não há vogal em sua composição, as letras que representam cada fonema não podem ser separadas.

Encontros consonantais imperfeitos: formados por consoantes que ficam em sílabas diferentes.

Existem também os encontros fonéticos, muito comuns no emprego da letra X e seu fonema /ks/. Nesse caso, o X é considerado dífono, ou seja, uma única letra representa dois fonemas. Uma mesma palavra também pode ter mais de um encontro consonantal, e algumas vezes três consoantes podem estar juntas na mesma palavra. Alguns estudiosos chamam esse fenômeno de encontro misto.


 


Exemplos:


Clava, bravo, briga, blindado, frígido, placar, triturador e triplo são exemplos de encontro consonantal perfeito.

Abdução, ritmo, explodir e opção são exemplos de encontro consonantal imperfeito.

Psicopata, pneu e pseudo são exemplos de encontros no começo da palavra.

Táxi e máximo são exemplos do encontro consonantal fonético.

Estrutura, extravagante e infiltração são exemplos de um encontro consonantal imperfeito e um perfeito juntos.

O que são Dígrafos?

O entendimento dos dígrafos vem desde sua etimologia. A palavra é originária do grego: “di” significa “dois” e “grafo” significa “escrever”. Os dígrafos são duas letras que quando escritas juntas geram apenas um fonema, por isso também são conhecidos pelo termo “digrama”, que significa “duas letras”. Esse fenômeno é muito fácil de se perceber na língua portuguesa. Podemos dividir os dígrafos em dois grupos: os consonantais e os vocálicos.


Dígrafos consonantais

São aqueles produzem um fonema de consoantes. Alguns são bem conhecidos, mas outros são facilmente confundidos com encontros consonantais. Por produzirem apenas um fonema, eles não podem ser considerados encontros consonantais. Veja a seguir os dígrafos consonantais da língua portuguesa e alguns exemplos.


Dígrafo Exemplo

rr (apenas entre vogais) Varrer, terra, morrer

ss (apenas entre vogais) Possui, assunto, essa

ch Chave, cachorro, chora

lh Canalha, baralho, falho

nh Senha, senhor, sonhar

sc Ascensão, nascer, descendente

Nasça, cresço

xc Excessivo, exceção

SC e XC são encontros consonantais quando o S e o X são pronunciados: exclamação, discutir.

xs Exsudar

gu (apenas seguido de E ou I) Guerra, guia

qu (apenas seguido de E ou I) Querido, vaqueiro, quilometragem

Quando o U é pronunciado, são ditongos: bilíngue, frequente.

Dígrafos Vocálicos

Os dígrafos vocálicos são formados por uma vogal seguidas pelas letras M ou N. Esses dígrafos fazem com que as vogais tenham um fonema com articulação nasalada. Neles, as letras M e N, não são consideradas consoantes, pois fazer parte do dígrafo vocálico. Por essa razão, quando M ou N se encontram com a consoante de uma outra sílaba, não é possível considerar isso um encontro consonantal. Veja exemplos dos dígrafos vocálicos:


Dígrafo Exemplo

am/an Amplificador, antagonista, banca

em/en Envergonhado, empatia, tentativa

im/in Impresso, indigestão, fincar

om/on Computador, congresso

um/un Algum, fungos

Lembrando que palavras com a terminação AM ou EM podem não ser dígrafos, pois o M nessas situações assume um outro fonema, ao invés de produzir apenas um som junto à vogal. Isso ocorre, por exemplo, nas palavras “também” e “ficam”, e nesses casos AM e EM são considerados ditongos.

Português sem Enrolação - sílaba

 O que é sílaba

A sílaba é um grupo de fonemas pronunciada em uma emissão de voz apenas. Seu fonema de base é a vogal, podendo ou não ter uma consoante ou semivogais. As sílabas são partes muito fundamentais das palavras, e é possível classificar uma palavra pelo seu número de silabas. Entretanto, não há uma classificação de sílabas pelo número de fonemas, o que as define é a emissão pela voz. Caso os fonemas se combinem em uma única emissão, então aqueles fonemas formam uma sílaba.


Número de sílabas

Em uma palavra com mais de uma sílaba, uma será mais forte que as outras, e algumas palavras possuem a sílaba tônica acentuada. Este acento é importante muitas vezes para diferenciar duas palavras distintas que têm a escrita parecida ou igual, as palavras homófonas.


Na língua portuguesa, a sílaba tônica sempre estará localizada entre as sílabas antepenúltima e última, sendo mais comum estar presente na penúltima. Ao contrário do espanhol, uma sílaba tônica nunca vai estar antes da sílaba antepenúltima, ao menos não numa palavra em português. A identificação da sílaba tônica normalmente é feita pela pronúncia da palavra em voz alta, mas às vezes ela pode estar indicada com um acento em uma letra. As palavras também podem ser classificadas por sua sílaba tônica. Os termos são:


 

Oxítonas – Sílaba tônica na última sílaba. São também chamadas de palavras agudas. Exemplos: caju, café e viver.

Paroxítonas – Sílaba tônica na penúltima sílaba. São também chamadas de palavras graves. Exemplos: isca, dica e enterro.

Proparoxítonas – Sílaba tônica na antepenúltima sílaba. São também chamadas de palavras esdrúxulas. Exemplos: última, próximo e bêbado.

Português sem Enrolação - fonema

 O que é fonema?

Fonema é a menor unidade sonora usada pela fonologia. O fonema é o que nos permite diferenciar as letras e os sons que a união dessas letras produzem para a formação de uma palavra. Alguns fonemas podem ser muito diferentes um do outro, mas quando colocados em uma palavra é preciso tomar cuidado. Como é a menor unidade sonora, ao ser colocado em conjunto, é muito mais fácil confundir. Apesar de estarem muito relacionados com a oralidade, os fonemas também são de bastante utilidade para a língua escrita, temos significação de cada um dos fonemas de nossa língua em forma de letras, e cada letra tem enquadra-se em uma categoria, ou vogais, ou consoantes.


É bem mais simples perceber o fonema quando lemos em voz alta uma palavra. Por exemplo:


Casa: possui quatro letras, e cada uma das letras tem um som, \C\A\S\A\. Se tirássemos o C, seria só \A\S\A\, que já é outra palavra.


Homem: Possui cinco letras, mas só quatro fonemas. O “H” não é pronunciado, então temos os fonemas \HO\M\E\M\.


 

Táxi: Possui quatro letras e cinco fonemas. Isso se dá porque o “X” tem som de “cs” então quando separamos os fonemas temos \T\A\k\S\I\.


Algumas letras podem assumir vários fonemas. A letra “S”, por exemplo, tanto pode ser “sê” como visto na palavra “sinto”, ou “zê”, como na palavra “casar”. Já a letra “X”, além do “ks” ainda pode assumir os fonemas “sê”, “zê” e “chê”, vistos respectivamente em “sexto”, “exagerar” e “xaveco”.


Com um conhecimento geral sobre fonemas, já podemos estudar como se dividem e quais são as particularidades deles.


Vogais

Vogal é um fonema natural, formado pelo ar que passa direto pela boca ou pelo nariz, e que faz vibrar as cordas vocais. Bebês, enquanto ainda não sabem falar, produzem sons numa tentativa de comunicação, esses sons são vogais. As vogais são o começo da fala e da comunicação humana, e também a base das sílabas no português. Representadas pelas letras A, E, I, O e U, elas são essenciais para a formação de uma sílaba. Ajuntamentos de palavras sem a presença de pelo menos uma vogal não são considerados sílabas. Em outras línguas, as vogais podem não ter tanta importância, mas há outras letras que podem assumir fonemas que possibilitam o entendimento.


As vogais podem ser classificadas por sua intensidade, timbre e articulação. Quando classificadas pela intensidade elas podem ser:


Tônicas: Vogais que carregam o acento principal da palavra.

Semitônicas: Vogais que carregam o acento secundário da palavra.

Átonas: Vogais que não carregam nenhum acento da palavra.

Quanto ao timbre, essa divisão pode ser feita conforme os seguintes critérios:


Abertas – Vogais pronunciadas com o máximo da boca aberta.

Fechadas – Vogais pronunciada com o máximo da boca fechada.

Pela articulação, a divisão é mais complexa:


Modo – Via usada para pronunciar a vogal: pode ser oral ou nasal.

Ponto – Posição da língua na boca ao pronunciar a vogal: posterior, central ou anterior.

Semivogais

São vogais que não ocupam uma posição central na sílaba. Acontecem no encontro entre duas vogais em uma mesma sílaba, em que uma é a vogal principal, com o tom mais intenso, e a outra é a semivogal, que possui um papel secundário. Em um encontro vocálico, o /a/ sempre será a vogal principal, /i/ e /u/ sempre serão semivogais, e /e/ e /o/ podem assumir os dois papéis.


Consoantes

As consoantes são sons produzidos sob a influência de obstáculos do aparelho fonador. Diferente das vogais, cujos sons se formam a partir da simples vibração do ar nas cordas vocais, as consoantes precisam dos lábios, dentes, língua, palato, véu palatino, úvula ou qualquer outro obstáculo para serem pronunciadas. As consoantes, assim como as vogais, podem ser classificadas quanto a alguns aspectos.


Quanto ao papel das cordas vocais:


Surdas: Consoantes que não passam pelas cordas vocais.

Sonoras: Consoantes que passam pelas cordas vocais.

Quanto ao modo de articulação:


Oclusivas – Pronunciadas fechando-se o aparelho fonador para impedir a saída do ar.

Fricativas – Pronunciadas através da fricção do ar em um obstáculo.

Laterais – Pronunciadas pela passagem do ar pelo canto da boca.

Vibrantes – Pronunciadas pela vibração de um elemento do aparelho fonador.

Nasais – Pronunciadas pela saída do ar pelo nariz.

Quanto ao ponto de articulação:


Bilabiais – Pronunciadas pelo contato dos lábios.

Dentais – Pronunciada pelo contato da língua com dentes.

Alveolares – Pronunciada pelo contato da língua com alvéolos dos dentes.

Labiodentais – Pronunciada pelo contato dos lábios com a arcada superior dos dentes.

Palatais – Pronunciada pelo contato da língua com o palato.

Retroflexivas – Pronunciada pela curvatura da língua.

Velares – Pronunciada pelo contato da parte traseira da língua com véu de palatino.

Uvulares – Pronunciada pela vibração da úvula.

Glotais – Pronunciada pela vibração da glote.

Frases que toda mãe fala

 Toda mãe fala:

1 - Você encontrou isso? Não? Então vai guardar no lugar certo

2 - Você não é todo mundo

3 - Um dia você vai ter filhos iguais a mim. Aí você vai ver o quanto eu sofro

4 - Quando chegar em casa a gente conversa

5 - Isso não é um quarto, é um chiqueiro

6 - Quando eu morrer, você vai me dar valor

7 - Fica o dia inteiro nesse celular e quando ligo não me atende, por quê?

8 - Me respeite que eu sou sua mãe

9 - Fala direito comigo que não sou seus amiguinhos

10 - Se correr vai apanhar dobrado

11 - Não fez mais que sua obrigação

12 - Vai sair com quem? Quem é fulano? De onde você conhece ele? Quero o telefone e o endereço

13 - Quando você for dono do seu próprio nariz você faz o que quiser

14 - Não importa se você tem 18 anos, enquanto você morar no mesmo teto que eu, vai fazer o que eu mandar

15 - Não assiste TV de perto que estraga a vista

16 - Não tem mais nem menos

17 - É tudo eu nessa casa

18 - Quando eu tinha sua idade, estudava, trabalhava e cuidava da casa, não ficava vagabundando

19 - Eu avisei, não avisei?

20 - Não te carreguei 9 meses pra isso

21 - Um dia você vai me agradecer

22 - Você não sai daí enquanto não terminar

23 - Tá levando um casaco? Vai esfriar

24 - Você é igualzinho ao seu pai

25 - Se você não guardar suas coisas, vou varrer tudo

26 - Por acaso passou um furacão no seu quarto?

27 - Pede pro seu pai

28 - Vem comer que tá esfriando

29 - Esqueceu? Só não esquece a cabeça porque tá grudada no pescoço

30 - Você quer me matar?

31 - Vou contar até três

32 - Sai desse computador e vai fazer alguma coisa

33 - Apaga essa luz que não sou sócia da empresa de energia elétrica

34 - Leva o guarda-chuva que vai chover, e leva o casaco que vai esfriar

35 - Agora sou sua motorista?

36 - Reza pra essa mancha sair da sua roupa

37 - Repete isso que você falou

38 - Juízo, hein?

39 - Engole o choro

40 - Se continuar chorando, vou dar motivo pra chorar de verdsade

41 - Cansado de quê? Você não faz nada

42 - Você acha que dinheiro nasce em árvores ou é filho do Silvio Santos?

43 - Você acha que eu tenho cara de caixa eletrônico pra me pedir dinheiro toda hora?

44 - O filho de fulano faz tudo em casa sem reclamar

45 - Isso não é companhia pra você

46 - Coração de mãe não se engana

47 - Não precisa ter medo, é só respeitar

48 - Pode tomar, formiga faz bem pra vista

49 - Qual é a parte do 'não' que você não entendeu

50 - Abaixa esse som, aqui não é a casa da mãe Joana

51 - Faz você, não sou sua empregada

52 - Comer chocolate dá espinha

53 - Tomar sorvete com dor de garganta faz mal

54 - Não pode misturar manga com leite

55 - Não pode nadar ou entrar na piscina depois de comer porque dá congestão

56 - Não pode descascar a maçã porque a vitamina está na casca

57 - Divide com seu irmão

58 - Você anda saindo muito. Ficar em casa e estudar que é bom nada

59 - Desliga esse computador que amanhã você tem aula

60 - Quando eu morrer não quero ver ninguém chorando no meu caixão

61 - Pode passar, não vou te bater

62 - Se você continuar sem me ajudar vou desligar sua internet

63 - Quando eu voltar quero ver essa casa um brinco

64 - Na minha época não era assim

65 - Cadê o troco?

66 - Não é depois, é agora

67 - Respeito é bom e não quebra os dentes

68 - Vou pensar no seu caso

69 - Volta aqui e me pede desculpa

70 - Isso é pra você aprender a ter limite

71 - Sai desse banho, vai acabar com a água do planeta

72 - Já falei que não e ponto final

73 - Isso é hora de chegar em casa?

74 - Me responde de novo que eu te quebro os dentes

75 - Como você sabe que não gosta se ainda não provou?

76 - Você sabia que na África tem gente passando fome?

77 - Espera seu pai chegar em casa

78 - Por acaso você é feito de açúcar?

79 - Quer alguma coisa doce, vá na cozinha, tem uma lata cheia de açúcar

80 - Entra por um ouvido e sai pelo outro

81 - Fala um palavrão que eu vou lavar sua boca com sabão

João Azevêdo diz que definição sobre 2024 no PSB será tomada de forma coletiva e afasta especulações

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